Pesquisar este blog

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Resenha Série: Better Call Saul, Temporada 5, Episódio 10: Something Unforgivable


E acabou... Após dois meses e meio, mais uma temporada de Better Call Saul chegou ao fim deixando a audiência em geral órfã por, no mínimo, um ano de unhas roídas após dez capítulos de excelência.
Something Unforgivable começa de onde Bad Choice Road havia terminado. Kim e Jimmy parados junto à porta do apartamento esperando a confirmação de que Lalo realmente foi embora após a conversa mais tensa da história da TV.
Após confirmar que o atual cabeça da família Salamanca realmente se foi, os dois resolvem passar a noite em um hotel para evitar possíveis novas visitas.
Enquanto o casal digere a noite de pânico que acaba de vivenciar, Mike garante a Gus que Lalo cruzou a fronteira rumo a Chihuahua, onde fica sua casa, inesperadamente levando Nacho consigo.
Enquanto o ex-policial acredita que é hora de libertar Ignazio, Gus tem uma visão mais prática da coisa, e vê uma nova oportunidade na situação...
Se não há nada de surpreendente em ver o pragmatismo de Gus frente a qualquer oportunidade que se apresente, não se pode negar o choque de ver o mesmo tipo de comportamento em Kim.
Após um encontro casual com Howard no tribunal, a esposa de Saul Goodman parece ter uma epifania.
Há algo de genuinamente inquietante em todo o Seasons finale. Um elemento de que o tapete está sendo puxado debaixo de nossos pés no melhor sentido da expressão.
De minha parte, sempre pareceu que Better Call Saul era uma série a respeito de Jimmy McGill perdendo sua alma para o lado errado da vida e se tornando o advogado trambiqueiro que nós conhecemos em Breaking Bad, descobrir, de repente, que há todo um outro ângulo para a série é catártico e aterrorizante.
Igualmente catártico é o fato de que em um episódio repleto de conversas carregadas de perigo no México, seja a conversa de um casal enquanto come um hambúrguer que nos coloque na ponta do sofá. Parabéns para Peter Gould e Ariel Levine, roteiristas do episódio, e para Bob Odenkirk e Rhea Seehorn.
As atuações são ótimas em Better Call Saul desde sempre, mas os dois, nessa temporada de forma geral, nesse episódio em particular, alcançam alguns píncaros de brilhantismo, onde fica óbvio que os atores em cena estão literalmente na medida, no ponto onde um toque a mais seria excessivo e um passo atrás não seria convincente. Dá realmente gosto de ver (e seria uma pena se Emmy e Globo de Ouro continuassem fazendo vista grossa pros dois com a série chegando ao fim). A maneira como Jimmy reage à revelação de Kim e a forma como ele deixa claro, sem palavras, que prefere deixá-la a vê-la ferida porque não pode garantir que não voltará a fazer coisas perigosas é genial, assim como a expressão de Seehorn ao ver os processos empilhados numa sala do tribunal...
Quem também brilha à sua maneira no capítulo é Tony Dalton. Lalo Salamanca tem mais uma oportunidade de mostrar o tamanho da ameaça que pode ser, e ele e Nacho parecem ter chegado ao ponto onde irão fechar o círculo que começou quando Walter e Jesse arrastaram Saul Goodman para o deserto anos atrás, e antecipar o que acontecerá com os dois, que junto com Kim são os personagens da série cujos destinos não foram devidamente selados na série mãe será apenas mais um dos elementos que me farão sofrer de abstinência da série até que ela volte no ano que vem (Se não houver mais um desses malditos hiatos no meio do caminho).
Something Unforgivable foi o desfecho perfeito para (mais) uma temporada perfeita de Better Call Saul. Ainda mais difícil do que a espera até a próxima temporada é a dolorosa certeza de que o caminho se aproxima de seu desfecho. Esperemos que o altíssimo nível de qualidade seja mantido nos dez episódios vindouros, e que a espera até lá não seja tão dura.
Até a próxima, Jimmy.

"Eu sou ruim pra você..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário