Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Resenha TV: E.R., ou Plantão Médico.
Ontem me acordei no meio da madrugada, e, enquanto roia um sanduíche, me lembrei do episódio final da série E.R., que passou por aqui em TV aberta na Globobo e posteriormente no SBesTeira com o nome de Plantão Médico.
Resolvi assistir, embora não viesse acompanhado a série com o mesmo afinco de antigamente, sempre gostei do E.R., na verdade, foi a minha série, e mais do que isso, meu programa de TV preferido durante muitos anos. Lembro que, na primeira vez em que assinei uma TV á cabo, foi pra ver E.R., que na época passava nos canais fechados Sony e Warner paralelamente, fazendo a minha alegria.
Eu deixei o programa de lado lá pela oitava ou nona temporada, ou seja, já á uns bons seis anos, mas nunca a abandonei totalmente, sempre dava uma conferida, ás vezes acompanhava alguns episódios em sequência. O meu primeiro abalo havia sido a morte do doutor Mark Green, criação maneiríssima de Anthony Edwards, médico gente-boa que comandava o pronto-socorro do título, depois, a saída de John Carter (Noah Whyle), que antes era o calouro do hospital, e depois assumia o manto de residente chefe. Eram personagens presentes desde a primeira temporada, pelos quais nós aprendemos á torcer, e com quemaprendemos a nos preocupar.
Se a saídas de Ross (George Clooney), Carol Hathaway(Julianna Margulies), Lewis( Sherry Stringfield) e Benton (Eriq LaSalle)já haviam sido xaropes, pelo menos meio que davam uma sensação de continuidade, de vida real, onde os amigos se vão, crescem e buscam novos caminhos, já a ausência de dois dos meus personagens preferidos me fizeram perder um pouco do interesse, mas ainda assisti episódios com Luka Kovac (Goran Visnijc), Abby Lockhart (Maura Tierney), Greg Pratt (Mekhi Phifer) e outros que vieram depois, mas, confesso, sem o mesmo interesse.
Mesmo essa última temporada, que contaria com aparições de todos os personagens das temporadas passadas, eu acompanhei apenas dois episódios, o primeiro com o retorno de Carter, e o excelente episódio em que Edwars deu as caras em um longo flashback como Green.
E ontem conferi o episódio final, que tirou um pouco a sensação de apelação de temporadas passadas em que helicópteros explodiam á cada semana, e bandidos armados mandavam a lei lá pra casa do Capita e faziam reféns no hospital County General, com duas horas emocionantes e movimentadas, como foram os melhores episódios da longeva série, que deve ganhar, em breve, espaço na minha estante.
"Ele está cianótico!"
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Resenha Game: FIFA 10 (2)
Bom, eu não jogava um jogo de futebol da Konami desde o ano 2000, esse ano, experimentei o PES 10.
Graficamente é um jogo muito bonito, os rostos dos jogadores estão em gráficos melhores do que os do FIFA, porém, as vantagens param por aí.
No PES a movimentação dos atletas digitais parece falsa, os jogadores deslizam sobre o gramado, correndo como um bando de Usain Bolts com a bola dominada. Além disso o gráfico do corpo dos atletas é de menor qualidade que os de FIFA, e a disposição tática das equipes não faz nenhuma diferença, se os jogadores forem rápidos eles mandam a defesa adversária lá pra casa do Capita, além disso, o jogo é fácil de dar sono.
Isso, claro, vale para a versão em PS3, video game que eu tenho, não joguei a versão de PC, onde dizem, a série FIFA ainda deixa muito á desejar.
Mas, com FIFA ou PES, o importante é se divertir.
"É, amigo..."
Resenha Game: FIFA 10
Yeah, Baby! Já diria Austin Powers. Saiu FIFA 10, nova versão do glorioso simulador de futebol da EA Sports que permite a gamers do mundo todo tornarem-se profissas da pelota por algumas horas todo dia.
Eu sou jogador de video-games desde os dez anos de idade, e virei um aficionado por games do esporte bretão em meados dos anos noventa quando joguei o primeiro International Superstar Soccer pro Super Nintendo. Os games da Konami seguiram sendo minha paixão na fase do Nintendo 64, quando a versão de 64 bits fez a minha alegria com bonecos gigantes correndo pela tela, emoção que seguiu com International Superstar Soccer 98, o mais alto e glorioso ponto de games de futebol pra mim, até hoje tenho o cartucho com Valderrama na capa, nem a versão 2000 do mesmo jogo superava a 98, em minha opinião.
Foi então que, na fase do Nintendo Game-Cube, a tragédia se abateu sobre mim. Os games da Konami não eram lançados no Brasil, o que me impediria de seguir minha carreira nos campos digitais, relegando-me aos encontrões e caneladas nada virtuais das quadras de cimento do parque Marinha do Brasil...
Eu ficaria órfão de games futebolísticos. Estava me conformando a ideia de deixar pra trás a minha carreira de jogador eletrônico de bola quando meu irmão e eu, em um momento de estravagância e crise de abstinência de nossos confrontos épicos decidimos ousar:
Compraríamos FIFA 2002. Sim, FIFA, a série meio sem-graça da EA, que tinha de bom os nomes verdadeiros de clubes e atletas do mundo, mas mostrava jogadores pequenos, movimentação estranha... Enfim, não agradava, mas havia de ser melhor do que nada.
A versão 2003 não era perfeita, longe disso. Tinha lá seus defeitos, mas era um game que buscava o realismo, porém era muito diferente do que eu me habituara. Tirei o Nintendo 64 do estaleiro só pra jogar ISS 98. Ás vezes jogava FIFA, mas só ás vezes. Em 2004, comprei a versão atualizada do game da EA, estava melhor. Abandonei o ISS 98 e descobri o prazer do simulador de futebol da EA, que seguia melhorando, opções como o modo Ménager, que permitia dirigir o time ao estilo dos cartolas europeus, progressão dos jogadores... Viciei. Havia superado a abstinência dos games da Konami e me tornado um FIFistA de carteirinha. Segui com o game nas versões 2006 e 2007, ano em que comprei um Nintendo Wii e descobri, estarrecido, que a versão de FIFA pro console não oferecia as opções que eu tanto adorava no game. Fui, então, forçado á mandar meu orçamento lá pra casa do Capita e comprar um Playstation 3. Gasto salgado, mas que garantiu a minha felicidade com as versões 2008 e 2009 de FIFA, e agora, a 2010.
Jogaço, os gráficos são um disparate (Normal em se tratando de games em alta definição.), opções de jogo seguem maneiríssimas, com o ménager e o Be a Pro, em que o player é um único jogador no campo, a movimentação dos atletas digitais é até enjoada de tão verdadeira, a física do jogo segue á risca as regras do nosso mundo, a tática faz uma diferença danada, um passe errado, um jogador fora de lugar e a sua defesa pode ir pro espaço. Ainda estou pegando o jeito, treinando meu Inter do coração (Aliás, vários times brasileiros estão sem licença nessa versão do jogo, Inter, grêmio, Corinthians, Fluminense, Goiás, Avaí, o que tira um pouco da graça de jogar o Brasileirão, tá mais do que na hora de termos uma Liga Brasileira e acabar com essa bagunça.), mas em breve estarei dominando o game e fazendo partidas épicas na versão on-line contra outros fanáticos ao redor do mundo.
