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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Resenha Game: FIFA 13


Eu já devo ter falado sobre isso antes, mas a verdade é que até meados de 2002 eu não passava nem perto de games da série FIFA. Pra mim, a franquia esportiva da EA era uma piada de mau gosto, e o que era maneiro, mesmo, eram os games que a Konami fazia pra série Superstar Soccer, Winning Eleven e, posteriormente, Pro Evolution Soccer.
É estranho pensar que, quem me jogou nos braços da concorrência foi justamente a Konami, ao não desenvolver versões de seus games de Pro Evolution e Winning Eleven para a plataforma 128 bits da Nintendo, o Game Cube.
Como a Konami simplesmente ignorou o console da Nintendo, eu precisei arrumar outro jogo de futebol pra jogar, e encontrei o FIFA 2002, que estava longe de ser uma maravilha, mas já era bem melhor que a suas versões 95/96, as únicas que eu havia jogado até então.
Joguei FIFA 2002, 03 e 04. Pulei a versão 05, mas me tornei fã da série. FIFA não era um game perfeito de futebol, longe disso, mas tentava desesperadamente ser um simulador perfeito de futebol. Tentava com toda a força dos desenvolvedores ser o mais próximo possível da experiência de jogar futebol de verdade, o que eu, como um bom boleiro de final de semana, tinha que saber valorizar.
Em 2007, já tendo comprado meu primeiro video game não Nintendo, o Playstation 3, e tendo a oportunidade de voltar a comprar o PES, não titubeei em escolher FIFA, tanto por gostar mais do simulador que o game se propunha a ser em detrimento do arcade maluco de PES, quanto porque o game da EA jamais se acomodou entre uma versão e a outra, e mesmo errando aqui e ali, sempre buscou seguir trabalhando em busca da excelência.
E na semana passada eu comprei meu FIFA 13, e percebi mais um passo dado pela série da EA Sports rumo à tal excelência.
FIFA 13, cujo demo eu já havia experimentado e aprovado, é ainda melhor em sua versão integral. Alguns dos tropeços do jogo em sua versão 12 foram sanados, como o sistema de impacto, ainda demasiado experimental no game do ano passado, que fazia os jogadores tropeçarem uns nos outros o tempo inteiro, especialmente em lances de bola parada, se o player não estivesse atento à sua movimentação defensiva.
Isso não acontece mais. O sistema de impacto permanece, os adversários e os companheiros têm "substância", não são fantasmas que podem ser atravessados como que por mágica que algum botão de desarme não estiver sendo pressionado.
A inteligência artificial dos defensores adversários foi incrementada, e ficou mais difícil bater a zaga inimiga tanto na velocidade ou no drible, quanto fazendo jogadas tramadas de "um, dois", já que os beques controlados pelo PC estão de olhos bem abertos e vigilantes.
A parte tática do game continua bem construída e sutil, premiando aqueles que sabem fazer bom uso dela, e esculhambando bonito a vida de quem não sabe.
Os gráficos ainda são bons, alguns jogadores são idênticos, outros apenas parecidos, mas em se tratando de um game com aquela quantidade absurda de rostos pra digitalizar, "parecidos" já demonstra um esforço absurdo por parte da equipe gráfica do jogo.
O modo carreira foi aprimorado, com aumento da interação entre treinador e jogadores, possibilidade de acumular o cargo de técnico de uma seleção nacional ao trabalho como ménager de um clube, por exemplo.
Outra boa novidade foi a volta da "lojinha" virtual, desaparecida nas últimas versões, onde se pode comprar comemorações, chuteiras, bolas e uniformes alternativos de diversas equipes, além de recursos pra usar na carreira de treinador, tudo isso usando pontos que se adquire simplesmente jogando o game.
Minha tristeza segue sendo o fato de o Internacional, meu clube do coração, não estar no game (além de Palmeiras, Vasco, Botafogo, Ponte Preta, Portuguesa, Náutico, Sport...), infelizmente o fato de o Brasil não ter uma Liga de Futebol e cada contrato de utilização de imagem ter de ser negociado individualmente com os clubes pesa na hora de construir o campeonato brasileiro, além disso, a Konami investiu pesado na montagem da versão digital do Campeonato Brasileiro na versão 2013 de PES, o que não deve ter facilitado a vida da EA na hora de tentar usar a imagem dos clubes da série A, nada no entanto que prejudique em demasia a experiência de jogar FIFA, e, se fosse o caso, existe pra isso o Creation Centre, onde se pode criar clubes de futebol, com nome, escudo, uniforme e patrocínios, igual que nem são no mundo real.
Claro, nada disso valeria patavina se FIFA não continuasse tendo uma jogabilidade absurdamente eficiente, com tempo de resposta acima da média, e animações que beiram a perfeição. Mas FIFA tem tudo isso.
É perfeito?
Não. Ainda não. Enquanto PES segue investindo pesado na América do Sul, FIFA ignora a imensa maioria dos clubes de países abaixo da Linha do Equador, disponibilizando dois ou três clubes argentinos no balaio "Resto do Mundo", não tem explicação pra existir uma liga Romena de futebol no FIFA e não a existir a Liga Argentina. Um campeonato sul-americano de clubes e um mundial seriam adições extremamente bem vindas, e, claro, a exclusão da cretina dupla de comentaristas em português, Tiago Leifert e Caio Ribeiro, insuportáveis com suas vozes xaropes e comentários cretinos.
No mais, FIFA segue sendo a grande franquia de futebol virtual dessa geração, e que venha FIFA 14, e mais um passo rumo à excelência.

"Goooooooooooooooool!"

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