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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Resenha DVD: Machete Mata


Em 2010 Robert Rodriguez transformou em filme um dos trailers falsos que talvez tenham sido a coisa mais divertida no projeto Grindhouse que ele e Quentin Tarantino tiraram do papel em 2007 (injustiça, vá lá, Planeta Terror e À Prova de Morte eram ambos bem bacanas...).
Foi de uma das prévias gozadoras que surgiu Machete, "mexploitation" idealizado por Robert e Álvaro Rodriguez contando a história do ex-federale Machete (Danny Trejo), que após ter sua vida destruída pelo narcotraficante Rogelio Torrez (Steven Seagal) foge para os EUA, onde é contratado para matar um senador linha dura (Robert De Niro), é traído por seus empregadores, e começa uma violenta saga de vingança que faz com que ele cruze o caminho de beldades como Luz (Michelle Rodriguez), Sartana (Jessica Alba) e April (Lindsay Lohan) enquanto desmembra, eviscera, decapita e esquarteja rumo ao seu objetivo.
Era uma tremenda porcaria, mas divertido.
Ver Danny Trejo, com sua cara amassada de vilão de faroeste, do tipo que nem mesmo costuma ter falas nos filmes, no papel de mocinho, comendo todas as gatas que passavam à sua frente enquanto fazia absurdos como a decapitação tripla, ou rapelar um prédio usando o intestino de um vilão como corda tinha um certo fascínio galgado na curiosidade e no flerte com o absurdo, além de achar espaço entre a fanfarronice e o gore pra fazer uma crítica à forma como os EUA tratam os imigrantes "ilegales".
Com um custo baixo, estimado em 10,5 milhões de dólares e rendendo um total de mais de 44 milhões, Machete pôde cumprir a promessa de um novo filme (Havia outro trailer falso em Machete, aventando esse Machete Mata).
Machete Mata dá sequência à história do ex-federale, agora trabalhando de maneira independente com Sartana (Alba) no combate à injustiça, Machete é recrutado pelo presidente dos Estados Unidos (Charlie Sheen) para viajar até o México com a ajuda da Miss San Antonio (Amber Heard), onde um traficante de armas chamado Mendez (Demian Bichir) planeja lançar um míssil contra Washington matando milhares de pessoas.
O que Machete não sabe é que Mendez é apenas um peão nos planos de Voz (Mel Gibson), um cientista louco que controla um exército e possui tecnologia além da imaginação para tornar sua nefasta visão de futuro real.
Para enfrentar um inimigo com tantos recursos, Machete novamente precisa da ajuda de Luz, especialmente quando se torna alvo do assassino El Camaléon (Walton Goggins, Cuba Gooding Jr., Lady Gaga e Antônio Banderas), e da prostituta assassina Desdemona (Sofía Vergara), e sua ajudante KillJoy (Alexa PenaVega).
Machete Mata não é, nem de longe, divertido como o antecessor.
Se o primeiro Machete tinha como principal qualidade a despretensão, a simplicidade de uma história de vingança boba que era mais um acessório pra divertir embalada por absurdos visuais, a sequência vai na contramão.
Machete Mata é um produto excessivamente pretensioso pra algo que, desde a origem, lá no trailer falso de Grindhouse, era vazio e bobo.
Entre vilões com fortalezas em forma de pirâmide azteca no meio do oceano, helicópteros usados pra desmembrar vilões, foguetes espaciais, armas laser e super soldados clonados, a graça da piada se perde na grandiloquência descabida.
Mesmo as participações especiais engessam o filme a partir do momento em que são mais personagens que aparecem e desaparecem sem nenhuma função na história. Claro, o desfile de gostosas com pouca roupa é sempre bem vindo (Embora as pernas de Amber Heard devessem ter aparecido mais, muito mais), Mel Gibson é uma presença a ser considerada, e boas sacadas como Charlie Sheen ser creditado como Carlos Estevez e existir até um El Camino convertido em tanque são bacanas, mas muito pouco pra sustentar esse filme, e a sequência que ele tenta emplacar:
Machete Mata Novamente... No Espaço.
Assista em último caso, num domingo à tarde é melhor que ver o Faustão...

"-Eu não sabia que isso ia acontecer...
-Machete acontece."

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