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terça-feira, 19 de junho de 2018

Nem Precisa


Talvez seja saudade.
Pura e simples.
Só saudade, sem intenção nem agenda. Uma lembrança cálida que surge e aquece o coração, traz um sorriso ao rosto e uma boa lembrança à mente. Uma pequena brasa, inofensiva e controlada sob pilhas de cinzas de uma fogueira de outrora... Por mais brega que pareça a analogia.
Eu sei como é...
Tenho isso ás vezes. De vez em quando uma vez por dia. Normalmente mais...
É a pedra sobre a qual erigi meu templo, por assim dizer.
Donde vêm todas as minhas noções de "nossa história" definitiva. Quase perfeição...
Que quase perfeição é coisa boa. Poucas pessoas experimentam quase perfeição, e ninguém experimenta perfeição, exceto eu, quando estive do teu lado. A maior parte das pessoas abraça as coisas boas e lida com as ruins, trabalha e constrói o melhor que pode e é assim que é.
Não é menos.
Não é ruim.
É real, palpável, discernível e fruto de dedicação de parte à parte.
Quase perfeição chega de supetão chamando a nossa atenção quanto à diferença entre ratazanas e cachorros ou pedindo beijo em frente à janela.
Pode durar pra sempre, como deveria ser, e pode terminar, também de supetão, deixando marcas que não necessariamente são cicatrizes.
Pode ser apenas saudade.
Pura e simples.
E se esse for o caso... Uma saudade passageira, corriqueira, inofensiva...
Eu aceito.
Me acalenta. Apazígua. Conforta.
Saber que eu tenho esse espaço na tua mente e no teu coração... É lisonjeiro, no mínimo.
Mas talvez... Talvez seja medo...
Não pavor. Não terror. Apenas um frio na barriga antes de um grande passo.
Eu sei como tu está. O que anda fazendo... Não que eu seja algum tipo de perseguidor obsessivo medonho, mas a nova posição da tua mobília parece legal olhando da janela...
Enfim... Eu sei o que anda acontecendo. E gosto de imaginar que amadureci o suficiente pra, não apenas não me remoer de ódio e arrependimento, mas pra ficar feliz por ti.
E eu fico.
Realmente.
Tu parece feliz, é a impressão que eu tenho.
E também me acalenta. Apazígua. E conforta. Saber disso.
Mas se for o caso... Um frio na barriga. Uma ponta de insegurança te fazendo pensar antes de a tua vida terminar e começar a vida de vocês, fazendo uma sombra passageira do passado se projetar mais nitidamente na parede... Ou uma ponta de melancolia te fazendo ver o passado sob um filtro cor-de-rosa...
Eu também aceito.
Porque, afinal, nos lembramos de Budapeste de maneiras muito diferentes...
Contanto que tu não pense que esteja fazendo algo de errado, eu aceito de bom grado. E acho que alguém que não sinta uma fagulha de pânico antes de um passo tão definitivo não avaliou a situação com a seriedade devida...
De qualquer forma, não me interprete mal, não estou tentando te afastar.
Estaria mentindo se dissesse que não adoro identificar tua voz por aqui. Se dissesse que não me passaram todos os tipos de clichês românticos pela cabeça, de ser o Alan Alda da tua Ellen Burstyn até voltar pra tua vida que nem o Thor chegando em Wakanda.
E, sendo cem por cento honesto, eu nem preciso saber, de verdade, qual das duas opções, ou qualquer outra que houver, é a resposta.
Eu já disse antes, e repito agora.
Tô dentro.
Sem intenção nem agenda.
Tudo de bom pra vocês.

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