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quarta-feira, 30 de setembro de 2020
Adeus, Maestro
Após longo período de trevas eu volto a esse espaço de uma maneira deveras triste.
Ironicamente, minha última postagem, do distante seis de julho, fora a respeito da morte de um artista a quem eu admirava, Ennio Moriconne, e hoje eu volto para render homenagem a outro criador cujo trabalho me enriqueceu e entreteu ao longo dos últimos anos:
Joaquín Salvador Lavado Tejón.
Por esse nomezão todo, talvez seja difícil saber de quem estou falando, já que esse brilhante cartunista argentino, nascido em Guaymallén a dezessete de julho de mil novecentos e trinta e dois ficou conhecido pelo apelido com o qual assinava suas tiras, Quino.
Publicando profissionalmente desde 1954, Quino se transformaria em um ícone do cartum em 1964 quando uma personagem que criara para uma campanha publicitária de eletrodomésticos que jamais foi pra frente ganhou as páginas do semanário Primera Plana, a Mafalda.
A pimpolha de seis anos de idade que desconsertava seus pais, professores e amigos com um arguto e questionador olhar para o status da sociedade transformou Quino em um dos principais nomes das artes gráficas em um país cheio de papas do gênero.
Durante nove anos e quase duas mil tirinhas, Quino e Mafalda se inseriram no imaginário popular indagando os comos e os porquês de um mundo que obviamente não funcionava como deveria, até que o criador se cansou de sua criatura, e a aposentou em 1973 para se dedicar a outros personagens e outras narrativas sem jamais perder de vista a crítica política embrulhada em singeleza que tornaram Mafalda e Quino ícones.
Aos oitenta e oito anos, Joaquín Salvador Lavado Tejada faleceu em decorrência de complicações após um AVC, mas Quino e seu trabalho, seguirão para sempre vivos, cativando os corações de gerações que colocarem as mãos em suas publicações.
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