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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Resenha Cinema: Drácula - A História Nunca Contada


O sucesso dos filmes da Marvel em geral, e de Os Vingadores em Particular, tornou-se o bê-a-bá dos filmes de super-herói. Prova disso é que a DC/Warner engatilhou tudo para seguir, no cinema e na TV, os moldes da Casa das Ideias e gerar, não um, mas dois universos compartilhados por seus heróis.
A Fox tem planos semelhantes para as franquias da Marvel de que detém os direitos, e até a Sony planeja fazer um universo cinemático do Homem-Aranha à partir dos injustiçados filmes estrelados por Andrew Garfield.
Não chega a ser surpresa que todos os estúdios que possuem super-heróis no seu caderno de franquias planeje copiar o modelo bilionário da Marvel. Executivos de estúdio querem é dinheiro, e se super-heróis são o lance mais rentável do momento, faz sentido que os engravatados tentem jogá-los às dezenas nas telonas seguindo a fórmula mais rentável.
Por que diabos do inferno eu abri a resenha do Drácula falando da Marvel?
Bem...
Seria cômico se não fosse trágico, mas a última encarnação de Drácula nas telonas é um filme de super-herói.
Verdade.
Drácula - A História Nunca Contada é um filme de super-herói sem tirar nem pôr. Os pôsteres já denunciavam isso, e, assistindo o filme, fica a certeza de que o Vlad Dracul do longa do estreante Gary Shore nasceu pra liderar uma equipe formada por Frankenstein, Lobisomem e o Monstro da Lagoa Negra...
Na trama (roteirizada por Matt Sazama e Burk Sharpless) Vlad (um esforçado Luke Evans) é o príncipe da Transilvânia. Apesar de ser o marido dedicado de Mirena (Sarah Gadon) e o pai amoroso de Ingeras (o Rickon Stark de Game of Thrones Art Parkinson), Vlad traz em seu passado a sombra do tempo em que esteve à frente do exército turco.
Durante seus anos de mocidade, à serviço do sultão de quem é vassalo, Vlad forjou uma reputação tenebrosa, erigida em sangue e morte, e ficou conhecido como Drácula, o Empalador.
Vlad espera que esses anos tenham ficado para trás, mas quando o novo sultão Mehmed (Dominic Cooper) aparece no feriado de Páscoa demandando mil meninos para lutarem em suas fileiras, e mais Ingeras para ser seu refém real, o príncipe percebe que, não apenas está para entrar em guerra, mas em uma guerra que não tem como vencer, a menos que esteja disposto a apostar tudo o possui, tudo o que ama, e até mesmo sua humanidade.
Não chega a ser ruim, esse novo Drácula, na verdade, o primeiro terço do filme é bastante interessante, jogando de maneira criativa com os fatos históricos que embasam a lenda do vampiro mais famoso do cinema.
As empalações, o domínio turco, o mestre vampiro vivido pelo ótimo Charles Dance, tudo funciona a contento no início de Drácula - A História Nunca Contada.
O problema é que no seu segundo ato o filme se torna o tal longa de super-herói que foi mencionado no início, com Drácula descobrindo seus super-poderes, suas fraquezas, e lutando contra sua sede de sangue humano, e o terceiro ato, então, é quando o longa descamba de vez.
Se por um lado é bom ver um vampiro ser um vampiro, torrar na luz do sol, ter medo de símbolos sagrados, alergia à prata, virar morcego, beber sangue, por outro é meio decepcionante ver que, em nome da censura branda (O PG-13 norte-americano), partes importantes do mito dos vampiros em geral, e do Drácula em especial, foram sonegados, como a sensualidade e a crueldade (No filme, Drácula "empalava uma vila para poupar outras dez"...).
Apesar da boa produção de arte, de algumas atuações interessantes (de Evans e Dance), e do começo animador, Drácula - A História Nunca Contada acaba vergando sob o peso dos efeitos visuais e da tentativa de transformar um monstro clássico do cinema em um super-herói com direito a super-poderes e capa vermelha esvoaçante, está bem acima de Frankenstein Entre Anjos e Demônios em termos de qualidade e é mais divertido que O Lobisomem, mas isso é muito pouco para o mais famoso vampiro do cinema.
Espere o DVD.

"Homens não temem espadas. Eles temem monstros."

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