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segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Resenha Cinema: Elysium
Foi em 2009 que Neil Blomkamp se lançou ao estrelato com seu longa de estreia nos cinemas. Distrito 9, produzido por Peter Jackson era uma competentíssima ficção científica de orçamento modesto mas muito bem aproveitado, que mostrava alienígenas vivendo em campos de refugiados na África do Sul.
Com um roteiro maneiro, bem amarradinho, e repleto de entrelinhas políticas e sociais, e uma direção esperta, espremendo até a última gota dos trinta milhões de dólares de seu orçamento, Blomkamp mostrou que entendia do riscado, atraindo a atenção da mídia e do público para seu filme, que se tornou um tremendo sucesso de bilheteria, e lhe garantiu entrada para o mainstream hollywoodiano.
Quatro anos se passaram e Blomkamp volta aos cinemas novamente com uma ficção científica escrita por ele próprio, repleta de sub-texto sócio-político, mas o mainstream se faz sentir no orçamento, de cento e quinze milhões de dólares e no elenco estrelado, cheio de nomes reconhecíveis.
Na trama de Elysium, o planeta Terra de 2154 é um pouco diferente de hoje em dia. A diferença entre ricos e pobres se tornou mais palpável do que nunca após a humanidade esgotar os recursos naturais do planeta, que se transformou em uma gigantesca favela hiper populosa, na sua órbita paira o paraíso artificial de Elysium.
Um habitat sintético erigido em uma estação orbital funcionando como morada dos podres de ricos onde graças à moderna tecnologia não existe privação de nenhuma espécie, nem doenças e nem morte.
Os excluídos do novo mundo, claro, não se conformam com essa situação, muitos pés de chinelo apelam aos serviços de Spider (Wagner Moura), uma espécie de coiote de fronteira high tech, que, pelo preço certo, oferece aos desesperados uma chance de entrar ilegalmente no paraíso artificial dos abastados.
Uma chance pequena já que, para proteger Elysium, a Chefe de Estado Delacourt (Jodie Foster) está preparada para fazer qualquer coisa, inclusive abater naves ilegais cheias de mulheres e crianças.
Alheio a tudo isso, Max da Costa (Matt Damon) tenta levar sua vida na Terra. Ex-condenado por roubos, agressões e outras infrações, Max se esforça para andar na linha trabalhando na fábrica que manufatura os robôs responsáveis por serviços essenciais na Terra e pelo policiamento de Elysium, especialmente após reencontrar Frey (Alice Braga), seu amor dos tempos de criança no orfanato onde cresceu.
Porém, ao ser exposto à uma dose fatal de radiação em um acidente de trabalho, e receber a notícia de que morrerá em cinco dias, Max procura a ajuda de Spider para chegar a Elysium, onde a tecnologia médica disponível poderá salvá-lo da morte certa.
Spider aceita, mas demanda um serviço de Max em troca:
Sequestrar um figurão de Elysium e roubar informações vitais de sua mente.
Para suportar a viagem, e ser capaz de pagar seu preço, Max passa por uma cirurgia que o liga a um exoesqueleto mecânico e chama seu amigo Julio (Diego Luna) para ajudar no trabalho, e também ganhar uma passagem para a estação paradisíaca.
Durante o sequestro, porém, algo dá errado, e Max, acaba de posse de uma brecha no sistema de Elysium capaz de acabar com a polarização da humanidade, isso o coloca na mira de Delacourt, que ativa o mercenário Kruger (um cascudo Sharlto Copley) para impedi-lo de alcançar seu objetivo.
Irregular, talvez seja a melhor forma de definir Elysium.
O filme começa muito bem, a apresentação do cenário convence, e Matt Damon na pele de Max da Costa esbanja carisma, ao menos até ser acometido pelo seu envenenamento, daí em diante, da mesma forma como o personagem vai se tornando mais murrinha, o filme começa a apresentar seus problemas, os mais flagrantes são a quantidade de informação jogada na tela, e a mudança de pegada, acelerando o filme conforme a trama avança apostando na ação em detrimento do tom previamente estabelecido, nada que estrague o filme, mas certamente não ajuda.
O elenco vai bem, Damon acaba prejudicado pela direção que o roteiro dá a Max, mas tem tempo de mostrar o que sabe, Foster é discreta e subaproveitada, Wagner Moura interpreta como se estivesse drogado com metanfetamina, o que, considerando seu personagem, é bacana, Alice Braga e Diego Luna pouco tem a fazer, e Sharlto Copley ruleia com seu sotaque afrikaans, sua barba de papai noel mendigo e sua psicopatia cascuda.
Resumindo: Elysium não entrega o que promete. Está longe de ser um filme ruim, mas a expectativa elevada é sua inimiga. Se tu for ao cinema esperando pouca coisa, provavelmente vai curtir bastante, e não se arrependerá de pagar o ingresso.
"-O que você fez comigo?
-Te dei uma saída..."
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Ia te convidar pra ver em imax com o Ricardo, que vai estar aqui em poa neste findi (27/9). Mesmo já tendo visto, o convite tá valendo.
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