Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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terça-feira, 28 de junho de 2011
Manhã (quase) perfeita
O Jairo acordou naquela manhã gélida de bem com a vida. Era um dia frio, seis graus na rua, e se fora difícil sair de sob as cobertas logo cedo, e ainda mais difícil tirar o pijama do corpo quente para colocar as roupas de trabalho, lá fora o céu faiscava de um azul revigorante e profundo, não havia sequer sombra de nuvem no céu, e sob o olho do sol, a sensação de aquecimento era agradável como só o frio intenso podia fazer o calor ser.
Ao se pôr em movimento com seus grandes fones de ouvido protegendo-lhe as orelhas do vento inclemente ao som de Boys Don't Cry, do The Cure, e a despeito da ardência que o ar gelado causava em suas narinas à cada inspiração, Jairo sentiu um sorriso surgir-lhe no rosto. O sorriso voltou fácil quando ele parou na venda e comprou uma caixinha de suco de maçã, e se alargou quando ele comprou o jornal do dia.
Ao sentar-se em sua mesa no trabalho, porém, o sorriso desvaneceu-se. Jairo sentiu como se houvesse esquecido de alguma coisa. Como se houvesse algo fora de lugar naquele cenário que parecia tão bom momentos antes. O que poderia ser? O que poderia ser...? Pensava a respeito disso enquanto abria o jornal e ligava o computador.
Foi quando viu o recado dela. Ali Jairo percebeu que, por mais que o clima fosse bom, que seu suco de maçã estivesse no ponto, que ele não sentisse frio no pescoço ou nas orelhas, e a música estivesse perfeita no fone estéreo vermelho-vivo e branco que ele usava com prazer, e fosse dia de pagamento, e ele fosse jogar com seus amigos na tarde seguinte, as coisas nunca estavam como deviam ser quando ela não estava por perto. O suco ficou ruim. O frio ficou desconfortável. Os fones demasiado grandes. A música excessivamente alta, Sting & The Police, demasiado chatos...
Chegou a flertar com o mau-humor, mas aí lembrou-se de um detalhe: Muito já havia acontecido e conspirado para apartá-la dele. E nada dera certo. Iria vê-la em breve, sabia. Quando passou à próxima faixa do MP-3 player, sorria de novo. Pois o dia estava frio, ensolarado, o suco delicioso, a música boa, etcetera, etcetera...
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Acho que é por aí!!!
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