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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Quadrinhos: Grandes Astros: Superman
Lá em meados de 2004, 2005, quando todo mundo pensou que a DC fosse criar uma versão própria do Universo Ultimate, que fazia um puta sucesso na Marvel, esqueceram de um detalhe importantíssimo: A cronologia da DC é tão zoada, e cheia de universos paralelos que a última coisa que a editora precisa fazer é criar mais um pra recontar as origens de seus heróis do zero. Quando eles querem fazer isso eles apenas recomeçam tudo com alguma CRISE, e segue o jogo, tão aí os Novos 52 que não me deixam mentir.
Então, espertamente, ao invés de recontar a origem de todos os seus heróis em (mais) um mundo paralelo, o que a DC resolveu fazer foi dar carta branca a uns criadores consagrados pra que eles contassem uma história de um personagem sem se preocupar com a cronologia vigente, ou qualquer cronologia.
Aliás, registre-se aqui, que é por coisas como essa que a DC tem muito mais "histórias definitivas" pros seus personagens do que a Marvel.
A Distinta Concorrência da Casa das Ideias volta e meia libera criadores pra contar uma história atemporal, atípica, e geralmente fodona, com um de seus personagens mais mainstream. É por isso que é tão difícil escolher uma história preferida do Batman, por exemplo. É um personagem que tem umas dez histórias "definitivas".
Enfim, nesse caso, o selo da tal "carta branca" era o tal Grandes Astros (All Stars no original), e começou com os dois grandes medalhões da Diabólica Companhia:
Batman e Superman.
Por estranho que pareça, o Morcegão se deu mal nessa. Caiu na mão do roteirista Frank Miller, que já tinha sentado na graxa com Cavaleiro das Trevas 2 e do artista Jim Lee, e Grandes Astros: Batman & Robin, mesmo sem ser horrível, se perdeu nas areias do tempo, e ficou no rodapé da história do morcegão nos quadrinhos.
Melhor sorte teve o Homem do Amanhã. Grant Morrison, acompanhado do desenhista Frank Quitely e do arte finalista/colorista Jamie Grant escreveu aquela que ao lado de Superman - As Quatro Estações e O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã? é a mitologia definitiva do Homem de Aço.
A obra, vencedora de prêmios Eagle, Eisner e Harvey foi originalmente publicada no Brasil em formato de mini série, em doze capítulos lançados entre 2006 e 2008, e desde então, jamais dera as caras novamente.
A Panini finalmente se deu conta da injustiça, e lançou nesse mês de Outubro Grandes Astros: Superman - Edição Definitiva, compilação das doze edições da série em um único volume de 308 páginas com vários extras inéditos, incluindo esboços de Quitely (O desenhista que mostrou ao mundo como é que o Superman podia convencer todo mundo que era Clark Kent e que os dois não eram a mesma pessoa) e notas de Morrison.
Grandes Astros: Superman mostra o que acontece quando o último filho de Krypton absorve uma carga excessiva de energia solar ao resgatar um grupo de pesquisadores na superfície do Astro-Rei, vítimas de uma armadilha de Lex Luthor.
Envenenado pela overdose de radiação solar, o herói descobre-se correndo contra o tempo para preparar o mundo para existir sem o seu maior campeão.
Grant Morrison entende demais do riscado. Quando não está convencido de que é um gênio, ele é genial, e foi o que aconteceu na época de Grandes Astros: Superman.
O escocês estava apenas contando uma história com o maior herói do mundo. Uma história inteligente, empolgante, tocante, grandiosa e irretocável, com o maior herói do mundo.
Da primeira página, com a origem do herói contada em apenas quatro sucintos quadros,
à última, mostrando o quanto Kal-El está disposto a sacrificar pela humanidade, nós vemos a história definitiva de Superman contada por uma equipe de criadores excepcional.
Os devaneios tecnológicos e filosóficos de Morrison, a arte espetacular de Frank Quitely e as lindas cores digitais de Grant trabalham com precisão de orquestra para pintar o mais belo retrato do Universo do Superman em muito tempo.
A Lois Lane mais apaixonante, atrevida e linda, o Jimmy Olsen mais porra louca, Perry White, Cat Grant e Steve Lombard, os adoráveis Jonathan e Martha Kent, a Zona Fantasma, a mais espetacular versão da Fortaleza da Solidão, um Bizarro de partir o coração e um odioso Lex Luthor, está tudo lá, na melhor forma, com o melhor conteúdo, lançando um olhar inovador e ao mesmo tempo reverente sobre o pai de todos os super-heróis.
A edição definitiva, obrigatória pra qualquer forma de vida baseada em carbono capaz de ler e que já tenha passado os olhos em cima de um quadrinho de super-herói está nas livrarias em edição bonitona, com capa dura, papel couché no miolo e formato 18,5 x 27,5 Cm, custa R$79,00 que a gente paga rindo satisfeito, e coloca na estante pensando em quando vai ler de novo.
"Planeta condenado. Cientistas desesperados. Última esperança. Casal bondoso."
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