Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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sábado, 27 de junho de 2015
Tem Seu Valor
A Raquel, estatura mediana, magrinha, cabelos castanhos crespos, olhos castanho-escuros, bonitinha, direita, sem arroubos, lavava os pratos na cozinha após o almoço de sábado. Na sala, ouvia o som da TV conforme seu marido, Antônio, alto, quadradão, cabelos e olhos escuros, zapeava entre os canais sem aparentemente encontrar nada que o agradasse na programação do sábado à tarde.
Ali pelas tantas, entrou um som de música... Algum instrumento de sopro, talvez? A Raquel não identificou o instrumento, mas identificou a melodia.
Que música era aquela, perguntou-se.
Antes que tivesse chance de matutar, com os braços de espuma de detergente até os cotovelos, percebeu a aproximação do Antônio, que entrou rodopiando na cozinha como quem dá um passo de dança. Ele abriu a boca:
-Eu preciso te falar... Te encontrar de qualquer jeito... Pra sentar e conversar... Depois andar de encontro ao vê-entuuuuuuuú...
A Raquel arregalou os olhos e encarou o Antônio:
-Que é isso, Toni?
O Antônio a enlaçou pela cintura, e a puxou de encontro a si:
-Eu preciso respirar... O mesmo ar, que te rodeia... - E cheirou o cangote da Raquel. -E na pele quero ter, o mesmo sol que te bronzei-aaaaaaaa... - E lambeu o ombro da Raquel. -Eu preciso te tocar, e outra vez te ver sorrindo... Te encontrar num sonho lí-in-dúúúúúúúúúúúúúúúúúú...
Ajoelhou-se no chão da cozinha, ergueu a saia da Raquel, afastou a calcinha dela pro lado, e beijou-lhe delicadamente o monte de Vênus.
Raquel tentou afastá-lo, empurrando-lhe a cabeça pra longe do próprio púbis com as duas mãos.
-Que é que tu tá fazendo, homem de Deus? Que sem-vergonhismo é esse?
O Antônio se levantou, abriu dois botões da blusa da Raquel:
-Já não dá mais pra viver... Um sentimento sem sentido... Eu preciso descobriiiir, a emoção de estar contí-iguuuuuuú...Ver o sol amanhecer, e ver a vida acontecer, como um dia de dumingúúúúúúúúúúúúúúúúúú...
Deu um trancaço na Raquel, colando seu pélvis à coxa dela, e a olhando languidamente. Ela olhou em volta, baixou os olhos:
-Tá... Peraí, então... Deixa eu terminar de lavar esse prato e a gente vai pro quar-
Ele a interrompeu:
-Faz de conta que ainda é cê-edúúúúúúúúúúúúúúúúúú... Tudo vai ficar por conta da emoçã-aaa-ummmmmmmm, faz de conta que ainda é cê-edúúúúúúúúúúúúúúúúúúú-úúúúúúúúúúúú, e deixa falar a voz do coraçaummmmmmmm...
Abriu-lhe o sutiã e beijou-lhe os seios conforme baixava-lhe a calcinha por sob a saia e a puxava para que se juntasse a ele no piso laminado da cozinha.
Cerca de uma hora e meia depois, suada e desalinhada, Raquel recebeu um beijo estalado do marido, que a ajudou a se levantar, e terminou de lavar a louça enquanto ela foi ao banheiro tomar uma ducha e se recompôr.
Não falaram mais no assunto, e o resto do sábado transcorreu como todos os outros sábados do casal até ali.
O mesmo durante a semana, em que nada de novo ou remotamente marcante acontecera. No sábado, o Antônio acordou ali pelas dez, foi bater uma bola no parque, na volta passou pelo mercado e chegou em casa com as compras perto do meio dia.
A Raquel acordou um pouco mais tarde, quase onze da manhã, fez uma limpezinha leve na casa, passeou com o cachorro e ficou esperando que o Antônio chegasse.
Quando ele chegou, ela preparou o almoço enquanto ele tomava banho, serviu enquanto ele se vestia, e eles comeram juntos.
Quando terminaram, ele disse que cuidava da louça e ela ficou na sala, olhando TV.
Olhou para os próprios pés... Mudou de canal uma vez... Duas... Nada de bom passando. Ouviu o som da esponja roçando no aço inox das panelas, e mordeu o lábio inferior.
Ligou o som.
Ali pelas tantas, entrou a Raquel, toda vamp, toda fatal na cozinha. O Antônio olhou pra ela e deu um sorriso, e ela começou:
-Fecho os olhos pra não ver passar o tempo...Sinto falta de você...Anjo bom, amor perfeito no meu peito... Sem você não sei vivêêêêr... Vem, que eu conto os dias,Conto as horas pra ter ver, Eu não consigo te esquecer... Cada minuto é muito tempo sem você, sem vocêêêêê-êêêêêêêêêêê...
E saltou no Antônio, o enlaçando com as pernas enquanto o beijava com sofreguidão.
Enquanto abaixava os calções e dava um jeito de se deitar no chão sem machucar a Raquel, Antônio ainda pensou como é que tinha gente que não percebia o valor das músicas do Michael Sullivan.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Rapidinhas do Capita
É oficial. A Marvel e a Sony bateram o martelo e escolheram o novo Homem-Aranha do cinema.
Tom Holland, de O Impossível será o terceiro ator a envergar o colante azul e vermelho no cinema depois de Tobey Maguire e Andrew Garfield.
O ator londrino de dezenove anos recém completados fechou acordo para viver o Homem-Aranha em três a quatro filmes solo (um para cada ano de Peter no colegial), e mais uma quantidade ainda desconhecida de filmes da Marvel, que devem incluir Capitão-América - Guerra Civil, e Vingadores: Guerra Infinita partes 1 e 2.
Surgiram boatos afirmando que Homem Formiga, que estréia no mês que vem, já terá diversas alusões ao universo do Homem-Aranha, inclusive com menções à Oscorp, empresa de Norman Osborn.
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Além do protagonista, a Sony/Marvel divulgou a escolha do diretor dos novos Homem-Aranha, será Jon Watts, diretor do terror Clown, e de Cop Car, filme independente exibido no Festival de Sundance desse ano.
Diretor de curtas e filmes para a TV, Watts se enquadra no papel de diretores-fantoche que aparentemente agrada à Marvel em seus longas, e vai na contramão de nomes mais experimentados que chegaram a ser aventados antes do anúncio.
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No papel de fã do personagem, e considerando os nomes que estavam em disputa com Holland (Matthew Lintz, Charlie Plummer e Asa Butterfield), acredito que os estúdios encontraram um bom equilíbrio entre semelhança com o personagem dos quadrinhos e talento.
Holland mandou muito bem em O Impossível, e poderá ser visto ainda esse ano em No Coração do Mar ao lado do Thor Chris Hemsworth.
Dançarino de formação, Holland já estava dando piruetas na internet para provar que é capaz de fazer justiça às acrobacias do herói aracnídeo.
É, oficialmente, o fim de uma era.
Agora é começar a especular os demais nomes do elenco do novo filme do cabeça de teia, (Alguém falou em Bryan Cranston como Norman Osborn?), e torcer para que finalmente tenhamos o equilíbrio entre o grande filme, e o grande protagonista, algo que os fãs do Homem-Aranha ainda não viram.
