Em minha primeira semana assistindo O Mandaloriano sem perna de pau, olho de vidro ou cara de mau, a viagem àquela galáxia bem, bem distante se mostrou um passeio agridoce sob certos aspectos que explicarei mais adiante.
Enfim, após os reparos à Razor Crest realizados pelo mon-calamari que disse não ser capaz de consertá-la, mas apenas de fazê-la voar, se mostrarem estritamente o que fora prometido, Mando tenta usar seu pequeno side-kick como um engenheiro elétrico na tentativa de fazer sua espaçovane parecer menos com um calhambeque em meio ao vácuo. As coisas obviamente não funcionam como esperado, e sem ser capaz de fazer os reparos de que precisa para chegar ao planeta indicado por Bo Kattan no capítulo anterior, Mando resolve fazer um pequeno desvio até Nevarro, e reparar sua espaçonave.
Ao chegar ao planeta do antigo QG dos Mandalorianos, percebemos que muita coisa mudou de lá pra cá. Greef Karga (Carl Weathers, que também dirige esse episódio) e Cara Dune (Gina Carano), que antes estavam na raspa do tacho da Orla Exterior, agora são respectivamente o administrador e a xerife locais, levando lei e ordem ao que antes era uma colméia nefasta de escória e vilania.
A avenida principal é um mercado, a cantina, uma escola, e Dune leva a justiça de Greef a todos os malfeitores comedores de furões que tentam se entranhar na região.
Até mesmo Mythrol (Horário Sanz), a primeira recompensa que vimos Mando capturar na série está de volta. Não mais congelado em carbonita, mas usando seus préstimos de contador para pagar sua dívida com Karga.
Se os amigos de Mando estão fazendo bom progresso em Nevarro, a verdade é que ainda há algumas coisas fora do alcance deles em termos de competência e poder de fogo. Coisas que, com um Mandaloriano autêntico em seu grupo, podem ser arranjadas, como a invasão a um posto avançado imperial que tem tirado o sono de Greef.
Mando não é o tipo de pessoa que dá as costas aos seus amigos, e lá vão os três para as regiões dos campos de lava de Nevarro para dar um fim à instalação imperial abandonada, antes que alguém resolva ocupá-la, uma missão que irá revelar um pouco mais sobre as experiências para as quais a Criança estava sendo preparada, e o papel do Moff Gideon nos planos nefastos dos herdeiros de Palpatine.
Há muita coisa para amar em O Cerco. De Scout Troopers em motos speeder, Tie Fighters em combates aéreos em baixa atmosfera e o Bebê Yoda comendo biscoito recheado, o cerne da série segue sendo o que Star Wars tem de melhor e mais apaixonante.
O agridoce que eu mencionei lá no início, porém, está ligado a maneira como esse episódio parece ligar O Mandaloriano à trilogia sequência, em especial, ao Episódio IX.
E, se por um lado, seria bom ter um pouco de contexto para aqueles filmes horrorosos para ver se eles ficam me os terríveis com um pouco de background, por outro, eu não posso deixar de temer que a mediocridade dos episódios VII e IX, ou o escárnio vil do episódio VIII contaminem um programa que, nos últimos dois anos, eu aprendi a amar.
Seja como for, é bom ver o universo de O Mandaloriano se expandir um pouco, e assegurar à audiência que há algo maior acontecendo no pano de fundo do programa.
"-Você perdeu alguém?
-Eu perdi todos..."
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