"Pimba na gorduchinha!"
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Madrugada na Ishimura...
Já deve ter te acontecido. Um domingo de noite, computador quebrado, tu está sentado confortavelmente no teu sofá arranjando um trauma perene pela exposição prolongada á um jogo de Survivor Horror (No meu caso o excelente Dead Space), quando bate aquela sede, te obrigando á ir até a cozinha apanhar um copo de suco.
É lá, na solidão modorrenta da cozinha em uma madrugada insône que a gente pode se pegar fazendo uma análise de coisas tão diversas quanto como matar aquele necromorfo safado que insiste em tentar te impedir de religar os motores da Ishimura, quanto o jogo do Inter contra o São Paulo no meio da semana, os preparativos para o ingresso na era FIFA 2010 (Que eu espero, dê-se hoje.), e até a saudade que eu sinto das mulheres da minha vida.
Todas elas.
Não me entenda mal, não sou um polígamo frustrado, não iria querer me relacionar com mais de uma mulher ao mesmo tempo. Não acho que tenha as aptidões físicas e (i)morais para tanto, e mesmo nos meus períodos de galinhagem, o que eu fazia era colecionar relacionamentos de curtíssimo prazo, e não acumulá-los em versões mais duradouras.
Quando digo que tenho saudades de todas as mulheres da minha vida, refiro-me, na verdade, ás qualidades que cada uma delas tinha e que me mantiveram hipnotizado ao redor delas.
A expontaneidade beirando a intrusão e falando pelos cotovelos como se tivesse, como a deusa Káli, oito braços, a beleza, a urgência, a ternura e os apelidos bobos, desenvolver segurança, e por consequência confiança... Essas coisinhas que tornam relacionamentos especiais.
O medo, também, o temor de iniciar um novo relacionamento, quando a pessoa que conhece as qualidades que tu quer mostrar passa a perceber os defeitos que tu preferia esconder, mas que são o que te fazem ser quem é, a hora em que a outra pessoa descobre que tu não é tão inteligente ou descolado quanto parecia, que tu ronca, que esquece o nome dos namorados das amigas dela e sempre diz "prazer" quando encontra eles. Quando tu descobre que sexo com ela é cósmico, e ela descobre que sexo contigo é legalzinho, até, em que tu percebe que a rotina com uma pessoa expansiva como ela ás vezes vai ser difícil e ela percebe que a rotina com um cara anti-social que nem tu é insuportável, até aquele momento em que tu percebe que ela mudou, e ela percebe que tu não vai mudar, é foi melhor sumir...
Volto pro jogo, Isaac Clarke precisa de mim, aqueles necromórfos não vão se matar sozinhos (Pena.).
Suquinho á direita, cachorro á esquerda, controller na mão, um suspiro, lembrando o quanto é doce quando vocês conversam, como ela te faz sentir bem...
Vale a pena. Todas as mazelas são incapazes de suplantar o valor desse ponto, em que filmes românticos fazem sentido, e algumas canções são especiais.
Vamos mandar esses aliens lá pra casa do Capita e limpar a Ishimura.
"Lay down your arms, and surrender to me..."
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Resenha TV: House M.D.
Buenas, gurizada.
Ontem, quinta-feira, me agarrei em um sanduíche e um copo de suco e me postei em frente á TV para conferir o primeiro episódio da sexta temporada de House, série transmitida pelo Universal Channel aqui no Brasil e da qual aprendi á gostar de uma forma bem pouco ortodoxa:
Uma moça (Que amo e da qual estou apartado por razões diversas...) é fã declarada da série, eu via os comerciais do programa e desdenhava, me parecia muito chato, então resolvi assistir á um episódio apenas para desfiar meu desdém sobre uma base mínima de conhecimento quando voltasse á falar com ela. Infelizmente, fui fisgado, me tornei fã inveterado da série.
Estava ansioso pela sexta temporada, visto que o final de temporada da quinta tinha sido quase violento (House internado em uma clínica psiquiátrica após passar á ter alucinações!).
Assisti com gosto o episódio especial de duas horas (Na verdade uma hora e meia...) mostrando House se adaptando á rotina no hospital onde não é médico, afinal, é sempre divertido ver o médico ranzinza desfiando sua total e absoluta falta de consideração por seus semelhantes, especialmente em um ambiente diferente e longe dos demais personagens recorrentes da série(O único personagem fixo que dá as caras é Wilson.).
Agora... Por que as pessoas gostam de House? Claro, é uma série interessante, conta com personagens carismáticos, situações tensas... Mas não é isso que gera a grande audiência do programa. É o personagem central. Greg House, médico nefrologista tão brilhante quanto anti-social e desagradável. E, se House é tão desagradável... Por que todos gostam dele?
A minha teoria é que todos nós, ao menos em certos momentos da vida, gostaríamos de ser um pouco House. Não ligar pra convenções sociais como polidez e educação, e, mandando tudo lá pra casa do Capita, tratar as pessoas (A razão de todo o mal do Mundo.) como elas merecem ser tratadas.
Alguém dirá que nem todas as pessoas merecem grosserias, bem, como um discípulo de Greg House eu diria: Dê-lhes tempo.
"Até fetos mentem."
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Top 10 Cinema: Cenas Hilárias de Comédias
Revi, dia desses, Trovão Tropical, ótima comédia com Ben Stiller (Que geralmente eu não acho tão engraçado...), Jack Black e Robert Downey Jr., e, naquele clima engraçadinho, resolvi fazer uma listinha, daqueles Top 10 que eu tanto curto, então, segue o Top 10, cenas de comédias, ah, as colocações foram conforme eu me lembrei, e não representam, necessariamente, uma ordem de qualidade:
10- Sim, Senhor: Carl (Jim Carrey), se enrola em fita adesiva em busca da careta definitiva durante um "duelo" com seu chefe.
9- O Virgem de 40 Anos: Andy (Steve Carrel), segue o conselho de um amigo e, para melhorar o visual, resolve fazer uma depilação com cera.
8- O Jovem Frankenstein: O jovem doutor Frankenstein (Gene Wilder), transporta um cadáver oculto em uma carroça auxiliado por seu assistente, Eyegor (Marty Feldman), quando eles são parados por um amigável policial e o braço do defunto sai de sob a lona.
7- Top Secret - Superconfidencial: É uma sucessão de cenas hilárias, mas a sequência em que Nick Rivers (Val Kilmer) acompanha a mocinha Hillary Flammond (Lucy Gutteridge) á livraria sueca me racha o bico.
6- Eu, eu mesmo, e Irene: Após uma manhã de abusos, o afável Charlie (Jim Carrey) é levado até o limite, liberando a personalidade agressiva de Hank, e buscando vingança.
5- Os Irmãos Cara-de-Pau: O grupo de nazistas que perseguem Jake e Elwood Blues faz uma curva errada e caem para a morte. E caem, e caem, e caem...
4- Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu: Enquanto Ted Striker (Robert Hays), luta contra seus traumas e assume os comando do avião desgovernado, o chefe da equipe de solo, Steve McCroskey (Loiyd Bridges) lista os vícios que não deveria ter abandonado naquela semana...
