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sábado, 11 de abril de 2020

Resenha Filme: Jumanji: Próxima Fase


Há pouco menos de dois anos atrás, nesse mesmo espaço, eu fiz a resenha de Jumanji: Bem-Vindo à Selva, longa que dava sequência às desventuras causadas pelo jogo de tabuleiro maldito que se transformava em um cartucho de videogame para continuar sua sina de atormentar jogadores incautos como fizeram com Robin Williams e Kirsten Dunst em 1995.
Uma fita inofensiva e com eventuais boas sacadas, Jumanji: Bem-vindos à Selva acabava com o grupo de amigos composto por Spencer (Alex Wolff), Fridge (Ser'Darius Blain), Bethany (Madison Iseman) e Martha (Morgan Turner) sobrevivendo à provação, e ainda resgatando Alex (Colin Hanks) que ficara preso no jogo por duas décadas. Após sua aventura, os quatro, unidos por um laço inquebrável de amizade, destruíam o console e o cartucho, e partiam rumo à suas vidas longe de Jumanji.
O problema foi que Jumanji: Bem-vindos à Selva fez muito dinheiro, e a Sony não parece disposta a abrir mão de uma franquia em um mundo dominado pela Disney, onde uma série de filmes pode ser a bóia de salvação de um estúdio. E lá voltaram Wolff, Blain, Iseman e Turner para mais uma aventura trazendo consigo o resto do elenco original mais umas caras novas.
Quando o Jumanji: Próxima Fase começa nós descobrimos que após dois anos as coisas mudaram um pouco para Spencer, Fridge, Martha e Bethany. Eles terminaram o colegial e rumaram para a faculdade o que os fez seguirem caminhos separados ao redor dos EUA.
Apesar de manterem contato pelas redes sociais, eles não têm se visto, mas com a chegada das festas de fim de ano, eles vão estar todos de volta em sua cidade natal após um longo período.
Enquanto todos estão ansiosos pelo reencontro, Spencer está preocupado. Vivendo uma vida dura em Nova York ele segue solitário e inseguro, sua relação à distância com Martha está em pausa e ele não tem certeza se deseja encontrar seus amigos em um momento onde está descobrindo à duras penas que a transição da adolescência para a vida adulta é um calvário.
Ao chegar em casa ele encontra seu avô, Eddie (Danny DeVito), ocupando seu quarto enquanto se recupera de uma cirurgia no quadril. Conversando com Eddie, Spencer percebe que a situação de vida e morte que experimentou em Jumanji, por extrema que fosse, era mais fácil do que a vida real... Ele sente falta da confiança de saber as regras do jogo e os objetivos aos quais deveria aspirar, e, durante a madrugada, ele vai ao seu porão onde encontra o console e o cartucho semi-destruídos de Jumanji.
Na manhã seguinte, sem notícias de Spencer, Fridge, Bethany e Martha vão procurá-lo em casa, onde Eddie está recebendo seu amigo e ex-sócio Milo (Danny Glover), não tarda para que os três ouçam o rufar dos tambores da selva e descubram que precisam voltar ao jogo para resgatar Spencer, mas Jumanji não tem disposição para facilitar as coisas, e volta a aprontar das suas.
De volta ao mundo digital enquanto Martha voltou ao corpo de Ruby Roundhouse (Karen Gillan), Fridge se tornou o professor Shelly Oberon (Jack Black), Bethany sequer entrou no jogo, enquanto Smolder Bravestone (The Rock) está sendo "pilotado" por Eddie, e o valete de armas e zoólogo Mouse Finbar (Kevin Hart) é o avatar de Milo.
Os quatro, novamente têm três barras no pulso representando as vidas de que eles dispõe para resgatar Spencer, o que só poderá ser realizado se o grupo resolver o novo drama que assola Jumanji: o conquistador bárbaro Jurgen o Brutal (Rory McCann), que roubou a Joia da vez da tribo Avian mergulhando o mundo no caos.
Jumanji: Próxima Fase é exatamente o tipo de filme que se esperava. O longa é novamente inofensivo e com algumas boas sacadas e tem na diversão do elenco principal com a chance de interpretar tipos totalmente diferentes do habitual, um de seus pontos mais altos.
The Rock está obviamente achando o máximo ter a chance de interpretar Danny DeVito, e Kevin Hart diminui a octanagem habitual de sua comédia para se adequar ao tom de Danny Glover. Todo o elenco (que ainda tem os retornos de Nick Jonas e Colin Hanks e a adição de Awkwafina) tem a chance de interpretar diferentes personagens já que a nova fase traz a possibilidade de trocar de personagem.
Mais do que isso, há também novas ameaças que vão de hipopótamos, avestruzes e macacos mandril até guerreiros bárbaros estilo Mas Max, que o designer de produção Bill Brzeski traz à vida de maneira bela e imaginativa, a direção de Jake Kasdan (também roteirista do longa ao lado de Jeff Pinkner e Scott Rosenberg) é discreta, mas correta, enquanto a trilha assinada por Henry Jackman (que manja demais de temas de aventura e videogames, já que é responsável, entre outras coisas, pela trilha da série gamística Uncharted) carrega o melhor de dois mundos.
Assim como aconteceu na aventura anterior, o tom é balanceado para que o filme jamais seja nem assustador e nem idiota demais, garantindo que famílias inteiras possam aproveitar a aventura, e o foco do longa muda do romance da aventura anterior para a amizade, uma bela ideia considerando DeVito e Glover como dois dos novos protagonistas, e que traz um toque emotivo ao último ato do filme que, em sua cena pós créditos deixa claro que a Sony não está disposta a dizer Game Over para a série...
Jumanji: Próxima Fase continua sendo um programa razoável e não mais do que isso. É um produto mais do que um filme, elevado pelo comprometimento de seu elenco. Eu não pagaria para assistir no cinema, mas distrai por duas horas numa tarde de quarentena.

"-Quem é Jumanji?
-Não é o filho da Barbara?"

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