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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Top 10 Cinema: 2012

Não, o mundo não acabou. Nem perto disso. Mas tudo bem, pra compensar, nós tivemos um ano de 2012 repleto de grandes filmes, tantos, que cheguei a flertar com a ideia de fazer um top 15 ou 20, tamanha a oferta de bons filmes nesse ano que se encerrará em breve. Mas, uma vez superado esse impulso trapaceiro, encolhi a lista, aos dez filmes de praxe, mas não posso elencá-los sem fazer algumas menções honrosas a Os Descendentes, maior atuação da carreira de George Clooney e baita história, Dredd, qualificada adaptação de quadrinhos econômica e colhuda, Poder Sem Limites, mostrando que talento e inventividade substituem grandes orçamentos inchados na hora de contar qualquer história, o faroeste moderno Drive e o fofíssimo e adorável Moonrise Kingdom, 007 - Operação Skyfal, transformando Daniel Craig em James Bond, Ted, a comédia boca-suja do ano, todos filmaços que por uma razão ou outra, acabaram fora da lista final, mas que merece, e muito uma visita ao cinema ou à locadora.
Feitas essas pequenas justiças, sem mais delongas eu lhes entrego o infame Top 10 Casa do Capita versão 2012. À lista:





10° - O Espetacular Homem-Aranha

Há quem tenha torcido o nariz pra nova encarnação do cabeça de teia nos cinemas. Só posso supôr que são membros do fã clube do Tobey Maguire que jamais abriram um gibi na vida. O Espetacular Homem-Aranha tem defeitos, claro, mas os filmes de Sam Raimi também tinham defeitos. O principal?
Tobey Maguire jamais foi Peter Parker, e muito menos Homem-Aranha o suficiente pra fazer justiça aos cinquenta anos de cronologia do personagem.
Andrew Garfield ratificou isso em dez minutos de (inspirada) atuação . O filme tem falhas, claro, mas no principal, em seu coração e alma, acertou na mosca. O seu protagonista É o herói dos quadrinhos que eu cresci lendo, e eu só posso esperar que melhore ainda mais na inevitável sequência.

9° - Procura-se Um Amigo Para O Fim do Mundo

Com quem você gostaria de estar no fim de todas as coisas? Dodge Paterson (Steve Carrell) achava que sabia, até conhecer a espevitada Penny (Keira Knightley). Conforme rodam por um mundo que se prepara para o apocalipse os dois viajantes encontram espaço um no coração do outro, e ambos dentro do coração da audiência.
Lindo filme, intimista, esperto, emocionante, pra assistir com um lençol do lado, porque um lenço não pode não ser o suficiente.

8° - O Espião Que Sabia Demais

Filme de gente grande, dirigido com estilo por Tomas Alfredson contando com um elenco brilhante encabeçado por um Gary Oldman no auge de sua forma narrando uma história de espionagem no melhor estilo de John LeCarré só podia acabar num dos melhores filmes do ano. Não espere por soluções fáceis, pistas óbvias nem pirotecnias gratuitas. Em O Espião Que Sabia Demais as coisas andam devagar, garantindo a audiência tempo para aproveitar a jornada e tentar desvendar o mistério do agente duplo infiltrado na Circus junto com o protagonista George Smiley. Genial.

7° - Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Ainda que haja gente que possa se incomodar com eventuais furos do roteiro (é um filme de super-herói...) é impossível fechar os olhos à qualidade impressa por Christopher Nolan à trilogia do Homem morcego desde Batman Begins. Claro, a série alcançou seu pico com O Cavaleiro das Trevas e o Coringa de Heath Ledger, mas esse terceiro e último capítulo da saga engendrada por Christopher e seu irmão Jonathan Nolan tem tudo o que nos fez roer as unhas de antecipação antes de cada uma das estreias anteriores. Christian Bale se despede do capuz como o melhor Batman da história do cinema, e o que esteve presente nas melhores produções com o guardião de Gotham City.
Boa sorte pro próximo que tentar levar o morcegão às telonas.

6° - Os Vingadores

Desde que o Homem de Ferro de Robert Downey Jr. recebeu a visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson) após os créditos do seu filme de estreia todo mundo esperava desesperadamente por isso. O Incrível Hulk, o Thor e o Capitão América só aumentaram a expectativa, e quando a estréia do longa se aproximava todo mundo só tinha na cabeça que Os Vingadores teria que ser, no mínimo, espetacular pra chegar perto do que todo mundo estava esperando.
Joss Whedon construiu então um tremendo espetáculo visual, cheio de piadinhas e frases de efeito, estrelado por um elenco de gente talentosa que sabia exatamente o que tinha que fazer.
O resultado foi um filme que arrancou maxilares ao redor do globo e faturou uma quantidade absurda de dinheiro, além de, aparentemente, ter deixado os estúdios Marvel mais confiantes no tocante a realizar filmes com temática mais elaborada, mais longos, e, quem sabe, ainda melhores?
Homem de Ferro 3 vem aí. Que ele esteja na versão 2013 dessa lista...