3- A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa: Ao chegar em casa esperando pelo ataque de Cato(Burt Kwouk), o inspetor -chefe Closeau (Peter Sellers) é, na verdade, surpreendido por um matador contratado, ao mesmo tempo em que o ex-inspetor-chefe Dreyfuss (Herbert Lom), após fugir do manicômio, se prepara para atentar contra a vida do policial...
2- Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado: Para cruzar a ponte, os Cruzados tem de passar por um teste...
1- O Jovem Frankenstein: Livre, o monstro de Frankenstein (Peter Boyle) chega á casa de um solitário eremita cego(Gene Hackman) que o recebe efusivamente...
Bom, existem outras cenas, se concorda, discorda, ou apenas quer participar, deixe seu recado, mesmo que seja só pra me mandar lá pra Casa do Capita.
"Estamos em uma missão de Deus..."
domingo, 18 de outubro de 2009
Resenha Cinema: Distrito 9
O meu ano cinematográfico não estava exatamente memorável em 2009. Haviam sido lançados bons filmes, é verdade. Eu gostei de Transformers 2, gostei de Jornada nas Estrelas, achei Watchmen decente (Não chega aos pés do gibi, aos pés!), houveram surpresas maneiras como Arraste-me para o Inferno, Se Beber Não Case (Por que, meu Deus, por que The Hangover se chama Se Beber Não Case e não A Ressaca???), e outros filmes bacaninhas, mas a verdade é que, em termos de cinema, 2009, depois de bombas atômicas como G.I. Joe e Dragonball Evolution estava muito mais pra “É... Não foi tão ruim...” do que pra “Mas que baita filme.”, categoria onde, pra mim, só haviam se enquadrado Gran Torino e Up – Altas Aventuras.
As coisas mudaram um pouco nesta semana. Terça-Feira eu fui assistir Bastardos Inglórios, um senhor filme do Quentin Tarantino, e hoje, me locupletei com Distrito 9.
Eu já tinha vontade de ver o filme desde que li á respeito pela primeira vez. A ficção científica sul-africana bancada pelo produtor Peter (Senhor dos Anéis) Jackson era promissora, e como fã de sci-fi e de Peter Jackson eu tinha que assistir ao filme, nem que fosse pra avacalhar depois.
Não vou avacalhar nada. Distrito 9 é um filmaço! O diretor estreante, Neill Blomkamp construiu com o orçamento modesto (Em Hollywood não se faz uma comédia romântica com isso.) de 30 milhões de dólares (segundo a produção, mas eu não acredito que tenha sido só isso.) uma história empolgante, divertida e que deixa o espectador imaginando o que vai acontecer á seguir até o final do filme e além (Eu ainda estou pensando se haverá um Distrito 10!).
Na trama uma imensa espaçonave alienígena estacionou acima de Johanesburgo, na áfrica do Sul, lá dentro, mais de um milhão de alienígenas, desnutridos, enfermos e sem comando são encontrados e assentados em um acampamento abaixo da nave-mãe. Por vinte anos os aliens, chamados pela população local de “prawns” (camarões), permaneceram segregados no assentamento, se multiplicando, sendo explorados e marginalizados por traficantes locais, pelo governo e por corporações (Ansiosas por descobrir formas de utilizar o armamento prawn, extremamente avançado, mas desenvolvido especificamente para o código genético dos extraterrestres.) enquanto ganham a antipatia dos vizinhos humanos, que demandam providências das autoridades.
A providência surge na forma do Distrito 10, um campo de concentração á 200 quilômetros de Johanesburgo onde os alienígenas permanecerão isolados do restante da população. Wikus Van Der Merwe, um burocrata cretino é nomeado responsável pela operação de realocação, enquanto desfila sua total falta de consideração pelos alienígenas, se envolve em um acidente com um fluido alienígena, que mescla seu DNA com o dos prawns, tornando-o a única pessoa da terra capaz de manusear a tecnologia dos visitantes indesejados.
Tendo essa capacidade, Wikus é obrigado a fugir e se esconder dos humanos, ansiosos por dissecá-lo, no único lugar onde pode esperar alguma aceitação: O Distrito 9.
Lá ele encontra o prawn Christopher, responsável involuntário por sua desgraça, e ansioso por voltar para seu planeta natal com o filho, á quem se alia em busca de uma cura pra sua extraordinária condição.
Talvez a história em si não traga grandes inovações, “homem é obrigado á se aliar ao grupo que despreza em nome de sua sobrevivência, e enquanto faz isso vê suas próprias atitudes pela ótica daqueles que considerava inferiores.” E inclusive faz paralelo com uma desgraça real da África do Sul, a infame política do Apartheid, assim como o Distrito do título com o subúrbio de Soweto, mas a forma como é contada, e que talvez desagrade algumas platéias, é muito maneira, com a ação sendo mostrada, muitas vezes, através de câmeras que acompanham a realocação dos prawns, reportagens de TV e câmeras de vigilância, dando uma cara de documentário ao filme (como em Cloverfield.). Além disso, outro trunfo de Distrito 9 são os personagens principais.
O alienígena Christopher é excelente, inteligente e honrado, quer apenas voltar pra casa, e fica verdadeiramente chocado ao ver o que acontece á seu povo nas mãos dos terráqueos, nós realmente torcemos por ele.
E Wikus é genial. Ele não é um herói, é repleto de falhas de caráter, e se desespera ao perceber o que está lhe acontecendo (Uma metamorfose digna de Gregor Samsa e Jeff Goldblum.), o que não melhora em nada a sua conduta, e em certos momentos, a deixa pior, um autêntico ser humano.
Distrito 9 é excelente, um dos melhores filmes de 2009, e serve pra mostrar á Hollywood que nem só de adaptações e remakes se faz cinema. E que venha Avatar!
"Ei, não aponte essas porras de tentáculos pra mim!"
sábado, 17 de outubro de 2009
Olímpiadas do Rio
Milhões de pessoas comemorando pelo país, Olímpiadas do Rio, mas que beleza.
É ridículo, em um país com a dívida social do tamanho da do Brasil, o governo se propôr á organizar um evento (Dois, por que dois anos antes tem Copa.) deste tamanho.
Se estivéssemos, pelo menos, perto, pelo menos no caminho certo, para resolver nossos problemas sociais, poderia-se cogitar, veja bem, cogitar, a possibilidade de sediar um pan-americano da vida (Que aliás, foi orçado em 700 milhões de reais e terminou em um custo de 4,1 bilhões.).
Agora comemoram a escolha do Rio como sede como se estivéssemos ganhando alguma coisa além de uma oportunidade de gastar um orçamento estimado em 26 bilhões de reais (E baseado no Pan, podemos esperar um gasto de 130 bilhões.), que serão empregados na construção e reforma de estádios, ginásios, parques aquáticos, e vilas olímpicas (Obras das quais a população do Rio deve estar precisando desesperadamente.), e isso se tivermos toda a sorte do mundo e as coisas saírem do normal, pois se tudo seguir seu curso "natural", os desvios de verba deverão culminar em obras como o Engenhão, que volta e meia desmorona um pedaço, ou em patrimônio pros organizadores pois a infra estrutura prometida fica por aí, vale lembrar que durante o Pan a prefeitura do Rio de Janeiro não cobriu UM buraco de rua.
