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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Resenha Cinema: Sete Psicopatas e um Shih Tzu
A temporada 2013 de cinema começou, pra mim, com esse filme de Martin MacDonagh, mesmo diretor do ótimo Na Mira do Chefe, de 2008, e que também produziu o não menos interessante O Guarda, de 2011, dirigido por seu irmão, John Michael McDonagh. Aparentemente o sujeito encontrou seu ator fetiche no irlandês Colin Farrell, protagonista de Na Mira do Chefe e que estava precisando de um bom filme depois da bomba nuclear de proporções cataclísmicas que foi O Vingador do Futuro pra equilibrar um pouco o placar.
E Sete Psicopatas e um Shih Tzu é justamente isso, um bom filme.
Na trama conhecemos Marty (Farrell), um roteirista de cinema alcoólatra que passa por um bloqueio criativo enquanto tenta escrever seu novo filme, a que pretende chamar Sete Psicopatas.
O amigo de Marty, Billy (Sam Rockwell, louco, louco.), um ator fracassado que toca um negócio de sequestro de cães junto com Hans (Christopher Walken, genial como sempre), decide ajudar, colocando no jornal um anúncio de busca por psicopatas de verdade que queiram compartilhar suas histórias de vida para inspirar o escritor.
Por estranho que pareça, não é isso que faz com que os problemas de Marty aumentem geometricamente, mas sim o fato de Billy e Hans sequestrarem o cão shih tzu do mafioso Charlie (Woody Harrelson, brutal), que não vai poupar esforços e nem vidas para recuperar sua mascote, custe o que custar.
É um bom filme, como eu já disse, mas não passa muito disso.
O diretor MacDonagh, também roteirista do longa, se esforça sobremaneira pra armar um tremendo tabuleiro anti-clichê (Marty não quer escrever apenas mais um filme de homens com armas na mão, mas sim falar sobre amor e paz...), e depois, parece não saber muito bem o que fazer com o tal tabuleiro no desfecho do seu filme.
Sorte que a escolha do elenco foi inspirada, e as atuações, por vezes algo caricatas, ajudam a audiência a se conectar aos personagens, já que o roteiro não chega a dar espaço pro vínculo. Colin Farrell sabe fazer o tipo bebum boa-praça, e Sam Rockwell tem toda a manha de interpretar um pirado, assim como Woody Harrelson, e Christopher Walken é um sábio, do tipo que faz basicamente sempre a mesma coisa, e ainda assim, cativa a audiência. Somam-se a eles Harry Dean Stanton, como o psicopata quacre, Linda Bright Clay como a esposa de Hans, Myra e Tom Waits como Zachariah, todos muito bem, além de Gaborney Sidibe, Abbie Cornish, Olga Kurylenko e Michael Pitt, estes quase em participações especiais.
No fim das contas, fica a certeza de que Sete Psicopatas e um Shih Tzu diverte por um par de horas, mas podia ser muito mais se o diretor não estivesse tão desesperado pra erguer um cartaz contra a convenção.
"-Olho por olho deixa todos cegos.
-Não, não deixa. Vai ter um cara sobrando com um olho. Como é que o último cara cego vai tirar o olho do último caolho? Ele só tem que correr bem rápido e se esconder, tipo, atrás de um arbusto."
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