5° - Argo

Que Ben Affleck tinha se transformado em um bom diretor todo mundo já sabia desde Medo da Verdade. Novidade foi ele ter feito um dos melhores longas do ano ao transformar em filme a inacreditável história de como uma ficção científica falso salvou um grupo de pessoal diplomático americano retido no Irã durante a crise dos reféns em 1980.
Affleck faz um suspense tenso, conduzido com mão firme, mas que encontra espaço pra respirar ao fazer rir, e declarar o quanto ama o cinema.
Baita elenco (encabeçado pelo próprio Affleck, mais Bryan Cranston, John Goodman e Alan Arkin), roteiro espertìssimo e direção de primeira, no grande filme da carreira de Affleck atrás das câmeras, e um dos melhores de um tremendo ano.

4° - As Vantagens de Ser Invisível

Deve dar gosto dirigir um filme que pode se apoiar inteiramente no roteiro e no talento dos protagonistas pra tocar a audiência.
A história do problemático e solitário adolescente Charlie (Logan Lehrman, ótimo) e de como sua vida muda ao fazer dois amigos na escola, o veterano Patrick (Ezra Miller, um mutante) e a adorável Sam (Emma Watson, deixando Harry Potter lá pra trás) é daquelas coisas que a gente assiste sentindo o gosto que nossa boca tinha quando éramos adolescentes acreditando que todas as nossas pequenas tragédias pessoais eram o fim do mundo sem fazer ideia de que cada experiência moldaria nossa personalidade nos dias vindouros.
Stephen Chbosky adapatou seu próprio livro com uma sensibilidade que seria difícil encontrar em outro diretor, contou uma bela história de crescimento e amadurecimento, e fez um dos melhores e mais apaixonantes filmes do ano.


3° - A Invenção de Hugo Cabret

Martin Scorsese manja demais de seu ofício. Nesse A Invenção de Hugo Cabret o cineasta esbanja estilo e excelência ao contar a história de como a vida do jovem órfão Hugo (Asa Butterfield) muda quando ele vê seu caminho se cruzar com o de Isabelle (Chloë Moretz), e seu tio, Géorges (Ben Kingsley, um monstro brincando de atuar).
A tocante fábula de Scorsese, uma velada declaração de amor ao cinema em sua aurora é linda em todos os aspectos, do tocante roteiro, à apaixonada atuação dos atores, passando pela beleza estética do filme e até no 3D, um dos melhores já utilizados no cinema.
Obrigatório pra qualquer um que já tenha visto um filme na vida.


2° - As Aventuras de Pi

A linda história de Piscine Molitor Pattel (Irrfan Khan, Suraj Sharma, Ayush Tandom) , e de como ele sobreviveu a meses à deriva, perdido em meio ao Oceano Pacífico após o naufrágio do navio cargueiro que levava sua família e os animais de seu zoológico da índia ao Canadá, preso em um bote salva-vidas com um tigre de bengala é desses filmes que a gente vê ora com um nó na garganta, ora com um sorriso no rosto.
Trabalho excepcional de Ang Lee, dominando com maestria a técnica de se fazer um filme feito pra ser visto em tela grande com tudo o que a moderna tecnologia cinematográfica tem a oferecer, e com a sensibilidade habitual do trabalho do taiwanês, elenco inspirado, e a grande fábula cinematográfica do ano que se encerra.

1° - O Hobbit

Aposta certa. Todo mundo sabia que O Hobbit, na mão de Peter Jackson só podia dar em coisa muito da boa.
E o neo zelandês não decepcionou. Seu O Hobbit é mais leve que a trilogia O Senhor dos Anéis. Mais divertido, menos grave e urgente, mas a excelência técnica e a habilidade narrativa do diretor pra conduzir grandes fantasias épicas está toda lá, do jeitinho que a audiência se lembrava.
Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage), Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), Gandalf o Cinzento (Ian McKellen) e a companhia de anões que saem do Condado em direção à Montanha Solitária para reaver o tesouro de Erebor, usurpado pelo dragão Smaug, o Magnífico ganham o coração da platéia quase instantaneamente, e quando as duas horas e quarenta do filme se encerram, a gente já está roendo as unhas pensando que ainda falta um ano pra ver como a história vai continuar.

4 comentários:

  1. Concordo com tudo que você falou sobre o Espetacular Homem-Aranha. Ainda não é o Peter perfeito(Esse tá correndo na corrida maluca) mas é o mais próximo que tivemos. Chega do Aranha bobão apaixonado.

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  2. Verdade, Mac, não dava mais pra aguentar as lágrimas de coração partido do Peter Maguire.

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  3. Respostas
    1. Dredd ganhou menção honrosa lá em cima, mas apesar de ser muito maneiro, acabou de fora dos meus 10 mais.

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