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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Rapidinhas do Capita


Renan Calheiros reeleito presidente do Senado Federal. Não chega a ser uma surpresa o corporativismo corrupto da imensa maioria dos senadores (assim como da imensa maioria dos políticos do Brasil, diga-se de passagem), o que de fato choca é a desfaçatez desses "servidores" para com a opinião pública. Não me refiro nem ao eleitorado, esse é cego, surdo, mudo, entrevado e burro, prova cabal de tal condição é a presença de Calheiros como senador. Ele foi eleito pelo povo de seu estado de origem, Alagoas, mesmo após ter se afastado voluntariamente do mesmo cargo para o qual foi novamente eleito na última sexta-feira. Calheiros renunciou à presidência do Senado durante um escândalo que o colocava na mira de denúncias de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, além de desvio de verba do Senado.
Após joguetes escusos feitos nas sombras de Brasília, esse elemento que tem, no mínimo, moral duvidosa (é alvo de denúncias no STF) e um caráter questionável (Teve uma filha fora do casamento com uma jornalista), voltou a uma posição de destaque e importância no cenário político do Brasil. O que serve para duas coisas em essência:
Primeira, mostrar o tipo de representantes que esse povo do Brasil gosta de eleger.
Segunda, representar à perfeição os pares que o consagraram seu líder no Senado.

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O Odilei estava deitado no sofá de casa, olhando para a TV na penumbra, sem assistir nada e com um livro deitado sobre o peito. De súbito, sem nenhuma razão aparente, teve um acesso de riso.
Gargalhou tanto e tão alto, que seu cachorro, que estava sonolento e preguiçoso por causa do calor modorrento daquele dia, levantou-se lépido do piso frio da cozinha e correu abanando o rabo para saudar a súbita explosão do que julgava ser alegria.
Odeilei acariciou o cão enquanto limpava as lágrimas que a gargalhada trouxera a seus olhos.
Percebeu, subitamente, que fora testemunha e mártir num ocaso que se igualava à carta da Rachel para Ross, em Friends, onde ela se estendia por dezoito páginas (frente e verso), demandando que Ross concordasse com a plena responsabilidade sobre sua noite de sexo embriagado e de coração partido com a gatinha da casa de cópias após Rachel exigir "um tempo".
Trocando em miúdos? Fora avisado, muito delicadamente, que não era confiável e que a culpa era sua, ora bolas.

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Sonhou com sua avó, naquela noite. Tinha ido ao apartamento dela, para ajudá-la com um vazamento. Ao chegar lá, ela ainda morava no apartamento grande da Fernando Machado, com a cozinha e a área de serviço de azulejos verdes, e estava jovem e vivaz, com os cabelos pintados de louro mate, e planejando fazer uma permanente enquanto andava de um lado para o outro se arrumando com esmero para sair como fazia quando ele era criança.
Na área de serviço, um azulejo fora arrancado da parede sob o vão que fazia as vezes de sótão, e desse buraco nos azulejos, jorrava água de maneira inclemente e contínua. Ela havia colocado uma chaleira diante do jorro d'água para direcioná-lo ao tanque.
Foi lá, desligou o registro, e colocou um novo azulejo para cobrir o buraco. Era branco, e não verde como os demais, mas parou a inexplicável queda d'água, e a avó não se importou com a estética.
Quando entregou-lhe a chaleira, ela perguntou de onde tinha vindo. Ele respondeu que ela tinha colocado ali para desviar a água para o tanque, o que fora bem pensado, já que havia impedido a inundação da área e da cozinha. Ela replicou que não havia colocado nada ali, e ele argumentou que ela devia ter colocado e esquecido.
Quando disse isso, ela se tornou de novo a velhinha enferma e frágil de cabelos brancos que não lembra quem são as pessoas no hospital, e ele a abraçou e deu-lhe um beijo na testa, sentindo vontade de chorar de tristeza e remorso por tê-la feito ficar assim de novo.
Acordou com um gosto amargo na boca. E vontade de ir embora.

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