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segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Resenha Cinema: 007 - Skyfall
Sou fã de longa data do agente menos secreto a serviço de sua Majestade. Acompanho as aventuras de Bond, James Bond, desde a época de Roger Moore, cujos filmes quase cômicos eu assistia sentado faceiro no sofá da sala da minha avó em nebulosas tardes de sábado na minha infância.
Depois, um pouco mais velho, assisti aos filmes de Sean Connery, ao solitário filme de George Lazenby, e após Moore vi Timothy Dalton (Sim, meu Bond favorito, ainda que eu saiba que Connery foi o melhor), Pierce Brosnan e o atual, Daniel Craig que, vou confessar, foi o único James Bond cujos filmes eu assisti todos no cinema (Sim... Meu primeiro James Bond em tela grande, foi 007 - Cassino Royale. Também lembro que o primeiro filme de 007 que eu aluguei foi Goldeneye, todos os outros eu assisti na TV aberta.).
Enfim, sou fã da antiga de James Bond, e, devo dizer, apesar de gostar muito dos filmes estrelados por Daniel Craig, o ator britânico jamais me convenceu como James Bond.
Sua encarnação raivosa e urgente do personagem, correndo, saltando, atirando e esmurrando de um lado pro outro sempre evocou uma aura de Jason Bourne que, pra mim, não casava com o Bond que eu conhecia.
Ainda que Cassino Royale fosse um ótimo filme de ação com cara de reboot e que apresentasse uma origem bacana pro personagem que recebia lastro, profundidade e humanidade, e Quantum of Solace fosse uma sequência à altura do predecessor, Daniel Craig continuava, na minha cabeça, sendo apenas um dublê de Jason Bourne fingindo ser James Bond...
Mas aí, veio 007 - Skyfall (que no Brasil, por algum motivo obscuro ganhou um "operação" no meio do título.).
Skyfall começa, claro, com uma brutal sequência de ação na Turquia, envolvendo Bond às voltas com uma lista de nomes de agentes secretos infiltrados pelo mundo.
Dado como morto após a missão, Bond ressurge quando o MI-6 e M (Judy Dench) se tornam alvos de um obstinado terrorista, Silva (Javier Bardem, histérico), que coloca a inteligência britânica em um sádico jogo de gato e rato em busca de vingança.
Finalmente Daniel Craig mostra que pode ser James Bond.
Ainda que insista em mostrar o peitoral musculoso e o abdome sarado mais vezes do que a audiência masculina está disposta a ver, o ator encontra o tom canastra do espião mais famoso do cinema nessa terceira incursão no papel, dessa vez sob a batuta do diretor Sam Mendes.
Acompanhado por um elenco de apoio de peso, que inclui além de Judi Dench, Ben Whishaw (um jovem e moderninho Q), Naomie Harris (esbanjando saúde como Eve), Ralph Fiennes (Gareth Mallory), Berénice Marlohe (Sévérine), Ola Rapace (Patrice) e Albert Finney (Kincade), além do vilão Silva, de Javier Bardem, que começa ótimo, afetado, agressivo, sexualmente indefinido, mas vai ficando mais, digamos, "tradicional" conforme o filme se desenrola rumo ao explosivo desfecho na Escócia, Craig protagoniza uma volta de James Bond às origens, ainda que discretamente, flertando com a homenagem, com as traquitanas tecnológicas de Q, o Aston Martin com assento ejetor, paisagens exóticas, mulheres lindas, vodca-martínis batidos, e não mexidos e o tradicionalíssimo "Bond, James Bond".
Depois de dois "filmes de origem", reboots ou seja lá o que foram Cassino Royale e Quantum of Solace, foi bom voltar a ver o velho James Bond em um filme cuja maior qualidade talvez seja justamente parecer um filme de James Bond.
Bem vindo, duplo zero sete, sentimos sua falta.
"-Todos precisam de um hobby.
-...E qual o seu?
-Ressurreição."
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