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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Top 10 Cinema: Ficção Científica


Quando a inspiração não vem, ou eu acho que o texto que estou escrevendo não vai ficar bom o suficiente pra publicação, eu faço uma das minhas brincadeira preferidas:
Elencar os dez filmes de que mais gosto dentro de um determinado gênero. Num pique de Sci-Fi, resolvi voltar com mais um dos infâmes top-10 Casa do Capita baseado em ficção científica!
Tentei evitar, nessa lista, filmes que já tenham sido mencionados em listas anteriores (O Exterminador do Futuro 2, O Predador e Aliens - O Resgate, mencionados no Top 10 de filmes de ação, ficaram de fora.), também não tem filmes feitos antes da década de 70, eu privilegiei um pouco o Sci-Fi, ramo mais pop da ficção científica, o que deixa de fora filmes mais cabeça como Solaris, Farenheit 451, e 2001: Uma Odisséia no Espaço. Á ela, então:

10- RoboCop - O Policial do Futuro (Paul Verhoeven, 1987)
Era um futuro indefinidamente próximo, grandes conglomerados transnacionais dominavam os Estados Unidos, na cidade de Detroit, a polícia (Controlada pela empresa OCP) não tem verbas, pessoal, ou moral para fazer seu trabalho, e a criminalidade impera de maneira quase absoluta.
Nesse cenário caótico conhecemos a história de Alex Murphy, policial brutalmente assassinado no cumprimento do dever que é usado como cobaia pela OCP no projeto RoboCop, que o transforma em um híbrido de homem e máquina, que além de combater o crime na cidade de Detroit trava uma luta interna entre sua programação e as memórias de vida..
Além das inspiradas e violentas cenas de ação, dos efeitos de maquiagem convincentes e do elenco equilibrado a história do filme mostra uma ideia muito interessante de futuro, mostra os países controlados por corporações, dominado pela criminalidade e acompanhado através da televisão, essa ambientação sinistramente familiar 23 anos depois do longa original é o pano de fundo para contar uma história que mostra, nas palavras do próprio diretor, Paul Verhoeven, o poder da alma humana.
"Vivo ou morto você vem comigo."

9- Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (George Lucas, 1977)
Foi em 1977 que George Lucas encantou uma geração e criou um dos maiores fenômenos nerd de todos os tempos.
A muito tempo atrás, em uma galáxia bem, bem distante aconteceu a história da busca por identidade de Luke Skywalker (Mark Hamill), e do confronto entre o lado luminoso e o lado sombrio da Força, personalizados respectivamente por Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness), e a Aliança Rebelde e pelo vilão-mór do cinema, Darth Vader (David Prouse/James Earl-Jones), e o perverso Império Galáctico, além dos coadjuvantes excepcionais que incluiam personagens carismáticos como Han Solo (Harrison Ford), princesa Leia Organa (Carrie Fisher), Chewbacca, os andróides C3P-O e RD-D2, havia uma história movimentada, envolvente e carregada de inocência que conquistaram multidões, estabeleceram uma mitologia praticamente universal, uma nova forma de fazer cinema em hollywood, e de quebra, fez muito moleque querer arrumar a trouxa e fugir para uma galáxia bem, bem distante e fazer carreira como Jedi.
"Sua falta de fé me perturba..."

8- Minority Report - A Nova Lei (Steven Spielberg, 2002)
Em 2054 Washington comemora seis anos sem assassinatos. Tudo graças ao departamento Pré-crime, que usa três jovens sensitivos conhecidos como pre-cogs para prever homicídios e impedí-los antes que alguém se machuque.
É despeito do paradoxo envolvido nessa forma de justiça, que prende pessoas literalmente por crimes que elas não cometeram, John Anderton (Tom Cruise, sendo Tom Cruise) confia cegamente no sistema. Assombrado pela perda de um filho, o policial crê que jamais teria passado pelo trauma que o levou ao divórcio e ao vício em drogas se o pré-crime existisse na épooca do desaparecimento de seu rebento.
Entretanto, quando John descobre que matará um desconhecido em 36 horas ao mesmo tempo em que o Tribunal de Justiça envia um agente (Colin Farrel, legal) para avaliar a confiabilidade do sistema, Anderton não tem alternativa, exceto fugir de sua própria equipe e tentar provar sua inocência antes de ser preso e colocado em animação suspensa por "homicídio futuro".
Spielberg dirigiu essa adaptação de um conto de Phillip K. Dick após o fracasso de A.I. Inteligência Artificial, e o fez direitinho, o elenco que ainda contava com Max Von Sidow, Samanta Morton e Tim Blake Nelson abraça bem a ideia do longa, cheio de perseguições e pirotecnias, mas sem jamais deixar de focar a história e o paradoxo que a impele.
"Todo mundo corre..."

