E a Disney resolveu se coçar e meter a mão no bolso pra garantir que o fluxo de dinheiro não fique minguado em anos vindouros.
Prestes a perder alguns de seus principais protagonistas no Universo Cinemático Marvel, nominalmente Chris Evans e Robert Downey Jr., a Disney tratou de abrir a carteira e recuperar alguns de seus principais heróis para o futuro através da compra da Fox, que detinha os direitos cinematográficos de X-Men e do Quarteto Fantástico, dois dos mais importantes super-grupos da editora.
Vou confessar que, de cara, fiquei muito mais empolgado com o retorno do Quarteto ao domínio do MCU. Não que eu não goste dos X-Men, mas os mutantes da Marvel são tão numerosos e têm uma cronologia tão própria que eu considero perfeitamente plausível que eles tenham seu próprio universo independente do restante dos heróis da editora, por mais que saibamos que não permanecerá assim.
Outro ponto é que, os X-Men já tiveram ótimos filmes pela Fox. X-Men 2, Primeira Classe, Dias de um Futuro Esquecido, Deadpool e Logan, são todas excelentes adaptações cada qual com sua proposta, e a fórmula Marvel, não necessariamente faria maravilhas por esses personagens. Na verdade, poderia diluí-los de alguma forma.
O Quarteto, não.
A primeira criação de Stan Lee e Jack Kirby a alcançar as bancas de gibis jamais teve o tratamento merecido nas telonas. Muito antes pelo contrário.
O melhor que o Quarteto conseguiu na vida foi uma comédia família no primeiro filme dirigido por Tim Story em 2005, um longa tão cheio de equívocos que seu maior mérito era não ser horrível.
Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, de 2007, falhou nisso, e foi horrível. E a coisa não parou por aí, já que em 2015 a Fox resolveu chutar o cavalo morto e lançar mais uma terrivelmente equivocada versão do Quarteto dirigida por Josh Trank que, antes mesmo do lançamento do filme já estava xingando a Fox por mexer no teu trabalho. E nem vamos voltar mais no tempo, até o Quarteto Fantástico de Roger Corman, de 1994, marco do cinema trash feito a toque de caixa para evitar uma multa e tão horrível que a Marvel se viu na obrigação de esconder do mundo.
É...
Se alguém precisa de um tratamento decente no cinema, é o Quarteto.
Então, enquanto as agências reguladoras norte-americanas decidem se a compra da Fox pela Disney não ofende o sistema financeiro estado-unidense que tal fazer uma brincadeira que não fazíamos há tempos por aqui, calçar os sapatos de Kevin Feige e imaginar como seria o filme do Quarteto Fantástico no MCU?
Minha versão da Primeira Família da Marvel seria voltada ao lado mais aventuresco do grupo. Eu adoraria vê-los como exploradores do desconhecido, com sua apresentação preparando terreno para a Zona Negativa, viagens no tempo, e, claro, o desbravamento do cosmos culminando com a chegada de Galactus.
Como de praxe no MCU, o diretor e o roteirista são quase acessórios na criação do filme, ainda assim, sejamos abusados e suponhamos que não fosse o caso.
Para escrever o roteiro de uma ficção científica de super-heróis, que tal Drew Goddard?
O sujeito por trás da primeira temporada da espetacular série do Demolidor da Netflix e que adaptou o roteiro do excelente Perdido em Marte para Ridley Scott e Matt Damon seria a minha primeira escolha para inserir o Quarteto no Universo Marvel estabelecido.
Na direção que tal dar um grande orçamento a Jake Schreier, dos bons Frank e o Robô e Cidades de Papel, que já deixou claro que sabe dirigir atores e empregar alma a seus filmes?
Mas e quanto ao elenco, tu deve estar se perguntando. Vamos a ele:
Reed Richards/Senhor Fantástico
Para viver o pesquisador que é uma das três maiores mentes científicas do universo Marvel (junto com Tony Stark e Bruce Banner) e que após um banho de raios cósmicos passa por uma mutação que lhe dá o dom de fluir e se esticar como se fosse feito de borracha, eu pensei, de imediato em Adrien Brody.
O vencedor do Oscar por O Pianista já deixou claro que não tem medo de tentar coisas diferentes, sabe se equilibrar entre comédia, drama e ação, indo de filmes como O Grande Hotel Budapeste até Predadores sem deixar a desejar, não desapareceria contracenando com os pesos-pesado do MCU e, além de ser um ator talentoso e premiado, tem cara de geek.
Susan Storm/Mulher Invisível
Quem melhor do que Katheryn Winnick para viver a Mulher Invisível?