Os políticos sempre desviam, é verdade, mas com um orçamento do tamanho do proposto,eles mandam todos os escrúpulos lá pra casa do Capita e vira orgia. Serão fortunas sendo gastas e desviadas em nome da ideia de apresentar uma imagem, e o resultado, além de uma festa bonitinha, será uma dívida de anos, como a de Montreal, (jogos de 76) e elefantes brancos entregues ás moscas (como resultado dos jogos de Atenas.).
Mas, ei: Se tiro ao alvo contra helicóptero da polícia for modalidade podemos concorrer ao ouro.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Top 10 Cinema: Adaptações de quadrinhos.
10-Superman – O Filme (1978) - Christopher Reeve, com a direção mais que segura de Richard Donner e a fanfarra que gruda na cabeça de John Williams convence o mundo de que o homem pode voar.
9-O Corvo – Brendon Lee morreu durante as gravações do longa do bom diretor Alex Proyas, menos mal que foi fazendo um filme excelente, que captura com maestria o clima pesado dos gibis de James O’Barr, e mostra um protagonista frágil e indestrutível na mesma medida.
8-Blade II – O primeiro filme havia sido legal, tinha até a memorável seqüência na danceteria, onde Blade matava trocentos vampiros, era OK, mas foi com Guillermo DelToro que Blade ganhou seu grande filme, enfrentando vampiros geneticamente alterados em um filme que misturou ação, terror gore e humor na dosagem que o personagem pedia.
7-Batman Begins – “Mais uma origem de Batman...”, pensaram alguns, “Tomara que essa seja boa.” suplicaram os fãs. E foi, Christopher Nolan encontrou o tom do filme e Christian Bale deu á Bruce Wayne/Batman o espectro de personalidades que o personagem sempre mereceu.
6-X-2: X-Men united – No segundo filme da franquia dos mutantes da Marvel um Bryan Singer mais confortável fez o grande filme de super-grupos do cinema. Ainda centrando fogo no favorito da maioria Wolverine, e á despeito de sumir com o Ciclope em grande parte da projeção, Singer equilibrou a grande quantidade de heróis, vilões e coadjuvantes em uma história empolgante e que nos mantém ansiosos até que subam os créditos.
5-Homem-Aranha – James Cameron tentou, David Fyncher queria, mas foi Sam Raimi quem contou a fábula sobre poder e responsabilidade que transformou o tímido nerd Peter Parker em um dos heróis mais carismáticos do mundo. Mostrando ser fã da fonte original, Raimi manteve os elementos essenciais da trama de 1962, e com a roupagem do cinema do século 21 entregou um sonho de fã.
4-Homem-de-Ferro – Vamos ser francos, ninguém é fã do Homem-de-Ferro, pouca gente sabe quem é Tony Stark, mas Jon Favreau e Robert Downey Jr. Se uniram e transformaram o herói de segundo escalão da Marvel em um tremendo filme de aventura, recheado de comédia e fiel o suficiente ao quadrinho. De quebra salvou a carreira de Downey Jr. e que venha Homem-de-Ferro 2.
3- V de Vingança – Alan Moore não gostou, mas encaremos os fatos, Moore não gosta de nada. O longa metragem de James McTeigue foi o primeiro a tratar com alguma deferência o material original de Moore, o resultado foi um filme fiel na medida certa, empolgante e bem construído, além disso, conta com ótimas atuações de um elencaço encabeçado por Natalie Portman e de Hugo Weaving.
2-Homem-Aranha 2 – O primeiro filme havia sido um triunfo, seria difícil superá-lo. Mas Sam Raimi e companhia conseguiram isso em Homem-Aranha 2, dando mais volume á tudo que funcionara na aventura anterior, os problemas de Peter Parker, os poderes do Homem-Aranha, e o carisma do vilão... Homem-Aranha e Doutor Octopus protagonizam duelos brilhantes, incluindo o que talvez seja o grande confronto de super-herói no cinema, com a luta sobre o trem. Tudo que um fã do Aranha sempre sonhou.
1-Batman - O Cavaleiro Das Trevas – O primeiro filme foi muito bom, mas não era um triunfo como Homem-Aranha, ou Superman de 1978. Isso mudou no segundo filme, um conto cruel e sombrio sobre um herói relutante, poucos homens bons e obstinados, e uma turba de vilões corruptos encabeçados pela nêmese do mocinho. Se a atuação de Heath Ledger no papel do palhaço do crime foi cantada aos quatro ventos, a de Aaron Eckhart no papel de Harvey Dent, e a de Christian Bale, repetindo a tríade playboy milionário/Bruce Wayne/Batman não ficam nem um pouco atrás, e sustentam uma trama intrincada, executada á perfeição, e já clássica.
Agora, tão divertido quanto listar melhores, é listar piores. E aqui segue o meu Top 10 negativo. Se você já viu alguma dessas pérolas, sabe do que estou falando.
1- Quarteto Fantástico, de Roger Corman, quem viu teve uma aula de cinema trash.
2- Liga da Justiça, aquele do Cinema em Casa, o diretor assistiu Quarteto Fantástico de Roger Corman.
3- Batman e Robin, de Joel Schumacher. Escuro? Soturno? Perturbado? Não, venha pra Gotham, aqui até as pichações das paredes são de néon, e o Batman é um sujeito agradável e brincalhão que não sai da caverna sem o Bat-Cartão de Crédito.
4-Homem-Coisa: A Natureza do Medo, que ninguém viu, mas também, nem precisa, a gente olha alguns minutos e saca que o filme é muito ruim.
5-Elektra, de Rob Bowman, que a maioria preferia não ter visto, até por que tinha tudo pra dar certo, a Jennifer Gardner é um Elektra bem maneira e gostosa, e a premissa devia ser simples, Elektra mata ninjas em lutas bem coreografadas. Mas não, a assassina tem que ter crise de consciência e desenvolve um instinto maternal.
6-Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, de Tim Story, que pegou um tema pesado como o fim dos tempos e transformou em comédia alegrinha pra toda a família, e pegou o temível e cerebral Doutor Destino e transformou-o em um vilão físico e babaca.
7-Motoqueiro Fantasma, de Mark Steven Johnson, que transformou o tenebroso motoqueiro em herói da matinê, e o bom Nicolas Cage em palhaço.
8-Superman 3, onde a ópera emocionante de Superman e o ritmo ágil de Superman II são mandados lá pra casa do Capita, e o Super é coadjuvante de Richard Pryor.
9-Justiceiro, com Dolph Lundgren, onde o Justiceiro luta karatê e é amigo das criancinhas.
10-Hulk, de Ang Lee. Hulk esmaga... ria, se não passasse o filme todo flutuando feito um balão com sua expressão leve de garoto assustado. Poodle Hulk? Vá dirigir cowboys gays, Ang Lee.
Concorda, discorda, comente, critique, faça a sua lista, ou apenas me mande pra casa do Capita.
"Lembrai, lembrai, do cinco de novembro, da traição da pólvora e do ardil, não vejo razão para esquecer uma traição de pólvora tão vil..."
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Crônica
Era a terceira vez aquela semana que ele voltava á loja.
-Oi. –Disse ele. – Olha, essas calças...
Não completou, tirou a calça da sacola, e a desfraldou sobre o balcão.