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segunda-feira, 22 de junho de 2015
Quadrinhos: Demolidor 7
Mais uma vez a Panini brinca com meus sentimentos e Demolidor atrasa pra chegar a Porto Alegre. Por sorte o atraso da vez foi menor do que o anterior, e o gibi atrasou apenas umas duas semanas, ainda assim, magoa, dona Panini, então, mais juízo na próxima vez.
O homem sem medo da Marvel vive um grande momento, com um gibi sensacional e uma série de TV espetaculosa, de modo que a única coisa realmente acima de qualquer suspeita que eu tenho lido/assistido com gente usando colante, tem o duplo D entrelaçado em algum lugar.
Os quadrinhos são o assunto da vez, e eu não vou repetir que Demolidor é o melhor gibi em série sendo lançado no Brasil, tampouco vou ficar me derretendo em elogios ao escritor Mark Waid e aos artistas Chris Samnee e Peter Krause, vou dizer apenas que, se tu curte quadrinhos de super-heróis, não ler Demolidor é um pecado.
Após os eventos da edição anterior, Demolidor 7 segue mostrando a mudança de Matt Murdock para São Francisco após ele perder a licença para advogar em Nova York.
Ao lado de sua sócia/side-kick/interesse romântico Kirsten McDuffie, Matt se prepara para seis horas a bordo de um avião para sua nova casa, mas uma inesperada tempestade o faz parar em Milwaukee, onde ele tem um inesperado encontro com o vilão conhecido como Pensador Louco!
Na história seguinte, o diabo da guarda está empenhado em construir uma relação amigável com as autoridades de São Francisco, e para isso, colabora com a polícia em investigações enquanto se aclimata a uma cidade que mudou muito desde o tempo em que ele viveu lá.
Com o Matt sendo celebrado como uma celebridade agora que sua identidade é de domínio público, o Demolidor atrai a atenção do anti-herói conhecido como Mortalha, que tem planos para um velho conhecido de Matt que também se mudou para a Califórnia.
Depois, enquanto Kirsten precisa lidar com a nova realidade do escritória de Nelson e Murdock, sem Nelson, Matt precisa impedir que o Mortalha se alie a Leland Owlsley, o Coruja, em uma série de ações que podem ter um único objetivo.
Com cento e quarenta páginas, Demolidor 7 reúne as edições 0.1, 1, 2, 3 e 4 de Daredevil.
Papel esperto no miolo, capa cartão, R$18,90 nas melhores casas do ramo, e quem não lê não sabe o que está perdendo.
"Meu amigo Foggy adora me lembrar que torcer pra dar certo não é um plano..."
Resenha DVD: Um Santo Vizinho
Eu vou confessar que não me lembro exatamente quando foi que começou a "mania" de Bill Murray...
É engraçado pensar que hoje, quando se fala em Bill Murray, todo mundo que entende um mínimo de cinema (ou finge que entende um mínimo de cinema) faz "ooooh", "Uau" ou algum outro ruído de deferência, e diz o quanto Bill Murray é foda.
Eu sempre gostei do Murray, mas a verdade é que eu sou de um tempo em que a maioria das pessoas mal e mal sabiam diferenciar Murray e James Belushi (inclusive ganhei um Street Fighter II pra Super NES numa aposta referente ao tema, mas tive a grandeza de não levá-la a cabo, deixando claro o quanto eu era magnânimo.).
Mas foi-se o tempo, e, quando quer que a onda Bill Murray tenha começado (Eu chuto que foi em Encontros e Desencontros), hoje o ator e comediante recebe o devido reconhecimento, ainda que tenha alcançado uma idade em que, infelizmente, os papéis de protagonista se tornaram mais raros, e em filmes que acabam em circuito reduzido em meio aos lançamentos barulhentos e a obrigatoriedade de ter sempre filmes nacionais passando nas salas.
Por sorte, um desses raros papéis de protagonista é o Vincent de Um Santo Vizinho.
Um rabugento veterano do Vietnã, Vincent é um sujeito azedo, beberrão, viciado em corridas de cavalos, que leva a vida entre visitas ao hipódromo, ao bar, e à prostituta grávida com quem mantém um "relacionamento".
Vincent está quebrado, devendo dinheiro a agiotas, com a conta mais de cem dólares negativa no banco e a saúde em frangalhos, e não está nem aí.
O caminho do velho podrão é cruzado pela nova vizinha, Maggie (Melissa McCarthy), que se muda para a casa ao lado, e do filho dela, Oliver (Jaeden Lieberher).
Maggie está se divorciando do marido, e Oliver entra em uma nova escola em meio ao período letivo. Com Maggie trabalhando horas extras para aumentar a renda, o guri fica à mercê do bullying dos novos colegas, e após perder suas chaves e seu celular em uma peça pregada por outro menino, acaba dependendo da boa-vontade de Vincent para contatar sua mãe.
Após alguns encontros breves e pequenas sessões de insultos, onde Vincent tenta arrancar dinheiro da nova vizinha para consertar seu carro, sua cerca, e a árvore (?) em seu quintal, eles acabam fechando um acordo em que Vincent será a babá de Oliver enquanto Maggie trabalha.
O arranjo, claro, culmina com excursões ao hipódromo, longas tardes no bar local, e convívio com a prostituta eslava Daka (Naomi Watts), além de visitas à Sandy, a esposa de Vincent, que, sofrendo de demência, vive em uma instituição.
Por estranho que pareça, o convívio com o velho podrão é benéfico para Oliver, que aprende com Vincent lições importantes de amadurecimento que não receberia de seu pai "abraçador de árvores", e, como não poderia deixar de ser, para Vincent, que, do convívio com o moleque, tira um pouco de alegria em sua vida amargurada.
É um feel-good-movie total, óbvio que só. O roteiro do diretor Theodore Melfi não tem absolutamente nenhuma novidade para acrescentar à cartilha dos feel-good-movies. E quer saber?
Funciona.
Funciona porque o cinema não precisa de mil novidades para um filme funcionar, e alguns temas, por mais batidos que sejam, sempre encontram em uma boa execução, uma forma de se tornar palatáveis.
A execução de Um Santo Vizinho encontra lastro em seu elenco. Bill Murray está excelente no papel de velho rabugento. Por melhor que seja vê-lo fazendo papel de palhaço, Murray tem estofo e talento para ser mais do que isso, e o roteiro de Melfi explora muito bem o potencial do ator em um papel terrivelmente humano.
Melissa McCarthy escapa (graças a Odin) do arquétipo da gorda trapalhona e escandalosa, e entrega uma atuação sensível e divertida sem arroubos. Naomi Watts imprime doçura à uma personagem que, à primeira vista pareceria ridícula. Além dos três ainda há Chris O'Dowd, como o professor Geragthy, e Terrence Howard, como o agiota Zucko, mas, a grande força de Um Santo Vizinho ao lado de Murray é o ator mirim Lieberher.
O moleque exala uma doçura, polidez e inocência genuínas, que contrastam à perfeição com o azedume cínico do velho ranzinza. A química da dupla é adorável como o filme que protagonizam, e ainda que o longa abuse de expedientes re-re-recauchutados pra arrancar risadas e lágrimas, quem é que liga quando o resultado é mais do que satisfatório?
Quisera eu ter conseguido assistir Um Santo Vizinho no cinema.
Assista. Vale demais a locação.
"-Você precisa se defender, ou então vai ser moído.
-Eu sou pequeno, caso o senhor não tenha notado.
-E, Hitler também era.
-Essa é uma comparação horrível.
-De fato. Mas eu estava provando um ponto."