Se a mera ideia de ver a monumental senhora Lothbrok de collant não te convencer, deixe-me lembrá-los que além de linda de morrer a loira canadense versada em artes marciais já deixou claro em Vikings que sabe interpretar uma mãe que não tem medo de cair na porrada. Além de ser um símbolo de força feminina em tempos de inclusão, é uma atriz talentosa, com diversas indicações por sua interpretação de Lagertha, e merece uma chance de brilhar na telona em um papel de mais destaque.
Ben Grimm/Coisa
A coisa de olhos azuis, Ben Grimm é o sujeito mais atormentado por seus poderes na mitologia do Quarteto. Um sujeito rueiro e boa pinta antes do acidente com os raios cósmicos, o sobrinho preferido da tia Petúnia se viu preso na forma grotesca de um monstro de pedra, incapaz de reverter à forma humana.
Para o que seria apenas uma ponta como ator, seguida de uma participação recorrente como dublador, que tal Mark Wahlberg?
O execrável ex-rapper já mostrou que tem amadurecido, e está longe de ser o ator horroroso do início da carreira. Mais do que isso, Wahlberg descobriu uma insuspeita veia cômica, que aliada à sua pose de machão que bate em todo mundo, seriam perfeitas para compôr o retrato do Coisa.
Johnny Storm/Tocha Humana
Pra mim era importante que o ator a dar vida ao Tocha fosse um adolescente com idade semelhante à de Tom Holland, intérprete do Homem-Aranha. Os personagens têm idades semelhantes nos quadrinhos, e são bons amigos, em parte, por causa disso.
O ator Caleb McClure coleciona papéis coadjuvantes em produções australianas, mas tem o visual e a idade certos para interpretar o cabeça-quente que é o galãzinho da super-equipe, além disso, quem era Chris Hemsworth antes de Thor?
Victor Von Doom/Doutor Destino
Poucos personagens foram tão vilipendiados nas produções anteriores quanto Destino.
O antagonista mais fodão do universo Marvel dos quadrinhos foi achincalhado com requintes de crueldade nos dois Quarteto de Tim Story e absolutamente descaracterizado no Quarteto Fant4stico de Josh Trank.
Para finalmente dar vida ao monarca da Latveria, um cientista tão brilhante quanto Reed e um mago quase tão poderoso quanto Stephen Strange, a própria Marvel meio que tomou a decisão nas mais recentes publicações, quando Destino ganhou a cara de Vincent Cassel.
O ator francês é talentoso, estiloso, tem cara de vilão e é um mestre na arte de imitar sotaques leste-europeus.
Com sua figura esguia e atlética de capoeirista e pinta de aristocrata do velho continente, Cassel poderia, finalmente, dar vida ao arqui-inimigo do Quarteto em toda a sua glória.
Norrin Radd/Surfista Prateado
O Zenn-Laniano que trocou a própria vida pela de seu planeta natal, oferecendo-se para assumir o posto de arauto de Galactus em troca da manutenção da vida em Zenn-La, o Surfista Prateado seria apresentado em um filme do Quarteto mas teria potencial para aparecer em diversas outras aventuras de outros heróis e mesmo nas suas próprias.
Será que o oscarizado Mahershala Ali aceitaria o papel?
O ator foi Boca de Algodão em Luke Cage, eu sei, mas Alfree Wooodard também esteve na série do herói do Harlem depois de aparecer em em Capitão-América: Guerra Civil.
Mahershala Ali é um baita de um ator, tem o físico, a voz, e até uma certa pinta de estátua. Fosse digitalizado ou através de maquiagem, ele seria um tremendo Surfista Prateado.
Namor McKenzie/O Príncipe Submarino
Namor surge, inicialmente como um antagonista do Quarteto (e da espécie humana) após um longo período amnésico vivendo como um indigente após a Segunda Guerra Mundial.
Após um arranca-rabo inicial com a Primeira Família, porém, Namor é tocado por Sue Storm, com quem mantém um longo flerte até ela se casar com Reed (e mesmo depois...).
Ora surgindo como antagonista, ora como aliado relutante, ora como herói, Namor, a exemplo do Surfista, poderia fazer seu debute acompanhando o Quarteto para, depois, ganhar seu próprio filme.
Eu não consigo imaginar pessoa melhor para interpretar Namor além de Keanu Reeves.
O John Wick já pode estar com 53 anos, mas e daí? Ele parece mais jovem que a maior parte do elenco de Liga da Justiça, amadureceu como ator, e continua sem concorrentes no que tange a ser cool.
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