Cínthia olhou com fingido interesse, erguendo as sobrancelhas. “O que pode estar errado agora?” Pensou.
O chato de galochas comprara as calças na terça-feira, demorara quase quarenta e cinco minutos experimentando. Na quarta retornara pois havia uma pequena mancha na parte interna da coxa que ele só vira em casa, trocou. Na sexta voltou pois a calça nova tinha o botão diferente do modelo que comprara originalmente. Cínthia explicou que ele levara um modelo da coleção do ano anterior, praticamente igual, á exceção do botão. O rapaz agradeceu a explicação, disse que entendia, mas que preferia o outro botão. Após quase meia hora remexendo calças no estoque Cínthia encontrou calças com o mesmo botão e nenhuma mancha, embrulhou, carimbou a nota fiscal do xarope e se despediu com o sorriso menos cínico que conseguiu simular.
E agora ali estava ele e novo. Com aquele sorriso cretino, segurando as calças quase como se procurasse algum defeito inexistente com o único intuito de irritá-la.
Cínthia respirou fundo. Simulou um meio sorriso enquanto o rapaz remexia as calças sem certeza do que procurava. A paciência da moça foi se esvaindo, ela não resistiu, tentou fazer com que as palavras saíssem sem o tom de recriminação, mas foi em vão, a frase foi quase uma agressão:
-O que foi desta vez?
O rapaz a olhou com os olhos bem abertos, quase assustado, mas sua expressão foi se amainando, e ele sorriu:
-Nada. Tenho voltado só pra te ver. Desde que comprei essa calça não consigo te tirar da cabeça.
Cínthia engoliu em seco. Cheia de espanto nos olhos mirou seu interlocutor, ele olhava pra baixo, como se não tivesse coragem de encará-la.
Cínthia não esperava por aquilo, quer dizer, ela era uma moça atraente, jovem, claro que podia causar aquele tipo de reação, mas a verdade é que aquele trabalho na loja estava sugando sua jovialidade. Ela estava sempre mal-humorada enquanto trabalhava, e seu alívio ao sair no final do dia só era comparável ao cansaço que sentia, havia se afastado dos amigos, não namorava já a alguns meses e a verdade é que era mais pela falta de um pretendente do que qualquer outra coisa, mas se não saia como encontraria um pretendente, certo?
Talvez o destino tivesse colocado aquele jovem ali, á sua frente, para injetar vida em seus dias, quem sabe animá-la nos finais de semana, quando ela estivesse com os pés doloridos e sem ânimo para coisa alguma.
Ele era agradável, educado, não era exatamente bonito, mas também não era nenhum Pedro de Lara, ela não o amava, mas, afinal de contas, o que é o amor? Ela poderia aprender a gostar das qualidades dele, como o perfeccionismo, afinal, o desgraçado era capaz de encontrar defeitos microscópicos em calças jeans, isso poderia ser útil se morassem juntos e um pedreiro relapso fizesse um serviço mal-feito: “Ah, não cavalheiro, olha só este arremate. O senhor vai ter que refazer isso, ou ao lhe pago.”
Ela se imaginou orgulhosa ao lado daquele homem tão exigente. Poderia, fazer isso. Ensaiou um sorriso, sim, sorriria e diria: “Saio às dez horas.”.
Quando tomou fôlego o rapaz ergueu a cabeça e disse animado:
-Aqui, ó. Essa costura. Tá abrindo. Será que posso trocar de novo? Pode ser o modelo desse ano, não tem problema.
-Claro. – Cínthia respondeu. –Só um minutinho.
Apanhou a calça e foi pro estoque, o coração irremediavelmente partido.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Fan-Fic...
É uma história em estilo Conto, e se chama:
Essência
O que você diz, quando fica cara á cara com a pessoa que destruiu sua vida?
Um turbilhão de frases, emoções e memórias rodopiam em minha mente até me deixar com náusea.
-Bastardo nojento!!! Desgraçado!!! -Eu me imagino berrando, enquanto agarro seu colarinho:- Você me roubou tudo! Me tirou tudo! Eu tento furar seus olhos com os dedos ao mesmo tempo em que puxo os cabelos ralos atrás de sua nuca. Ele se contorce e tenta escapar, se desvencilhar de mim, eu sou mais forte.
Ele fede á cigarro, eu sinto o fedor quando ele empurra meu rosto e bafeja em um esforço inútil para me afastar.
-Filho da puta! -Eu rosno, enquanto o derrubo da cadeira e começo á lhe socar com toda a minha força, é bastante força, eu posso erguer um carro com as mãos, posso sustentar um edifício, o primeiro soco esmigalha sua mandíbula, os outros, eu nem vejo que estrago causam, ele uiva de dor, implora por piedade, mas não há ninguém aqui para salvá-lo, como não houve ninguém para salvar o tio Ben, a Gwen, o capitão Stacy, Ned Leeds, Harry, Flash, e todos aqueles á quem amei e foram espoliados de seus sonhos, de suas vidas, eu bato cada vez mais enfurecido, sinto seus dedos se comprimindo contra o braço que uso para segurar a sua cabeça no chão, e os pingos de sangue me batem no rosto cada vez mais pesados, ele pára de se debater, e eu já estou socando um saco de ossos disforme e ensangüentado. Me levanto e olho minhas mãos, imundas de sangue, dele e meu. Quando me viro para dar uma última olhada no miserável, eu fico horrorizado ao constatar que onde estava seu rosto demolido, agora está o meu. Fecho os olhos para me acalmar, para tentar entender aquilo, estou subitamente desesperado, quando abro meus olhos de novo agradeço á Deus por ter sido apenas um sonho. Eu não posso, nem quero matar, não posso deixar que ele se torne uma vítima, não posso matá-lo por que acredito na lei, acredito em justiça, vivo para garanti-la, sou um vigilante, um herói, eu sou o Homem-Aranha. Olho a mulher que dorme despida á meu lado, linda, tranqüila, linda, minha esposa, linda, minha melhor amiga, meu alicerce, como eu amo essa mulher, Mary Jane. Aqui, nesse quarto, nesse apartamento fuleiro eu sou o homem mais feliz do mundo, por que ela está aqui ao meu lado, e queira Deus, sempre estará, assim como eu só quero poder estar aqui por ela.
De súbito, o barulho inconfundível de sirenes da polícia me enche os ouvidos, seis, sete viaturas, e eu me lembro que, por mais injusto que isso possa ser não posso estar aqui apenas por ela, pois eu sou um cara normal, que levou um tapinha nas costas da vida, e fui abençoado com grandes poderes, e amaldiçoado com grandes responsabilidades, responsabilidades que não posso relegar. Enquanto visto o uniforme, escuto os suspiros de MJ atrás de mim, e uma vez mais, me pergunto por que, entre tantas pessoas nesse mundo, logo eu tinha que ser o escolhido para sempre desapontar aqueles á quem amo.
Vejo os carros vinte e sete andares abaixo de mim, o vento me bate no rosto mesmo através da máscara, desço um pouco, passo apenas alguns metros acima da cabeça dos transeuntes, eles gritam e me apontam, eu faço isso desde os dezesseis anos, e elas ainda se surpreendem, eu devo melhorar com o tempo...