Resenha DVD: Mapas para as Estrelas
Eu já disse aqui, e repito, que sou um fã de David Cronenberg. O diretor que ganhou a nada elogiosa alcunha de Barão Sangue por não ter medo de ser gore, ainda que tenha feito poucos terrores em seu cartel de produções que, diga-se de passagem, é de alto nível.
Cronenberg é um diretor sem medo de sexo e violência, mas não é um fanático do tipo "choque pelo choque", como Gaspar Noé, por exemplo. Seus filmes não se tratam de penetração e evisceração, mas de histórias de personagens que, geralmente, são vítimas e algozes na própria tragédia, com monstros interiores que são infinitamente mais ricos do que as mutações genéticas de A Mosca, pra ficar no exemplar mais tradicional de horror da filmografia de Cronenberg.
Esse Mapas para as Estrelas é mais um desses filmes do canadense. Os personagens do longa são todos pessoas que exibem uma fachada de glamour em público, mas são, à seu modo, monstros quando se chega perto o suficiente.
A começar por Havana Segrand (Julianne Moore), uma atriz de carreira brilhante que, após ultrapassar a barreira dos cinquenta anos começa a ver o próprio brilho diminuir. Havana é uma mulher definida pelo passado trágico, sua mãe, Clarice Taggart (Sarah Gadon) era uma atriz consagrada e uma mãe abusiva, cujos maus tratos deixaram profundas cicatrizes emocionais na filha. Havana está constantemente procurando por formas de deixar o passado de abusos físicos e sexuais para trás, mesmo formas que pareçam ironicamente ir no sentido oposto.
Havana deseja ardentemente reprisar o papel que consagrou sua mãe no cinema, e um remake em produção é a sua grande chance de exorcizar as memórias que, literalmente, a assombram.
Havana, porém, não é o único personagem assombrado e psicologicamente ferido da história.
Seu terapeuta/massagista/guru de auto-ajuda Dr. Stafford Weiss (John Cusack) é igualmente uma pessoa atribulada tentando projetar uma imagem de auto-controle e sucesso. Suas sessões de manipulação corporal são violentas e ele parece estar sempre em busca de uma forma de desenterrar um novo problema em sua paciente.
A família de Weiss é composta pela esposa Christina (Olivia Willians), uma mulher focada no gerenciamento da carreira do filho do casal, o arrogante ator-mirim Benjie Weiss (Evan Bird), que tenta retomar sua carreira cinematográfica enquanto enfrenta uma desintoxicação e é, a exemplo de Havana, assombrado pelos próprios fantasmas.
Além de Benjie, os Weiss têm uma filha, Agatha (Mia Wasikowska), que esconde sob luvas compridas as cicatrizes de um misterioso incêndio, e volta a Los Angeles após um período afastada, tornando-se assistente pessoal de Havana à revelia do conhecimento do pai.
Todas essas pessoas perturbadas se conectam conforme a história se desenrola, assombradas pelo passado, ou pelo presente enquanto flutuam pelo mundo das celebridades de Hollywood.
Cronenberg é ótimo, mas tem seus filmes maiores e menores. Este Mapas para as Estrelas poderia ser catalogado como um exemplar menor na filmografia do cineasta.
Muito do problema está no roteiro de Bruce Wagner, que, a partir do momento em que amarra todas as pontas do script, conectando cada um dos personagens principais (Que ainda incluem Robert Pattinson como o chofer aspirante a ator e roteirista Jerome), a história perde sua aura de tragédia-sobrenatural-para-quem-não-acredita-em-sobrenatural e se torna mais conveniente e tradicional.
Por sorte, o excelente trabalho do diretor e de um elenco afiado, encabeçado por uma Juliaanne Moore no alto da forma, mandando lá pra casa do capita qualquer resquício de vaidade ou até dignidade.
É ela a força motriz de Mapas para as Estrelas, mas não apenas. Olivia Willians manda bem durante seu tempo em cena, e John Cusack mostra que pode ser mais do que um sujeito engraçadinho. Mia Wasikowska já é uma realidade em termos de qualidade de atuação, e Evan Bird consegue tornar um personagem terrivelmente antipático digno de algum interesse.
Carregado nas costas por diretor e elenco, o filme vale a locação. Mapas para as Estrelas é um filme menor de Cronenberg, mas se alguém te oferecesse um quadro menor de Picasso, tu não iria pendurá-lo na parede?
"-Eu me senti um pouco constrangida. Acho que sou uma sapatão desajeitada..."
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Rapidinhas do Capita
E David Ayer, diretor do vindouro Esquadrão Suicida, publicou em seu twitter uma nova foto de bastidores, com a silhueta de um personagem armado com um rifle.
Por alguma razão, a foto fez a cabeça de muito fã girar, e já se cogita a possibilidade de que o vulto seja ninguém mais ninguém menos do que Slade Wilson, o Exterminador (Deathstroke, no original), anti-herói favorito de oito em dez DCnautas.
Confira a imagem:
Embora eu realmente seja incapaz de entender porque essa figura sombria de boné possa ser confundida com o Exterminador, fica meu voto para que o rumor se comprove já que, na minha opinião, Esquadrão Suicida sem o Exterminador, perde oitenta e seis e meio por cento da graça.
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Em outra notícia relacionada ao longa do supertime de vilões, Aquaman o herói atlante que ninguém leva a sério, apareceria no longa metragem sendo capturado por Amanda Waller (Viola Davis) após uma luta com o Tubarão Rei, que também seria preso pela organizadora do Esquadrão.
Aquaman estaria sendo submetido a testes enquanto Waller estaria de posse do tridente do rei atlante.
Essa cena também ecoaria em Batman V Superman - A Origem da Justiça, onde Batman (Ben Affleck) encontraria uma imagem de Aquaman ao invadir a LexCorp.
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E por Falar em LexCorp e aproveitando o embalo DCnauta da postagem, Jesse Eisenberg disse que seu Lex Luthor não será "tolo ou vilanesco".
O ator de A Rede Social deixou claro que seu Lex Luthor não terá absolutamente nada a ver com o personagem vivido por Gene Hackman nos anos setenta, dizendo que Superman - O Filme, não seria feito nos dias de hoje por conta da unidimensionalidade dos seus personagens (E ignorando o trabalho soberbo de Kevin Spacey vivendo uma versão V-8 do Luthor de Hackman em Superman - O Retorno), e que seu Lex Luthor terá "precisão psicológica" e será "diagnosticável de alguma forma".
Eisenberg também se rasgou em elogios para o roteirista de Batman v Superman, Chris Terrio, dizendo que ama tudo o que o escritor faz.
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segunda-feira, 15 de junho de 2015
Casa do Capita: Game of Thrones - Temporada 5
Eu ando muito azedo ou GoT está muito ruim?
Como eu ainda vejo algumas coisas muito boas por aqui e por ali, vou ter que tirar o meu da reta e apostar na segunda opção.
Cuidado, esse texto contém alguns spoilers.
A quinta temporada de Game of Thrones foi muito ruim. Tivemos dez episódios onde dois se salvaram, o oitavo, Durolar, e o décimo, Misericórdia da Mãe, este, por sinal, sequer comparado com o outro, mas bem acima de uma temporada que, no geral, arrancou mais bocejos do que unhas.
Ao longo dos dez episódios da temporada, a série ultrapassou os livros, e, infelizmente, o fez tomando atalhos em algumas ocasiões, e indo em outra direção completamente em tantos outros... Muitos personagens foram solenemente ignorados, eventos importantes dos livros, alterados de maneira catastrófica, e momentos que prometiam-se memoráveis, transformados em mais do mesmo.
