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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Top 10 Negativo - Cinema 2017

Eu fui pouco ao cinema esse ano. Mais do que isso, vi poucos filmes. Só posso assumir que estou ficando velho e me tornando (mais) chato com a idade.
Os filmes não me emocionam mais. Tive uma experiência horrível assistindo Star Wars: Os Últimos Jedi, não fui capaz de me conectar com Homem-Aranha: De Volta ao Lar, mas chorei, honestamente, assistindo Cosmos... Sei lá... Talvez minhas preferências é que estejam mudando, já que fui muito mais feliz no que tange a entretenimento assistindo séries em 2017. Better Call Saul, Game of Thrones, O Justiceiro, Stranger Things e Duses Americanos do que a maior parte dos filmes que assisti esse ano...
De qualquer forma, foi com muito custo que juntei os piores filmes que assisti ao longo de 2017 em uma lista de dez longas. O critério para merecer um lugar na lista segue o mesmo de anos anteriores: Bombas insuspeitas vencem porcarias óbvias, o grau de investimento conta e, claro, a expectativa em torno do filme, também. Apenas filmes lançados de janeiro pra cá e, claro, que eu tenha me dado ao trabalho de assistir...

10 - A Torre Negra


Tinha gente esperando há anos por esse filme. Hollywood flertava há anos com essa adaptação. Uma das obras mais cultuadas de um dos escritores mais populares da literatura contemporânea, a série A Torre Negra podia render uma franquia de oito filmes pro estúdio que investisse nas adaptações cinematográficas e acertasse a mão.
A Sony investiu, com certeza, mas errou feio a mão.
O filme de Nicholaj Arcel é vazio, desagrada os fãs dos livros e não empolga os não-fãs, desperdiça o talento de dois ótimos atores e entrega uma história genérica que rivaliza com coisas como Eragon, Eu Sou Número 4 e qualquer outro filhote anencéfalo de A História sem Fim e testa a paciência da audiência que, pra piorar, ainda tem breves vislumbres de que esse filme poderia ter sido bom.

9 - Assassin's Creed


Se tinha um filme, além de Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, que parecia capaz de tirar a mancha que recai, merecidamente, diga-se de passagem, sobre os filmes baseados em videogames, esse filme era Assassin's Creed.
O longa era encabeçado por nada menos que três egressos do ótimo Macbeth: Ambição e Guerra, o diretor Justin Kurzel, a linda e talentosa Marion Cotillard e o ótimo Michael Fassbender, um assumido fã dos games que produziu a coisa toda.
Com um grande elenco com atores do calibre de Brendan Gleeson e Jeremy Irons parecia claro que Assassin's tinha tudo pra dar certo.
Mas não deu.
O roteiro é mal ajambrado, seu desenvolvimento é aborrecido e a história é confusa, resultando em um filme que não decide se vai focar em Aguilar ou Callum Lynch (ambos Fassbender) e quando finalmente escolhe um dos dois, faz a escolha errada. Não há atuação que salve um roteiro porcaria, e nem mesmo as atuações são grande coisa em Assassin's Creed, por Odin, nem mesmo a ação, o mais básico traço dos games, funciona.
Assim fica difícil.

8 - xXx: Reativado


Vamos colocar da seguinte forma: Um novo filme de Triplo X é uma ideia tão ruim há tanto tempo, que em 2005 uma sequência foi lançada sem Vin Diesel. Até o protagonista da bagaça sabe que essa série é uma porcaria.
Mas sabe como é. Diesel está chegando aos cinquenta, as ofertas de emprego não devem estar se empilhando à sua porta, e a franquia Velozes & Furiosos vai acabar em algum momento, ele não pode viver só de dizer "Eu sou Groot", então deve ter parecido uma boa ideia, pra alguém... Em algum nível... Sob algum ponto de vista... Revisitar um personagem que já nasceu datado em 2002.
O resultado é que Diesel e o diretor D. J. Caruso tentam fazer um filhote de Velozes & Furiosos com esportes radicais ao invés de carros tunados, cheio dos mesmos cacoetes, de famílias de foras da lei a vilões que passam pro lado do bem, em uma hora e quarenta e sete minutos de um dos piores filmes do ano que só não ganhou lugar mais perto do topo dessa lista porque era uma porcaria óbvia desde o anúncio...

7 - Velozes & Furiosos 8


E quem disse que grande retorno financeiro é garantia de qualidade? Certamente não a série bilionária Velozes & Furiosos, que começou como um bem-intencionado chupim de Caçadores de Emoção e logo se transformou no filhote burro e cheio de esteroides de Onze Homens e Um Segredo.
O oitavo e mais recente filme da franquia empilhou tantos dólares em bilheteria pelo mundo inteiro quanto ignorou as leis da física e teve atuações constrangedoras em sua trama requentada e boba a respeito de um bando de ladrões sendo usado pelo governo dos EUA para combater um outro bando de ladrões que está usando o líder do primeiro bando de ladrões para roubar um bagulho, lá.
O diretor F. Gary Gray não faz muita coisa além de distribuir os coletes e supervisionar o CGI num filme de ação genérico que é mais um capítulo sonolento e preguiçoso de uma série que já foi divertida, mas agora é apenas repetitiva.