Sou mais rápido do que as viaturas, viajo á 250 km por hora em certos trechos, ao longe vejo a fumaça de um incêndio, não levo um minuto para chegar ao fogo e visualizar a cena: Um carro capotado no meio da avenida, uma loja no andar térreo de um prédio de moradores começa á queimar, onze policiais, fora os que devem chegar nos próximos três minutos, e no centro de tudo, Max Dillon, vulgo Electro, um ex-eletricista á quem um acidente concedeu poderes elétricos, o acidente que lhe tornou um super-vilão dá uma idéia de sua incompetência no antigo ofício, o tempo que passa na cadeia de lá pra cá, dá uma idéia da incompetência na atual ocupação, piadinhas á parte, Electro é perigoso, você já deve ter visto as caveiras pintadas em caixas de força, elas não são meramente ilustrativas, é possível morrer lidando com eletricidade, a possibilidade de que isso venha á acontecer se você não tomar as precauções necessárias é bastante elevada, mas eu não posso me preocupar com isso agora, eu tenho alguns poderes, e muitas responsabilidades.
A principal nesse momento é impedir que alguém se machuque, tirando Dillon, que eu pretendo machucar um pouco.
Apesar da minha força, eu sei que é difícil nocautear Electro com apenas um soco, todos esses pirados parecem ter um tipo de resistência ampliada depois que ganham poderes, como a que eu tenho, uma das alternativas seria acertar ele com toda a força, mas só funcionaria se eu conseguisse chegar despercebido, é um pouco complicado, pois me visto de modo chamativo, nesse caso minha alternativa é improvisar alguns cálculos de distância e velocidade (física pura), ângulos de curvatura (geometria), e do estrago que um Ford Tauros da policia de Nova York causaria ao se chocar com o crânio elétrico de um delinqüente super-poderoso de trinta e poucos anos (essa a gente só aprende na prática).
Um pouco pesado de início o automóvel se rende á minha força e a força centrífuga e deixa minhas mãos quase sem peso, Electro está, como de praxe, fazendo uma recapitulação de sua vida difícil, com especial ênfase ao fato de que a sociedade foi injusta com ele e que não lhe deu oportunidades, uma ladainha que os psicólogos da Gruta fizeram o favor de enfiar na moleira de alta tensão do cretino. Mas eu tenho que admitir, ele é impressionante, pois percebe o carro e, com um gesto rápido, explode a minha pretensa arma em pleno ar, causando mais estragos, quando ele se vira, já sabe que sou eu, posso ver o ódio em seus olhos, que literalmente faíscam, ele me detesta, uma de suas principais aspirações é me matar, mas não rápido, ele quer me torturar, me estraçalhar e arrastar minha carcaça esfolada e tostada por Manhattam, imagine a Tia May vendo isso, imagine Mary Jane.
Ele rosna, e berra palavras desconexas, relâmpagos de oitenta e cinco mil volts deixam suas mãos derrubando postes e estourando vidraças, ele me ataca diretamente, mas eu sou rápido, forte e antevejo suas ações milésimos de segundo antes de ele executá-las, as rajadas passam á centímetros de meu corpo, meus cabelos se eriçam sob a máscara, devido á eletricidade estática, eu serpenteio em meio ao calor dos raios e me aproximo como preciso, Electro aponta a mão espalmada para meu rosto, eu sei o que aconteceria em seguida, e me desvio ouvindo o estalo no asfalto atrás de mim, ele me acompanha com os olhos e dispara novamente, eu escapo, o policial atrás de mim, não.
Eu olho de relance e o vejo estendido no chão atrás de mim, a mão treme, os olhos abertos e vidrados o distintivo derretido sobre o tecido da camisa, dois outros se juntam á ele, que deixa a saliva escorrer pelo canto da boca, este homem precisa de cuidados médicos que não terá enquanto Electro estiver aqui, contabilizo minhas opções:
A primeira, pegar o policial e levá-lo eu mesmo até o hospital, não é viável, pois há mais gente aqui e só eu posso enfrentar Electro, a segunda é arrancar o hidrante da esquina e jorrar água no otário e colocá-lo pra dormir, também não serve, pois o prédio está em chamas e os bombeiros vão precisar daquele hidrante, as pessoas no edifício gritam nas janelas, os bombeiros tentam entrar na área isolada, mas são afastados por Electro, e o policial está cada vez mais ausente, a cada minuto as chances das pessoas aqui diminuem.
É então que eu vejo, enquanto ouço os berros do Electro, a minha terceira opção, no alto de um prédio no outro lado da rua, uma caixa d’água, enquanto traço meu plano, escuto a voz rouca do Dillon:
-Aranha, seu filho da puta, a gente não acabou ainda, seu cuzão, eu vou fritar o teu rabo, e te pendurar em Times Square que nem um porco, vou arrancar a tua máscara descobrir quem tu é, e descobrir se tu tem uma vadia, então eu vou atrás dela, e vou matar a cadela, mas antes vou me divertir, e fazer a mesma coisa com a tua mãe, me diz uma coisa:Tu tem filha, Aranha?-
Ele está começando á falar de novo quando eu decido que já aturei tempo demais essa merda toda, me viro pra ele, e tiro o prédio, a policia e os bombeiros da mira, me tornando o foco do palhaço, me mexo rápido entre os raios e chego perto o bastante pra fazer o que eu faço melhor, esmurro o imbecil com força o bastante pra derrubar uma parede de tijolos, escuto o ruído de ossos se partindo, mas sei que não é o fim da linha, ainda, eu o vejo cair e se erguer de novo, uivando de dor e raiva, mas uma coisa é certa, ele não vai falar besteira com o maxilar quebrado, ele dispara á esmo enquanto vem em minha direção, eu me desvio com certa facilidade, e quando ele passa por mim, lanço minha teia em seu peito, e dou meu melhor salto, cerca de 13 metros sem nenhum tipo de aditivo mecânico, no caso uma âncora de teia em algum lugar mais elevado, quando chego ao ápice da altura, eu rodopio minha carga e o arremesso contra a caixa d’água previamente escolhida, ele voa alto e cai exatamente em cima do reservatório, atravessando a fibra de vidro da tampa e do fundo,e fazendo os cinqüenta mil litros de água em seu interior lhe caírem na cabeça, o clarão e o estalo característicos do curto circuito que se seguem me aliviam pois sei que ele não vai mais acordar, enrolo Electro em teia e o deixo sob custódia das autoridades, não sem antes saber que o policial Mayhew está em choque mas deve se recuperar bem, e sem seqüelas. Claro que isso não impedirá o Clarim Diário de amanhã de estampar na capa uma manchete dizendo o quanto eu fui irresponsável em agir colocando vidas inocentes em risco, além de ter usado força excessiva contra Electro, seguindo-se do editorial de J. Jonah Jameson intitulado: “Homem-Aranha: Desgraça ou ameaça?” Que conterá uma lista das lesões que Max Dillon sofreu durante a luta: Três costelas quebradas, fissura de bacia, fratura de tíbia e perônio, quatro dentes arrancados, nariz quebrado, mandíbula partida, e maxilar quebrado em três partes, fora escoriações médias e leves não contabilizadas. Além disso, mostrará que agi de má fé ao deixar que o policial Mayhew fosse atingido pelo ataque de Electro, um levantamento dos danos infligidos á propriedade da cidade de Nova York, tudo isso ilustrado por uma foto que eu mesmo tirei do instante em que Electro tem sua cara literalmente quebrada por mim.