Por mais que Game of Thrones seja uma adaptação, e compreenda-se a necessidade de alterações para que o programa funcione, Game of Thrones se afastou tanto d'As Crônicas do Gelo e Fogo que mais parece um fanfic ligeiramente baseado nos livros.
O mais graves dos defeitos talvez seja alterar completamente o comportamento de alguns personagens para justificar o corte de outros.
O que fizeram com Stannis Baratheon nessa temporada, por exemplo, foi imperdoável. Não apenas por adulterar o pretenso rei dos livros e todo o destino de sua família, mas também por que seu arco acabou ficando extremamente tortuoso em termos de escrita, transformando um personagem de determinação pétrea num zelota claudicante.
O encontro de Daenerys e Tyrion teve alguns bons momentos, entretanto, o preço para que ele ocorresse foi amargo.
Além da infundada morte de Sor Barristan Selmy, os Imaculados, cantados e decantados como a mais fodaça força militar dos sete reinos e além se transformou num monte de garotinhos juvenis criados a leite com pêra, ovomaltino e sanduíche de mortadela que não são capazes de suportar dez minutos de porrada com alguns playboys mascarados.
Sério, depois de toda a propaganda, chega a ser castrador (rá) ver a facilidade com que os Filhos da Harpia massacram o exército treinado desde o berço da mãe dos dragões.
Enquanto isso, no Norte, Mindinho, o único cara que parece saber o que está fazendo na série, entregou a Sansa de mão beijada pra ser currada e surrada por Ramsey Bolton.
Os estupros na série, diga-se de passagem, se tornaram até cansativos, de tão banalizados.
Pra piorar, no caso de Sansa, pegaram uma personagem que crescia e ganhava importância nos livros, e a ancoraram num papel de vítima de onde simplesmente parece não haver saída, ao menos não sem ajuda.
Enquanto isso, o núcleo Lannister em Porto Real se divide. Enquanto Cersei segue quase à risca o caminho da rainha nos livros, com suas maquinações se voltando contra ela na forma do Alto Pardal, a caminhada peladinha, e até mesmo sor Robert Strong, Jaime, um personagem que, na literatura, se encaminha para um ato de redenção brilhante, numa série de capítulos que dava gosto de ler em O Festim dos Corvos, se transforma em garoto de recados da irmã/amante e vai pra Dorne com Bronn (e não com Ilin Payne).
Dorne, aliás, merece troféu.
O que prometia ser um núcleo fodelão após a excepcional participação de Oberyn Martell na temporada quatro se mostrou um porre, cheio de personagens xaropes (As serpentes da areia, por exemplo, foram de amargar), intriguinhas de vingança infantis, e sequências de luta de dar sono.
Enquanto isso Arya Stark vai se transformando em ninja na Casa do Preto e Branco. Tutelada por Jaquen H'gahr (que nem deveria estar lá, já que nos livros, supõe-se, tem um papel importante a cumprir em outras partes numa subtrama interessantíssima deixada de lado na série), mas, ao invés de cumprir suas tarefas conforme ocorre no livro, fica obcecada com a presença de um visitante de Westeros, em outra alteração de comportamento de um personagem que não acrescenta nada.
Provavelmente o único núcleo que não deixou a desejar ao longo do ano 5 foi o de Jon Snow, na Muralha.
O Senhor Comandante da Patrulha da Noite fez bonito, e o grande episódio da temporada (e certamente um dos melhores da série) foi protagonizado por ele, enfrentando o Inverno como nós jamais havíamos visto antes.
Infelizmente, parece que em Game of Thrones nenhuma boa ação fica impune, e o melhor personagem da série junto com Tyrion, exalou seus últimos suspiros no season finale.
Com muito mais baixos do que altos ao longo do quinto ano, Game of Thrones mostra que, infelizmente, a tendência de piorar à cada temporada parece ter se tornado regra, uma faceta perigosa em um programa que acaba de encontrar seu ponto mais baixo após dez episódios onde oito foram mornos ou menos.
Se Game of Thrones teve algum mérito em 2015, foi o de me encorajar a assistir Better Call Saul, para a qual eu estava um tanto quanto displicente, mas que é, essa sim, excelente.
Resenha Blu-Ray: O Destino de Júpiter
E pensar que lá se vão dezesseis anos desde Matrix revolucionar o cinema com sua intrincada mitologia cyberpunk (Até hoje não consegui fazer minha mãe e meu pai entenderem o que eram os agentes e nem o conceito de realidade virtual da Matrix) e o bullet time...
Após Matrix vieram Matrix Reloaded e Revolutions, além do game Enter the Matrix, Speed Racer e Cloud Atlas - A Viagem... E parece que a capacidade dos irmãos Wachowski de fazer bons filmes se perdeu quando Neo se sacrificou por todos nós, ou se foi junto com os colhões de Larry quando ele virou Lana...
Bricadeiras de mau gosto à parte, sou um dos defensores de Speed Racer, um filme que não tinha nada de errado, exceto a forma como foi vendido.
Eu assisti a adaptação do anime no cinema e entendi que era um bom filme infantil, repleto de gags ótimas para a piazada, infelizmente, o estúdio o vendeu como uma fita de ação, o "novo filme dos criadores de Matrix", e a decepção foi geral...
A carreira de produtores de Lana e Andy também não foi das mais bacanas... Se eles começaram com o pé direito com a excelente adaptação do quadrinho V de Vingança, Ninja Assassino foi um filme tão ruim que dispensa comentários além de "Eca..".
Quando começaram a surgir as notícias a respeito da nova empreitada da dupla, este O Destino de Júpiter, eu confesso que não me empolguei nem um pouco, prova disso é que, a despeito da enxurrada de marketing sobre o filme, eu o ignorei solenemente durante sua passagem pelo cinema, escolhendo conscientemente que ele fosse lançado em home video para conferir a empreitada.
Após 127 dos mais cansativos minutos da minha vida, posso dizer que não me arrependo de ter deixado a ópera espacial dos Wachowskis passar em branco na telona.
O longa narra a história de Júpiter Jones (a gatinha Mila Kunis), filha de um estudante inglês de cosmologia, e de uma professora russa de matemática aplicada que após a perda trágica do marido (participação relâmpago de James D'Arcy, o Jarvis de Agent Carter), foge para os Estados Unidos.
Na América, Júpiter sobrevive trabalhando como faxineira com a mãe (pois é, de professora de matemática aplicada à faxineira, vá entender...), os tios, e os primos, odiando cada dia de sua vida, até seu caminho se cruzar com o de Caine Wise (Channig Tatum), um caçador espacial contratado por Titus Abrasax (Douglas Booth, de Noé) para encontrar a reencarnação genética de sua mãe, no caso Júpiter, a proprietária por direito do planeta Terra.
Sim, a encarnação genética prévia de Júpiter, mãe de Titus, Kalique (Tuppence Middleton) e Balen (Eddie Redmayne), era a matriarca de uma raça de milenares criaturas alienígenas proprietários de uma super mega corporação espacial que são donos de planetas inteiros, onde cultivam vida, e, após alguns séculos, fazem "colheitas", extinguindo populações inteiras para produzir o néctar vital que lhes garantem longevidade indefinida.