6 - Baywatch


A briga entre Dwayne The Rock Johnson e Vin Diesel nos bastidores de Velozes & Furiosos 8 talvez tenha começado em uma disputa sobre quem fez os piores filmes em 2017... Se foi o caso, Johnson leva vantagem, além de ter estrelado em duas grandes porcarias ele nem teve o divertido Guardiões da Galáxia - Volume 2 em seu cartel pra dar uma amenizada.
Ao invés disso ele esteve em Baywatch, que tinha potencial e elenco pra ser uma comédia divertida, mas se tornou duas horas de uma série de piadas escatológicas embrulhadas em uma pseudo-trama mais frágil que papel higiênico molhado, inchada com romances sem química e gags sem graça.
Há poucas coisas nessa vida piores do que uma comédia sem graça, e uma delas é uma comédia sem graça que desperdiça o talento de atores que sabem ser engraçados.

5 - Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi


É, eu também não acredito. Mas é difícil pensar em uma sessão de cinema que tenha me deixado mais vazio e desapontado em 2017. Pior:
Quanto mais em penso a respeito do filme, menos eu gosto dele.
Com um roteiro cheio de buracos, tramas paralelas enfadonhas, personagens clássicos descaracterizados, personagens novos insuportáveis, absoluta falta de consideração pelas perguntas levantadas como importantes no filme anterior, e o maior e mais completo desrespeito ao cânone de Star Wars em todos os tempos, Os Últimos Jedi foi, de longe, o filme que me fez sentir pior durante esses últimos doze meses.
Rian Johnson limpou os pés na mitologia de Star Wars, ignorou os sete filmes anteriores e aparentemente criou um roteiro sem-sentido com o único intuito de mudar uma mitologia consagrada defenestrando as regras estabelecidas e a jornada do herói em nome de um retrato da geração millenial, que não precisa batalhar por nada, ganhando tudo de mão beijada na forma de Rey, a Mary Sue definitiva da história do cinema, e Kylo Ren, o emo riquinho revoltado.
Parabéns, Johnson, pela primeira vez saí de um cinema após ver Star Wars sem nenhum interesse em assistir a outro Star Wars.

4 - Transformers: O Último Cavaleiro


A verdade é que Transformers é uma franquia que piora em proporção geométrica a cada novo lançamento. O pior de tudo é lembrar que o primeiro filme era uma divertida mistura de Sci-fi, ação e comédia que foi sendo paulatinamente diluída em pirotecnia vazia ao longo de cinco filmes um pior que o outro.
O Último Cavaleiro é, fácil, o ponto mais baixo da franquia em todos esses anos, com uma trama confusa e besta que enfia os Transformers na lenda do rei Arthur, deixa Optimus Prime malvado e Anthony Hopkins constrangedor em meio àquelas tradicionais sequências de ação que a gente não consegue distinguir direito e aquela dor de cabeça que a edição disparatada da série já tornou tradicional.
Mark Wahlberg disse que não retornará para novas sequências. Todos deveriam fazer a mesma coisa...

3 - Bright


A Netflix enfiou os dois pés na jaca com gosto ao entregar 90 milhões de dólares pra David Ayer dirigir um filme sobre criaturas mágicas e gangues de Los Angeles estrelado por Will Smith.
O diretor que já havia cometido muito filme ruim, incluindo aí o horrendo Esquadrão Suicida faz o que faz melhor em Bright, enche a porra toda com a dinâmica de gangues e de policiais corruptos para contar uma história sobre orcs marginalizados e elfos privilegiados, no meio de tudo isso tem uma varinha mágica que explode usuários não-autorizados mas que ainda assim todo mundo quer, e uns tiroteios em becos iguais a todos os outros filmes de Ayer.
Will Smith fazendo papel de Will Smith, que à essa altura já encheu o saco, e duas horas da sua vida que ninguém vai devolver.

2 - Rei Arthur: A Lenda da Espada


Sabe o que é o mais triste?
Eu realmente achei que Guy Ritchie e Lionel Wigram fariam pelo rei Arthur a mesma coisa que haviam feito por Sherlock Holmes anos atrás, e entregariam uma interpretação divertida, movimentada e empolgante de um personagem clássico com uma roupagem nova, mas reconhecível.
Ledo e Ivo engano...
O Rei Arthur de Ritchie e Charlie Hunnam é arrastado e surtado na mesma toada, não é capaz de acender nenhuma emoção ou se segurar na memória da audiência, a trama confusa e inchada demanda concentração pra acompanhar mas não entrega o que promete. Monstros gigantes, malandragem rueira, espada e magia se empilham pela tela sem dó nem piedade e o espectador nem mesmo é capaz de ligar porque é simplesmente impossível se divertir ou se conectar emocionalmente a um videoclipe de mais de duas horas que nem mesmo tem música...

1 - A Múmia


Eu terminei de assistir A Múmia e me perguntei duas coisas:
Por que Tom Cruise aceitou fazer esse filme?
Por que a Universal entregou tamanho controle criativo a Tom Cruise a ponto de o astro pegar o que deveria ser o primeiro filme de seu universo de horror e transformar em um filhote genérico de Missão: Impossível onde o vilão da vez é uma múmia?
Provavelmente desespero pra capitalizar em cima de um catálogo de monstros com os quais a maioria das pessoas não se importa mais.
O resultado porém, foi tenebroso. Um filme de ação horroroso que trafega por cada parada obrigatória da cartilha do blockbuster vazio sem conseguir, de forma alguma, fazer o Universo Sombrio natimorto da Universal respirar.
Tom Cruise de fato é um herói. Matou essa ideia horrorosa antes mesmo que ela saísse da caixa.




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