No caminho de volta pra casa me pego com raiva, raiva do Electro, do Jonah e da mídia, dos políticos asquerosos que mentem para começar guerras, dos terroristas pirados que se explodem e só matam quem menos merece, raiva de mim mesmo por insistir nessa vida que só me traz tristeza, e decepção aos que eu amo, com raiva do homem que matou meu tio Ben, e me fez aprender de modo tão dolorido a lição que rege a minha vida, com raiva do Deus que apontou pra mim e disse que eu não teria uma vida normal.
Chego em casa, cheio de angústia, começo á tirar o uniforme e escuto a voz doce de Mary Jane. Sonolenta, ela pergunta:
-Noite difícil, gatão?
-Não mais do que o normal. -Eu respondo
-Vem deitar, meu herói, eu te amo. -Ela conclui.
Eu a observo se virar, se aninhar na cama, linda, linda, as mãos sob o travesseiro, e não consigo conter o sorriso que me brota nos lábios. E me lembro de uma coisa que a tia May sempre me diz, que a gente só cobra de quem a gente espera muito, partindo desse raciocínio, o Homem-Aranha não é uma punição, é um voto de confiança, um voto de confiança que eu devo honrar como tenho feito a minha vida inteira, á custa de sacrifício, esforço e perda, enquanto me deito, me lembro da pergunta que abre meu pesadelo: O que você diz quando fica cara á cara com a pessoa destruiu sua vida? Uma pergunta difícil, para respondê-la é necessário pensar um pouco, refletir com clareza, fazer das perdas professores, e extrair sabedoria das tragédias, depois de ter feito isso, acho que eu diria:
Te perdôo.
Resenha Cinema: Bastardos Inglórios
Terça-feira, após o feriado, munido de um chicken wrap daquela rede de lanchonetes de uma família de funkeiros, a M.C. Donald’s, agarrei meu ingresso, e me sentei confortavelmente em um lugar bem localizado do cinema para assistir um dos filmes que aguardava mais ansiosamente em 2009.
Bastardos Inglórios, o “grande filme de guerra” que Quentin Tarantino preparava quando resolveu fazer o filminho Kill Bill.
Devo confessar que achei Kill Bill apenas bacana. Não curti tanto assim o filme, embora reconheça suas qualidades, ele está, em minha opinião, tremendamente aquém de Cães de Aluguel e Pulp Fiction, embora seja melhor do que Jackie Brown (Do qual eu também gosto.).
Então fui ao cinema pra ver Bastardos cheio de expectativa.
E já na primeira cena, o capítulo inicial, passado
Bastardos Inglórios é o filme de guerra que todo moleque que já brincou fingindo ser um aliado contra os nazistas gostaria de assistir. Os nazistas são tão carismáticos quanto instáveis e cruéis, as mulheres são belas e ambíguas, e os heróis... Bem, os heróis não são exatamente exemplos de comportamentos, mas ei, é um filme de Tarantino, certo?
Eles são Os Bastardos, soldados americanos judeus, unidos sob as ordens do tenente Aldo – O Apache- Raine (Brad Pitt, muito bem, com um sotaque caipira hilário, especialmente tentando falar italiano.), e enviados para a França ocupada como civis para agir usando táticas de guerrilha com um único propósito, matar nazistas. Não apenas no intuito de eliminar os inimigos, mas de causar pânico. Para isso eles usam as técnicas mais sádicas e perversas que a mente Tarantinesca foi capaz de imaginar, com resultados tão chocantes quanto divertidos.
Eles levam terror aos soldados do Reich até que a possibilidade de matar o alto comando nazista lhes dá uma nova diretriz.
Essa chance de ouro está diretamente ligada á Shosanna, jovem judia á qual somos apresentados no primeiro capítulo do longa, e que foi a única sobrevivente do massacre de sua família pelo Caçador de Judeus, Coronel da S.S. Hans Landa (O, pelo menos pra mim, desconhecido ator austríaco Christoph Waltz, premiado em Cannes pela sensacional performance.), que anos depois de ver sua família assassinada chama a atenção de um herói de guerra alemão e recebe a oportunidade de receber os mais notórios líderes do Nacional Socialismo no cinema que opera com a ajuda de seu amante Marcel.
O coronel Landa de Waltz é um capítulo á parte, o oficial nazista dispara uma quantidade de frases banais que, em sua interpretação ganham dimensões muito mais amplas, como a já clássica “Attendez La creme”, ou “posso fumar meu cachimbo, também?”. Dono de um humor doentio e de uma amabilidade assustadora, o oficial poliglota é um dos melhores personagens que Tarantino já criou.
Aliás, personagens excelentes são encontrados aos borbotões durante toda a projeção, Donny Donowitz, Hugo Stiglitz, Bridget Von Hammersmark, Archibald Hicox... Todos excelentes, e com, no mínimo um momento memorável no memorável longa, onde Tarantino nem sequer tem pudores de mandar a História lá pra casa do Capita, exatamente como todo moleque fazia quando brincava de aliados versus EIXO.
Repleto de frases que ficam na cabeça, momentos tensos e hilariantes na mesma medida (Toda a seqüência da taverna
"Antes que eu me vá, posso tomar mais um copo do seu delicioso leite?"
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Resenha Game: Batman: Arkham Asylum
Há momentos na vida em que nos deparamos com jogos de video games que são tão maneiros e atendem tão bem nossas expectativas que, quando terminamos, pensamos:
"Puta merda! Por que é tão curto?!"
Isso me aconteceu duas vezes recentemente. Foi jogando Star Wars - The Force Unleashed, no ano passado, ou retrasado, e duas semanas atrás quando dei fim aos planos macabros do Coringa em Batman: Arkham Asylum.
Se você é fã do morcego, é obrigatório, se você gosta de um bom jogo de super-herói, é obrigatório, se você quer ter a experiência mais próxima do que é ser o maior detetive do mundo, mesmo que não saiba que é um dos apelidos do Batman, é obrigatório.
O jogo mostra Batman as voltas com uma rebelião em larga-escala engendrada pelo Coringa no asilo Arkham, lar dos maiores criminosos de Gotham City, momentos após o herói tê-lo devolvido à instituição após sua captura.
Com a ajuda de sua cúmplice Arlequina, o príncipe palhaço do crime toma o controle do manicômio, fazendo os guardas e médicos reféns dos mais terríveis criminosos ali encarcerados.
Para vencer o vilão, Batman deve usar todo o seu arsenal de habilidades, suas técnicas de luta (Demonstrada de maneira simples de executar e espetacular de ver com combos bem detalhados e integrados á ação.), seus aparatos tecnológicos (Onde ele arruma esses brinquedos?) suas habilidades de detetive (Sem as quais é virtualmente impossível escapar de certas situações.), cientista (essa fica um pouco em segundo plano pra quem está jogando, mas é crucial na trama do jogo.) e, claro, de herói (Retornando sem ajuda das raias da loucura e seguindo contra todas as chances.).