Essa trinca de oligarcas espaciais, descobre que Júpiter é a reencarnação genética de sua mãe, e precisam que ela assine um documento abrindo mão da posse (ou morra, no caso de Balen, que já é o herdeiro legal) do planetinha azul que vale uma inacreditável fortuna galáctica.
Caine, porém, descobre quase que acidentalmente a identidade régia de Júpiter, e muda de lado, colocando-se como um guardião da jovem e a ajudando a retomar seu posto por direito genético, e impedir a destruição da Terra!
Eu adoraria dizer que é ruim mas é bom, mas estaria mentindo quanto à segunda parte.
O Destino de Júpiter é muito ruim.
A salada de referências a ficções científicas prévias (Incluindo Star Trek, Star Wars, O Guia do Mochileiro da Galáxia e até mesmo Matrix) não tem lastro, o roteiro é fraco, com personagens rasos e mal escritos.
A entidade messiânica de Mila Kunis faz Neo parecer o rei Lear, Caine Wise, o guardião parte-homem-parte-lobo-albino-parte-anjo equipado com patins voadores a jato e buracos portáteis estilo ACME é um pastiche, os atores parecem constrangidos em interpretar seus papéis, à exceção de Redmaine, que manda tudo pro inferno, encarna a diva insana dá suas falas aos sussurros ou aos berros, nunca pisca e controla sua nave pelado dentro de uma piscina de gosma.
Os efeitos especiais não adicionam nada à vida de quem já viu qualquer filme de aventura espacial nos últimos anos, e nem mesmo as sequências de ação são boas. O ponto alto do filme é quando Vanessa Kirby aparece de lingerie, e a única inovação do roteiro é o fato de Sean Bean não morrer (Ops, spoiler alert atrasado).
Sofrendo do mesmo mal de filmes que não decolaram como as prequências de Star Wars, o Homem de Aço, e tantos outros filmes que careciam de identidade, profundidade ou apenas se levaram a sério demais, O Destino de Júpiter é o grande tombo dos Wachowski, o momento em que a megalomania dos irmão/irmã não encontrou nenhum tipo de lastro ou mensagem e foi apenas mais do mesmo.
"Eu odeio minha vida..."
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Top 10 Casa do Capita: Os Casais Mais Maneiros do Cinema
Sim, bitches, mais um dia dos namorados chegou, noite de fazer aquele programinha romântico (Pôquer com os amigos? Maratona de Better Call Saul? Doritos e pornografia na internet?), de sentar na calçada e ficar maldizendo os casais que passarem de mãos dadas, ou apenas de celebrar o amor.
E que maneira melhor de celebrar o amor do que com mais um infame top 10 Casa do Capita (Não responda)? Este, dedicado aos casais mais maneiros do cinema, com ênfase, claro, nos casais nerds:
À lista:
10 - Tyffani Maxwell & Pat Solatano Jr. ( Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, O Lado bom da Vida, David O. Russel, 2012)
O bipolar tentando se reaproximar da esposa traidora após oito meses em um sanatório, e a viúva promíscua tentando se reencontrar após a crise decorrente da morte prematura do marido foram vividos com maestria pela deliciosa Jennifer Lawrence e Bradley Cooper. No longa de David O. Russel, o amarfanhado "boy meets girl" ganha tempero e verve graças à doença mental e a um casal cheio de química.
9 - Loretta Castorini & Ronny Cammareri (Cher e Nicolas Cage, Feitiço da Lua, Norman Jewison, 1987)
Loretta (Cher), uma viúva prestes a cumprir a promessa de se casar com um perfeito filhinho de mamãe italiano (Danny Ayello), às vésperas do casamento se envolve com o destrambelhado irmão caçula do noivo, Ronny (Cage).
Na pele de Cher e Nicolas Cage, o casal protagonista exala uma química insuspeita, se sobressaindo em um longa cheio de subtramas deliciosas com elenco de apoio afiado, que, na ponta dos cascos, deixa a audiência acreditando no amor e cantarolando That's Amore.
Todo mundo junto:
When the moon hits the sky like a big pizza pie, that's amore...
8 - Clementine Kruczynski & Joel Barish (Kate Winslet e Jim Carrey, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Michel Gondry, 2004)
Joel (Carrey), de coração irremediavelmente partido, contrata a Lacuna Inc. para apagar de sua memória as lembranças de sua namorada perfeita, Clementine (Kate Winslet), mas será que apagar uma pessoa de sua mente é o suficiente se ela for a tua alma gêmea?
O filme romântico mais esquisitão de todos os tempos se equilibra confortavelmente sobre os ombros de um casal onde todo mundo com um coração batendo dentro do peito consegue se ver ao menos um pouquinho.
7 - Kim Boggs & Edward Mãos de Tesoura (Winona Ryder e Johnny Depp, Edward Mãos de Tesoura, Tim Burton, 1990)
A encantadora fábula sobre a patricinha suburbana Kim (Ryder), que se torna alvo das atenções de Edward (Depp), um experimento incompleto engendrado por um excêntrico cientista local e acolhido por sua mãe, Peg (Diane Wiest) é a epítome do cinema de Tim Burton, e, talvez, o trabalho do diretor onde sua obsessão por fábulas sombrias e um determinado tipo de estética melhor trabalhou em prol da história.
Some-se a isso um casal protagonista escalado de maneira inspiradíssima, com um Depp esbanjando fragilidade, e uma Winona Ryder no auge da beleza, e tudo funciona.
6 - Ellie & Carl Fredricksen (UP - Altas Aventuras, Pete Docter e Bob Petersen, 2009)
Na sensacional animação da Pixar, Carl Fredricksen, um irascível octogenário recém viúvo resolve amarrar milhares de balões de hélio na casa que corre o risco de perder, e viajar até a América do Sul, realizando o sonho de sua falecida esposa. Um plano que poderia ter funcionado, não fosse a presença de Russel, o moleque de oito anos de idade que fica preso na varanda de Carl.
Up - Altas Aventuras é uma deliciosa comédia animada ao melhor estilo Pixar, cheia de momentos de rir alto, mas em seu cerne, é apenas a consequência da adorável história de amor partilhada por Ellie e Carl, que em poucos minutos em cena, deixam claro o tipo de casal que eram.
5 - Adrian & Rocky Balboa (Talia Shire, Sylvester Stallone, Rocky - Um Lutador, (além de Rocky II, III, IV e V), John G. Avildsen, 1976)
Rocky (Stallone), um boxeador semi-profissional com um cartel pouco convidativo, tem a chance de sua vida ao receber a proposta de enfrentar o campeão mundial dos pesados, Apollo Creed (Carl Weathers).
Mas essa chance não é maior do que a chance que Balboa gostaria de ter com a irmã mais nova de seu amigo Paulie (Burt Young), a tímida balconista da pet shop local, Adrian (Talia Shire), que vive uma vida tão dura e miserável quanto a de Rocky. Juntos, esses dois azarões têm chance de serem felizes, em um romance tão tocante quanto inesquecível.
4 - Céline & Jesse (Julie Delpy, Ethan Hawke, Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol, Antes da Meia-Noite, Richard Linklater, 1995, 2004, 2013)
O casal que se conheceu em um trem, parou em Viena para partilhar uma única noite juntos antes de voltarem para suas vidas normais, se apaixonaram, perderam contato, se reencontraram nove anos depois, em Paris, e vivem juntos desde então formando sua própria família, tem nos mostrado desde 1995 como é que se faz uma história de amor de verdade.
Os apaixonados mais tagarelas do cinema são sempre bem vindos de volta.
