Com seu terceiro episódio devidamente lançado e assistido, WandaVision deixou bastante claro o que, pra mim, é seu principal problema na noite de ontem:
A metragem mais do que econômica de cada capítulo.
Os, em média vinte e cinco minutos de história de cada episódio não são o suficiente para dar à audiência o verdadeiro escopo do que está acontecendo, e se na semana passada o lançamento duplo de episódios mitigou esse problema, ontem ficou claro que, se WandaVision não emplacar como poderia, parcela de culpa vai para a Disney+ e a estratégia (furada) de lançar os episódios a conta-gotas (algo que eu já havia apontado em The Boys, lançada da mesma maneira pela Amazon).
Maratonados ao longo de uma tarde de sábado ou domingo, a sensação de coito interrompido deixada por cada episódio da série não existiria, e seria possível admirar a história proposta pela Marvel como ela deseja ser: Um filme de várias horas de duração.
Mas enfim, agora que eu já fiz meu pequeno protesto, vamos ao episódio:
Agora em Cores (os episódios, inclusive os dois primeiros, só ganharam títulos essa semana), ambientada e gravada como uma sitcom familiar dos anos 1970 ao estilo The Brady Bunch abre com Wanda e Visão sendo visitados pelo médico local, Dr. Stan Nielsen (Randy Oglesby) que atesta que, de fato, a feiticeira escarlate está grávida, e, mais que isso, está grávida de quatro meses a despeito de sua barriga ter surgido apenas há umas doze horas.
E, conforme o casal se prepara para a iminente chegada do bebê, e a gestação segue em velocidade extremamente elevada, os poderes de Wanda começam a ameaçar sair de controle, espalhando o caos não apenas pela residência dos dois, mas por toda Westview.
Apesar de repetitivo, não dá para não mencionar a estética do episódio. Agora em Cores, dos cenários ao figurino, do tema de abertura à maquiagem/cabelo emula à perfeição o visual dos seriados dos anos 1970 (acredite, eu sei, era só o que passava na TV aberta nos anos 1980). Outro ponto positivo é que o episódio finalmente parece oferecer à audiência pistas mais claras do que está ocorrendo em Westview, e da extensão do controle (ou da falta de controle) que Wanda exerce sobre essa realidade, como os cochichos acusatórios divididos entre Agatha e Herb (David Payton), que parecem saber mais a respeito do que está acontecendo do que deixam transparecer, ou a forma como Geraldine sai da residência Maximoff após questionar a perfeição da vida criada pela Feiticeira Escarlate...
A despeito da estratégia de lançamento besta, WandaVision tem lenha pra queimar, e abriu espaço para explorar o lado mais assustador dos poderes da Feiticeira Escarlate e permitir que a audiência saiba o que está acontecendo nos subúrbios de Westview.
Agora é esperar mais uma semana pelos próximos vinte minutos da história.
"-Wanda? Onde está Geraldine?
-Ela saiu, querido. Ela teve que correr pra casa."
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