A jogabilidade é excelente, os gráficos são o disparate ao qual já nos habituamos em jogos HD da nova geração, a ambientação é sensacional, e em certos momentos, o ambiente é tão opressivo, sombrio e assustador que se tem a impressão de estar jogando um game de survivor horror, mas isso é apenas até lembrar que você está no controle da criatura mais perigosa do asilo, mandar o medo lá pra casa do Capita e pendurar um dos prisioneiros da Blackgate de ponta-cabeça chorando pela mãe e apavorar seus cúmplices.
Há, além da trama central uma série de desafios paralelos espalhados pelo Charada nos quatro cantos da ilha-hospício, que além de aumentarem o tempo de jogabilidade (Os desafios desaforados do Charada são muito divertidos, e resolver muitos deles é tão prazeroso quanto chutar a cabeça de um maníaco armado.) mostram vários vilões e personagens secundários a mitologia do Batman que são um deleite para os fãs dos quadinhos.
Os chefes de fase são desafiadores e possuem uma mecânica específica para serem enfrentados, os duelos mais interessantes são, sem dúvida, contra o Espantalho e especialmente o tenso enfrentamento com o Croc assassino, mas todos são maneiros.
Enfim, Batman: Arkham Asylum é um game excelente, e, suponho, deve agradar tanto aos fãs do herói quanto aos fãs de um bom game.
É irônico pensar que Arkham Asylum só chegou as mãos dos fãs por que a empresa encarregada do game de Dark Knight (O filme.) foi incapaz de entregar um produto decente á epoca do lançamento do filme.
Há, de fato, males que vem pra bem.
"Vida longa e próspera."
Segunda Postagem.
RPG.
Sou jogador de RPG desde meados de 1996 (Crianças, vocês não acreditariam nessa época. Nós fazíamos pesquisas em lugares cheios e livros chamados bibliotecas, e não no google.), e, após algum período afastado, retomei as atividades em 2002. Em 2003 me tornei mestre, e, como sempre fui um sujeito lerdo, mestro um sistema tido por muitos como morto, o AD&D, 2° edição.
O meu modo de mestrar é anárquico, mas bem intencionado. Pelo bom andamento da história estou mais que disposto á chutar todas as regras lá pra casa do Capita, e usar a máxima de que "Quem decide é o Mestre".
Pode parecer ditatorial, mas juro que todas as atrocidades que cometo são visando o bem maior (The Greater Good - quem assistiu Hot Fuzz sabe que deve imaginar isso sendo dito por várias pessoas ao mesmo tempo.).
Bueno, essa campanha que comecei a mestrar em 2003 segue, meio que aos trancos e barrancos, sendo jogada nos dias de hoje. Jogadores saíram e retornaram, personagens idem, membros do grupo morreram, mudaram de lado, ou apenas abandonaram a vida de aventuras para levarem existências mais simples e pacatas.
Os personagens centrais, no entanto, seguem. Um psiônico humano chamado Marcius, um drow samurai (Não falei que chuto as regras? No início ele era um ninja. Chorem e se descabelem, puristas.) chamado Elerhon, um bárbaro humano de nome Cron, um guerreiro anão chamado Gamil e um clérico/ladrão de nome Vindhin Fynn.
No momento eles estão as voltas com um ditador oriental que tomou de assalto todo o continente, e empreendem uma guerrilha contra esse tenebroso inimigo enquanto erguem um vale abandonado para servir, agora como base de operações, e no futuro como reino onde serão regentes.
Gosto do modo como os personagens cresceram em ambição e importância, refletindo o crescimento dos players á quem chamo meus amigos, e espero que, com o passar dos anos, sigamos nos reunindo ao redor da mesa, com livros velhos á nossa frente, com responsabilidades maiores dentro e especialmente fora do jogo, sem esquecer que mesmo o mais responsável de nós, pode se dar ao luxo de ser um espadachim, ou um mago por algumas horas por semana sem perder nada, e, quem sabe, ganhando muito.
"Excelsior".
Primeira postagem.
Bem vindos, welcome, bien venidos, e... Bom, acho que basta.
Essa é a postagem inaugural do Casa do Capita, um blog que seria, inicialmente, uma forma de publicar pensamentos sobre coisas como cinema, quadrinhos, livros, e o que mais for bacana de comentar.
Eu adoraria que o post inaugural fosse sobre um filme maneiro como Bastardos Inglórios (Tarantino, saca? O que pode ser mais cool?), ou Distrito 9 (Ficção científica show de bola com selo de aprovação de Peter-Senhor dos Anéis-Jackson), ou até Gamer (Filme casca-grossa com o rei Leônidas Gerard Buttler em pessoa.), o lance é que eu iria assitir um deses filmes no sábado, mas fui traído pelo sistema de telefonia celular do Rio Grande e o programa não aconteceu.
OK, eu poderia ter postado á respeito de um filme que vi no meio da semana, (Ingresso de cinema não chega á ser tããããããão caro em Porto Alegre, se pode ir duas vezes por semana.), e O Sequestro do Metrô 123, thriller com Washington e Travolta, dirigido pelo ás vezes excelente Tony Scott, era a pedida da Terça-Feira.
Mas aí entra outro porém. Numa lamentável falha de comunicação, eu e meus amigos fomos para o cinema errado.
Acabamos em um cineplex de shopping onde haviam poucas opções, e Gamer e O Sequestro do Metrô 123 não estavam entre elas. E acabamos assistindo A Verdade Nua e Crua.
É, comédia romântica, chick flick total, estrelada pela Katherine Heigl e pelo Leônidas Gerard Buttler.
OK, três marmanjos sentando lado á lado pra ver o filme, só casais e gurias ao redor... Embaraçoso.
Mais embaraçoso foi o fato de eu ter rido. Poderia ter ficado de cara amarrada o filme inteiro, mas a verdade é que tanto o personagem do Buttler é divertido, quanto a Heigl é uma graça, e, mais valiosos, não tem medo do ridículo.
O filme é previsível, a gente lê a premissa e sabe o final, de qualquer modo, toda a comédia romântica é assim, certo? A graça sãos as piadas durante o filme, antes do casal-que-se-odeia-descobrir-que-se-ama, e até que o filme tem algumas bem boazinhas. A trama:
Produtora de TV bonita, mas azarada com relacionamentos está enfrentando quedas de audiência, seu chefe decide apimentar seu programa com a presença de um grosseirão trazido da TV á cabo para dar dicas sobre relacionamentos. Ela não o quer no programa por achar sua visão das mulheres e dos homens simplista e machista, eles brigam, mas ele acaba se oferecendo pra ajudá-la á conquistar o médico bonitão que se muda pra casa ao lado, o que ela consegue usando as dicas que antes lhe pareciam ofensivas.
OK, todo mundo sabe onde vai parar. Algumas piadas boas (Deve ser um certo sexismo de minha parte, mas as piadas do Buttler são melhores.), uma química bacana entre os protagonistas e meio que era isso... Faltou um coadjuvante extremamente grosseiro, o que eu achava que era obrigatório nesse tipo de filme (Quem não lembra do Spike de Rhys Ifans em Nothing Hill?). Ah, tem uma cena em um jantar, que está no trailer, que meio que me lembrou Harry e Sally, mas só de leve.
Enfim, a postagem inaugural não deve ser memorável por que o filme em que foi baseada também não foi. Isso meio que livra a minha cara, não? Que bom. Terça prometo que assisto Bastardos Inglórios e falo á respeito.