Contando as horas até 2022?
3 - Annie Hall & Alvy Singer (Diane Keaton e Woody Allen, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Woody Allen, 1977)
Alvy (Allen), um neurótico e intelectual comediante judeu de quarenta anos, reflete sobre o amor e seu mais recente relacionamento com Annie (Keaton) uma jovem e insegura aspirante a cantora.
O inovador romance de Alvy e Annie, lança uma luz sobre o tema da incompatibilidade dos casais, e debocha de maneira espirituosa dos finais felizes hollywoodianos ao nos apresentar um casal que poderia e até deveria ficar junto, mas que descobre que, encontrar sua alma gêmea, é apenas metade do trabalho.
2 - Leia Organa & Han Solo (Carrie Fisher e Harrison Ford, Star Wars episódios IV, V e VI, George Lucas, Irving Kershner, Lawrence Marquand, 1977, 1980, 1983)
Star Wars pode ser sobre o crescimento de Luke Skywalker, o conflito do Império contra a Aliança Rebelde, e a redenção de Darth Vader, tudo sensacional e muito bacana. Mas Star Wars também tem uma das mais descoladas histórias de amor do cinema, com a aristocrática princesa de Aldeeran se apaixonando pelo salafrário contrabandista Han Solo.
Carrie Fisher e Harrison Ford formaram um dos mais sensacionais casais do cinema, e deixaram bem claro que cinema de aventura espacial, também tem coração.
1 - Gwen Stacy & Peter Parker (Emma Stone e Andrew Garfield, O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2, Marc Webb, 2012 e 2014)
Tobey Maguire e Kirsten Dunst podem ter partilhado um dos beijos mais icônicos do cinema em Homem-Aranha (2002), mas a verdade é que os dois formavam um casal muito do chato. Os constantes sequestros de Mary Jane, a ranhetice dos dois naquele pseudo romance vai-não-vai em que MJ estava sempre namorando alguma outra pessoa e Peter estava suspirando à distância era um pé nas bolas.
O Espetacular Homem-Aranha pode ter todos os defeitos do mundo, mas a química do casal protagonista Gwen e Peter, era excepcional, e de tão bacana, transbordou da telona, tornando os intérpretes Andrew Garfield e Emma Stone, um casal de verdade.
Descolados e divertidos, Gwen e Peter eram tão bons que poderiam ter um filme só deles, sem Homem-Aranha ou supervilões, e eu teria ido ver.
E que maneira melhor de celebrar o amor do que com mais um infame top 10 Casa do Capita (Não responda)? Este, dedicado aos casais mais maneiros do cinema, com ênfase, claro, nos casais nerds:
À lista:
10 - Tyffani Maxwell & Pat Solatano Jr. ( Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, O Lado bom da Vida, David O. Russel, 2012)
O bipolar tentando se reaproximar da esposa traidora após oito meses em um sanatório, e a viúva promíscua tentando se reencontrar após a crise decorrente da morte prematura do marido foram vividos com maestria pela deliciosa Jennifer Lawrence e Bradley Cooper. No longa de David O. Russel, o amarfanhado "boy meets girl" ganha tempero e verve graças à doença mental e a um casal cheio de química.
9 - Loretta Castorini & Ronny Cammareri (Cher e Nicolas Cage, Feitiço da Lua, Norman Jewison, 1987)
Loretta (Cher), uma viúva prestes a cumprir a promessa de se casar com um perfeito filhinho de mamãe italiano (Danny Ayello), às vésperas do casamento se envolve com o destrambelhado irmão caçula do noivo, Ronny (Cage).
Na pele de Cher e Nicolas Cage, o casal protagonista exala uma química insuspeita, se sobressaindo em um longa cheio de subtramas deliciosas com elenco de apoio afiado, que, na ponta dos cascos, deixa a audiência acreditando no amor e cantarolando That's Amore.
Todo mundo junto:
When the moon hits the sky like a big pizza pie, that's amore...
8 - Clementine Kruczynski & Joel Barish (Kate Winslet e Jim Carrey, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Michel Gondry, 2004)
Joel (Carrey), de coração irremediavelmente partido, contrata a Lacuna Inc. para apagar de sua memória as lembranças de sua namorada perfeita, Clementine (Kate Winslet), mas será que apagar uma pessoa de sua mente é o suficiente se ela for a tua alma gêmea?
O filme romântico mais esquisitão de todos os tempos se equilibra confortavelmente sobre os ombros de um casal onde todo mundo com um coração batendo dentro do peito consegue se ver ao menos um pouquinho.
7 - Kim Boggs & Edward Mãos de Tesoura (Winona Ryder e Johnny Depp, Edward Mãos de Tesoura, Tim Burton, 1990)
A encantadora fábula sobre a patricinha suburbana Kim (Ryder), que se torna alvo das atenções de Edward (Depp), um experimento incompleto engendrado por um excêntrico cientista local e acolhido por sua mãe, Peg (Diane Wiest) é a epítome do cinema de Tim Burton, e, talvez, o trabalho do diretor onde sua obsessão por fábulas sombrias e um determinado tipo de estética melhor trabalhou em prol da história.
Some-se a isso um casal protagonista escalado de maneira inspiradíssima, com um Depp esbanjando fragilidade, e uma Winona Ryder no auge da beleza, e tudo funciona.
6 - Ellie & Carl Fredricksen (UP - Altas Aventuras, Pete Docter e Bob Petersen, 2009)
Na sensacional animação da Pixar, Carl Fredricksen, um irascível octogenário recém viúvo resolve amarrar milhares de balões de hélio na casa que corre o risco de perder, e viajar até a América do Sul, realizando o sonho de sua falecida esposa. Um plano que poderia ter funcionado, não fosse a presença de Russel, o moleque de oito anos de idade que fica preso na varanda de Carl.
Up - Altas Aventuras é uma deliciosa comédia animada ao melhor estilo Pixar, cheia de momentos de rir alto, mas em seu cerne, é apenas a consequência da adorável história de amor partilhada por Ellie e Carl, que em poucos minutos em cena, deixam claro o tipo de casal que eram.
5 - Adrian & Rocky Balboa (Talia Shire, Sylvester Stallone, Rocky - Um Lutador, (além de Rocky II, III, IV e V), John G. Avildsen, 1976)
Rocky (Stallone), um boxeador semi-profissional com um cartel pouco convidativo, tem a chance de sua vida ao receber a proposta de enfrentar o campeão mundial dos pesados, Apollo Creed (Carl Weathers).
Mas essa chance não é maior do que a chance que Balboa gostaria de ter com a irmã mais nova de seu amigo Paulie (Burt Young), a tímida balconista da pet shop local, Adrian (Talia Shire), que vive uma vida tão dura e miserável quanto a de Rocky. Juntos, esses dois azarões têm chance de serem felizes, em um romance tão tocante quanto inesquecível.
4 - Céline & Jesse (Julie Delpy, Ethan Hawke, Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol, Antes da Meia-Noite, Richard Linklater, 1995, 2004, 2013)
O casal que se conheceu em um trem, parou em Viena para partilhar uma única noite juntos antes de voltarem para suas vidas normais, se apaixonaram, perderam contato, se reencontraram nove anos depois, em Paris, e vivem juntos desde então formando sua própria família, tem nos mostrado desde 1995 como é que se faz uma história de amor de verdade.
Os apaixonados mais tagarelas do cinema são sempre bem vindos de volta.
Contando as horas até 2022?
