Quando deixamos Shadow na semana passada, ou melhor, Mike Ainsel, na semana passada, ele estava sob a desconfortável mira de uma espingarda que, nós descobrimos, é manuseada pela "gerente da propriedade", Marguerite (Lela Loren). Não é o único desconforto pelo qual o protagonista passa enquanto se estabelece em Lakeside. Ele ainda precisa ficar em um apartamento que não tem calefação e cuja lareira tem um cartaz dizendo, em letras grandes e com ponto de exclamação, "não usar", mas, se Marguerite é uma tremenda escrota (e, aparentemente, meio racista), o resto da população de Lakeside parece bastante amigável. Da dona da loja de conveniência local, Ann-Marie (Julia Sweeney), ao xerife Chad Mulligan (Eric Johnson), todos parecem dispostos a abraçar Shadow e fazê-lo se sentir em casa, incluindo Alison (Andi Hubick), a gatinha que achou Shabow bonitão quando ele desembarcou em Lakeside e que o ajuda a escolher um casaco para suportar o frio polar da cidadezinha.
Mas Shadow não fica em Lakeside.
Ele recebeu um convite para o velório de uma antiga conhecida, e deve rumar a Chicago para atender ao evento, uma rota que o levará a um novo encontro com Quarta-Feira que, embora não tenha recebido o mesmo convite, resolve aparecer assim mesmo, para a ira do Czernobog (Peter Stormare).
Falando em Quarta-Feira, o memorial de Zorya Vechernyaya não é a única parada do Pai de Todos nessa semana. Antes disso ele passa pelo consultório de Tyrell (Denis O'Hare), o deus da guerra nórdico Tyr, convertido em um dentista que reduziu sua dieta ao moderado derramamento de sangue da cadeira do consultório. Tyr, apesar de generosamente jurar lealdade à causa de Odin, é apenas um degrau para garantir que o Pai de Todos chegue à sua próxima recruta...
Ainda há tempo para reencontrarmos Zoraya Utrenyaya (Martha Kelly) e Zorya Polunochnaya (Erika Kaar), que novamente faz um truque com a lua para Shadow, além de Salim (Omid Abtahi), que segue procurando pelo jinn, e Sr. Ibis (Demore Barnes). Também vemos Bilquis se alimentando à sua maneira toda particular de um magnata do T.I. (vivido por Gil Bellows), e Shadow ser acusado de um crime...
A despeito disso tudo, Serious Moonlight não chega a realmente avançar a trama de Deuses Americanos, e novamente dá a impressão de que a série está tentando reencontrar o ritmo e a voz de seu excepcional primeiro ano.
Há até um card ao estilo Chegando á América no começo do episódio, narrado por Whiskey Jack e mostrando os colonos europeus massacrando os nativos americanos, além do retorno daquele claro subtexto racial que permeava a série em seu começo... Parece uma demonstração de que Deuses Americanos está tentando voltar à velha forma, e isso é louvável, mas até o momento, eu só consigo ver boas intenções, das quais, nós todos sabemos, o inferno está cheio.
Os Novos Deuses ficaram totalmente de fora do episódio, o que, francamente, não chega a me incomodar haja vista como esses "vilões" são chatos e modorrentos, e foi bom ver novamente o Czernobog e as irmãs Zorya, vamos esperar que o terceiro episódio nos dê um pouco mais para avaliar e faça a série parar de claudicar e andar pra frente.
"Metade da arte da guerra é saber quando trocar de lado."
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