3 - Annie Hall & Alvy Singer (Diane Keaton e Woody Allen, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, Woody Allen, 1977)
Alvy (Allen), um neurótico e intelectual comediante judeu de quarenta anos, reflete sobre o amor e seu mais recente relacionamento com Annie (Keaton) uma jovem e insegura aspirante a cantora.
O inovador romance de Alvy e Annie, lança uma luz sobre o tema da incompatibilidade dos casais, e debocha de maneira espirituosa dos finais felizes hollywoodianos ao nos apresentar um casal que poderia e até deveria ficar junto, mas que descobre que, encontrar sua alma gêmea, é apenas metade do trabalho.
2 - Leia Organa & Han Solo (Carrie Fisher e Harrison Ford, Star Wars episódios IV, V e VI, George Lucas, Irving Kershner, Lawrence Marquand, 1977, 1980, 1983)
Star Wars pode ser sobre o crescimento de Luke Skywalker, o conflito do Império contra a Aliança Rebelde, e a redenção de Darth Vader, tudo sensacional e muito bacana. Mas Star Wars também tem uma das mais descoladas histórias de amor do cinema, com a aristocrática princesa de Aldeeran se apaixonando pelo salafrário contrabandista Han Solo.
Carrie Fisher e Harrison Ford formaram um dos mais sensacionais casais do cinema, e deixaram bem claro que cinema de aventura espacial, também tem coração.
1 - Gwen Stacy & Peter Parker (Emma Stone e Andrew Garfield, O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2, Marc Webb, 2012 e 2014)
Tobey Maguire e Kirsten Dunst podem ter partilhado um dos beijos mais icônicos do cinema em Homem-Aranha (2002), mas a verdade é que os dois formavam um casal muito do chato. Os constantes sequestros de Mary Jane, a ranhetice dos dois naquele pseudo romance vai-não-vai em que MJ estava sempre namorando alguma outra pessoa e Peter estava suspirando à distância era um pé nas bolas.
O Espetacular Homem-Aranha pode ter todos os defeitos do mundo, mas a química do casal protagonista Gwen e Peter, era excepcional, e de tão bacana, transbordou da telona, tornando os intérpretes Andrew Garfield e Emma Stone, um casal de verdade.
Descolados e divertidos, Gwen e Peter eram tão bons que poderiam ter um filme só deles, sem Homem-Aranha ou supervilões, e eu teria ido ver.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Adeus, Mr. Lee
Dia de luto para todos nós, nerds de plantão.
Christopher Lee, o Drácula preferido de oito em dez fãs, o mago Saruman, de O Senhor dos Anéis, e O Hobbit, o Conde Dookan, de Star Wars episódios II e III, faleceu no domingo, último dia 7 de junho, aos 93 anos de idade.
Nascido em 27 de maio de 1922, Lee iniciou sua carreira de ator no teatro, sendo escalado desde cedo no papel de vilões.
Formado em literatura clássica, Lee brecou a carreira no final da década de 30 para lutar na Guerra de Inverno contra os soviéticos. Sua carreira militar seguiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando serviu como oficial de inteligência na RAF.
Ao fim do conflito, pôde dedicar-se a carreira de ator, em que, embora não tenha atuado em grandes papéis, esteve presente em mais de trinta filmes. Sua carreira decolou quando uniu-se ao estúdio Hammer Films, que se tornaria uma instituição em termos de cinema de horror por mais de vinte anos. Seu primeiro papel na Hammer foi como o monstro de Frankenstein em A Maldição de Frankenstein, de 1957, seria, entretanto, no papel de outro monstro clássico que Lee encontraria o papel que o alçou ao estrelato:
O vampiro conde Drácula.
Lee interpretaria o papel em cinco produções entre 58 e 70, com grande êxito comercial.
Lee ainda interpretaria Rasputin, Sherlock Holmes, Fu Manchu,Henry Jackyll e Mr. Hyde, além de Scaramanga, o Homem da Pistola de Ouro, um dos mais famosos vilões de James Bond.
Não bastasse tudo isso, o ator ainda reencontraria o grande público já na década de 2000, quando foi (claro) vilão em duas das franquias mais famosas do cinema, O Senhor dos Anéis, e Star Wars, respectivamente como Saruman, o branco, e conde Dookan.
Além disso, firmou uma longa parceria com Tim Burton, atuando em diversos filmes do diretor, entre eles A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolate e Sombras da Noite.
Segundo o "Telegraph", citando fontes próximas à família de Lee, o ator morreu no Hospital Chelsea e Westminster, em Londres. O artista estava se tratando havia três semanas, por conta de uma insuficiência cardíaca e respiratória. No dia 27 de maio, ele completou 93 anos no hospital.
De acordo com o site britânico, o anúncio da morte de Lee demorou a sair porque a mulher do ator, a ex-atriz e modelo dinamarquesa Gitte Lee (nascida Birgit Kroencke) decidiu esperar até que todos os parentes próximos fossem avisados.
Além de um ator de carreira extremamente longeva, com mais de duzentos filmes no cartel, Lee emprestou seu vozeirão a gravações musicais da Rhapsody of Fire e Manowar, que lhe garantiu o título de metaleiro mais velho do mundo.
Hoje, guardemos todos um momento de silêncio para o velhote de 1,96m com cara de mau mais bacana do cinema. Saruman, Drácula, Dookan e toda a patota à quem ele ajudou a dar vida, merecem.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
O Intruso Noturno
A Janaína, morena brejeira, cabelos castanho-escuros encaracolados lá pelo meio das costas bem desenhadas, pele morena, olhos escuros, bela estampa.
Moça bonita, e, poderia-se dizer, moça direita.
Estudava, trabalhava, maior de idade e vacinada. Sabia o que queria da vida, e se estava sozinha, meu filho, era por livre e espontânea vontade, pois pretendentes havia, e havia vários.
Como não haveriam, quando além da morenice descontraída e do rostinho de menina sapeca, com aquela bolsinha sob os olhos risonhos como têm a Larissa Riquelme e a Emanuelle Araújo, ela ainda tinha corpo de rainha de bateria da Unidos de Vila Isabel?
Tudo no lugar, tudo no tamanho ideal, tenra e deliciosa?
Pretendentes havia, meu querido, apenas nenhum que despertasse na Janaína a mais remota vontade de se desfazer de sua rotina. De seu trabalho e de seu estudo e de seus planos para o futuro.
Janaína não se importava de dormir sozinha depois de um dia estafante por, muito melhor só do que mal acompanhada.
E era o que fazia, dormia. Dormia gostoso na cama de meio-casal sob as cobertas com seu corpo delicioso espremido dentro de um pijaminha feminino sumário, mas confortável.
estava no bom do sono, aquele momento em que nem sonhando a pessoa está, está só dormindo, mesmo. Curtindo a recarga da bateria, ali pelas quatro e meia, cinco da madrugada, quando sentiu um beijinho no pescoço.
Sensação gostosa, aquele teco estalado no pescoço, do ladinho, ali na altura da carótida. Encolheu-se gostoso pra dentro das cobertas.
Novo beijo, esse mais alto, quase onde o pescoço encontra o maxilar. Uma cócega.
Janaína riu, apertando os olhinhos fechados.
Nova investida, dessa vez, uma lambidinha.
Janaína quase sorriu de novo, mas estava, etão, desperta o suficiente para se dar conta de que, fora dormir sozinha. Pior que isso: Morava sozinha.
Pânico!
Abriu os olhos sentindo a respiração de alguém em seu pescoço, olhou, e em meio à penumbra, iluminado parcamente pela luz azulada do televisor ainda ligado, reconheceu a pessoa que se debruçava sobre ela:
Era Boris Casoy!
O septuagenário âncora de telejornais, cujo bordão "Isso é uma vergonha" tornara-se referência na época do SBT.
Boris Casoy estava sobre Janaína, a beijando de maneira sôfrega, esticando a língua pra fora da boca na tentativa de alcançar-lhe o pescoço longo, agarrado aos pulsos esguios da jovem.
Fios dos cabelos brancos e finos do apresentador escapavam de seu penteado conforme ele lutava para vencer a resistência de Jana e beijar-lhe os lábios, e, o horror, ela percebeu que ele estava usando a armadura de músculos transparente do Immortan Joe, e cuecas tipo sunga da Zorba, daquelas com abertura na frente, azul-refrigerador.
O pavor crescia em Janaía, que finalmente encontrou fôlego pra gritar!
E acordou sozinha em sua cama, sem sinal de ninguém ao seu redor. Na TV, Boris Casoy, apresentando o Jornal da Noite, falava sobre o escândalo na FIFA.
Janaína desligou a TV, virou-se para o lado e fechou os olhos.
Talvez, apenas talvez, desse uma chance ao próximo pretendente que lhe cruzasse o caminho.
Ou isso, ou desistiria de dormir vendo Jornal da Noite, pelo menos...
Rapidinhas do Capita
E foi divulgada a extremamente genérica sinopse de Batman v Superman - A Origem da Justiça.
"Temendo as ações de um super-herói quase deus não controladas, o formidável vigilante de Gotham City assume o papel de salvador de Metrópolis, enquanto o mundo discute o tipo de herói que realmente precisa. E enquanto Batman e Superman estão em guerra, uma nova ameaça surge rapidamente, colocando a humanidade em um perigo que jamais conhecera".
Super-heróis que não se conhecem saem na porrada enquanto um vilão age nas sombras, os dois fazem as pazes e o vilão se dá mal.
OK, nada de errado nisso, é a quintessência do super-heroísmo em equipe, afinal de contas, e, vai estabelecer os papéis de Batman e Superman como os alicerces da Liga da Justiça para o vindouro filme do grupo, some-se a isso a declaração de Greg Silverman, de que na hora de fazer filmes de super-heróis "Há também humor, que é uma parte importante.", dando a entender que o constante tom de enterro de O Homem de Aço não deve ser regra nos filmes futuros da DC, e o cenário para o futuro da Liga não parece mais tão mórbido.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
E a excepcional série do Demolidor ganhou novidades. Além de Elektra e do Mercenário (papel que foi oferecido ao astro de, eh, eh, eh, eh, eh Os Mercenários, Jason Statham), Frank Castle, o Justiceiro estará na segunda temporada do show.
Jon Bernthal, de The Walking Dead e Corações de Ferro viverá o anti-herói, militar veterano que, após testemunhar um linchamento da máfia, tem sua família assassinada, passando a dedicar sua vida à uma sangrenta guerra ao crime.
Depois do primeiro ano da série, eu não questiono nada do que a equipe de produção de Demolidor fizer.
Bernthal não seria minha primeira escolha para o papel, mas ei, se os caras disseram que ele é o Castle, então ele é o Castle, ora bolas.
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E Hugh Jackman já confimou que vai mesmo acabar sua trajetória como Wolverine após o terceiro filme solo do mutante canadense.
Quer dizer, mais ou menos...
O ator australiano que não aguenta mais comer omelete de claras para manter o físico de super-herói disse que participaria de Deadpool e de X-Men - Apocalipse, próximos filmes da saga mutante.
Ansioso pra pendurar as garras de adamantium, mas não tanto...
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super-heróis
terça-feira, 2 de junho de 2015
A Hora da Mudança?
Caiu a casa... Embora algumas vozes ainda tenham a desfaçatez de pedir o cancelamento, advogando em causa da CBF, o senador Romário de Souza Farias, o Baixinho Romário, conseguiu as assinaturas necessárias para criar uma CPI e investigar o Câncer Brasileiro do Futebol, essa dinastia imunda que desde João Havelange, passando por Ricardo Teixeira e chegando a José Maria Marin (e, podemos imaginar, chegando a Marco Polo Del Nero) tem esculhambado o futebol, agindo sempre em nome dos próprios e espúrios interesses em detrimento da lisura de um jogo amado por todo o mundo.
No momento em que o presidente da CBF é preso, o ex-presidente procurado, e até mesmo a FIFA, que no alto de sua soberba mandava e desmandava no futebol do mundo inteiro, chegando ao ponto de ameaçar de maneira velada àqueles que teimavam em se insurgir contra os desmando de sua confederação local (Não, FIFA, eu não esqueci do que vocês fizeram com o Inter em 2005, quando fomos aviltados pela CBF no Brasileirão), viu seu império de corrupção ruir parcialmente. Talvez, não fosse por esse percalço da entidade máxima do futebol, nós sequer tivéssemos a oportunidade de ver a CBF sofrer uma há muito necessária devassa.
Há muito um clubinho de velhos ricos e desprovidos de escrúpulos, o enfraquecimento da CBF é apontado por várias pessoas como o momento ideal para os clubes se unirem e escaparem do jugo da Confederação Brasileira da Falcatrua, formando uma Liga.
O modelo utilizado nos melhores campeonatos do mundo, onde os clubes gerem e organizam o campeonato nacional, e as federações apenas cuidam da seleção nacional, a Liga poderia ser uma forma de tornar o futebol brasileiro mais imparcial, igualitário e justo, fazendo com que todos os clubes tivessem peso igual na hora da tomada das decisões acerca do futuro do torneio.
É um belo sonho, mas a verdade é que, embora o momento seja, realmente propício à mudança, a grande questão é:
Nossos dirigentes querem a formação de uma liga?
Para responder a essa pergunta, precisamos lembrar que o que tivemos de mais semelhante à uma liga, foi o Clube dos Treze, um modelo que acabou encaçapado, ora vejam, por causa de membros do próprio clube que não estavam satisfeitos com o modelo de negociação e divisão de lucros vigente, então. Um modelo de divisão, diga-se de passagem, bem mais igualitário do que o atual, em que a Globo oferece 120 milhões de reais anuais para Corinthians e Flamengo, e apenas 40 para Cruzeiro e Atlético Mineiro, por exemplo.
A CBF não é corrupta de graça. A Confederação mãe do futebol brasileiro não é mais senão reflexo das federações estaduais que a compõe, e dos dirigentes que são regras no futebol brasileiro:
Desunidos. Arrogantes. Amadores. Grosseiros... E burros.
Uma classe de homens que está sempre a postos para apunhalar os colegas pelas costas em nome de uma porcentagem maior.
De nada vai adiantar formar uma liga com os oitenta ou cem ou cento e tantos clubes que formam as quatro divisões principais do campeonato brasileiro enquanto fazer isso for como juntar cento e tantos cães famintos numa sala com três frangos assados.
A derrocada da FIFA ou da CBF, por si só, não agregará nada ao futebol brasileiro enquanto os dirigentes de clubes não forem nada além de reflexos menos influentes dos bandidos que estão sendo retirados do comando.
Uma sacudida que começa por cima só é aproveitável se ela for aliada à uma remodelação que começa por baixo, e isso, infelizmente, ainda está muito, muito longe do nosso horizonte.
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