7- Akira (Katsuhiro Otomo, 1988)
Neo-Tóquio, a capital reconstruída do Japão após a Terceira Guerra Mundial é um antro de decadência e subversão. Quadrilhas violentas dominam as ruas enquanto lutam por território, Kaneda, o líder de uma dessas quadrilhas, encontra durante uma briga com outra gangue, um estranho menino, que explode a moto de seu amigo Tetsuo, ferindo-o gravemente, Tetsuo e a criança são levados por soldados á uma instalação governamental onde funciona O Projeto. Lá, Tetsuo passa por experiências e descobre que, assim como Akira, a criança que causou, com seus poderes psíquicos, a destruição da velha Tóquio, possui poderes mentais que estavam latentes até então. Tetsuo torna-se um psicopata psiônico hiper poderoso, e cabe á Kaneda, com a ajuda de um grupo de psíquicos impedí-lo de causar uma nova guerra!
Akira é um anime bem construído, com uma trama intrincada que prende a atenção e aborda, além da óbvia ideia de futuro apocalíptico e temática cyberpunk temas como o mau juízo de valores e a alienação dos adolescentes marginalizados, mostra a corrupção nas altas cúpulas políticas e a aversão da sociedade ao controle de um estado policialesco.
"Ele não é seu amigo, é nosso! Se alguém vai matá-lo, deve ser a gente!"

6- Jornada nas Estrelas - A Ira de Khan (Nicholas Meyer, 1982)
Jornada nas Estrelas - O Filme, de 1979 era um filme contemplativo, poético, até, que mostrava uma versão anabolizada da série de TV que conquistou gerações. Não era um filme pra qualquer platéia, e, á despeito de ser um bom filme, dirigido por Robert Wise, de O Dia em Que a Terra Parou (1951), e ter uma bela história, não empolgou nas bilheterias, talvez não fosse um filme de fácil digestão, talvez o público em geral não tivesse pegado o espírito da coisa, talvez por esquecer alguns elementos tão caros á série de TV, como o humor.
Em 82, porém, a tripulação da Enterprise voltou, agora para enfrentar as maquinações de Khan(Ricardo Montalbán, voltando ao papel que interpretara um em episódio da série clássica.), inimigo jurado de James Kirk (William Shatner), que coloca as mãos em uma arma de poder imensurável e pretende descobrir como usá-la infiltrando-se na própria Federação.
Se A Ira de Khan é inferior ao primeiro filme em vários aspectos, não é menos verdade que a segunda incursão de Kirk, Spock, McCoy e companhia ás telonas é um filme muito mais movimentado e atraente ao público não-trekker. A trama é envolvente, tem boas reviravoltas, incluindo o destino do senhor Spock, e é tida por muitos fãs como o melhor filme da cinessérie espacial.
"Eu sempre fui, e sempre serei seu amigo. Vida longa e próspera"


5- De Volta Para O Futuro (Robert Zemeckis, 1985)
Marty McFly(Michael J. Fox) é um jovem de 17 anos típico de 1985. Namora uma moça, Lorraine (Claudia Wells), que a mãe não aprova, é relapso nos estudos, acha os pais e os irmãos um bando de perdedores, e quer ser astro de rock. Menos típica é sua amizade com o doutor Emmett L. Brown(Christopher Lloyd), um cientista pouco ortodoxo que trabalha em uma série de invenções estranhas e pouco úteis (Como o sistema para acertar todos os relógios do mundo). Essa relação se complica quando o doutor Brown apresenta á Marty a sua máquina do tempo, um De Lorean convertido e movido á plutônio capaz de viajar pelo tempo.
A invenção é boa, a ocasião escolhida por Brown para apresentá-la á Marty, não. O plutônio usado como combustível para a máquina do tempo foi roubado de terroristas líbios, e eles vêm em busca de vingança, matam o doutor Brown, e obrigam Marty á fugir para o passado, mais precisamente, 1955, quando precisará conciliar seus futuros pai e mãe (Crispin Glover e Lea Thompson), cujo início da relação foi impedido por sua interferência, escapar do valentão Biff Tannen (Thomas F. Wilson)e contar com a ajuda do doutor Brown para voltar para o futuro, tudo isso brincando de com as implicações de viagens no tempo de maneira divertida como nenhum outro filme soube fazer e dando origem á uma das melhores trilogias da história do cinema.
"Ninguém... Me chama... De franguinho..."

4- Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (Irvin Kershner, 1980)
Se em 77 Lucas mostrou a fábula de Luke Skywalker e seus amigos enfrentando, ao lado da Aliança Rebelde, o perverso Império Galáctico, três anos depois, sob as mãos mais firmes de Irvin Kershner nós viajamos novamente para aquela galáxia bem, bem distante, e as coisas não iam bem por lá.
Desde a sequência inicial, em que Luke é atacado por um Wampa, seguido do resgate de Han e o ataque do império á base em Hoth, nós percebemos que aquele filme não acabará bem. Se Uma Nova Esperança encantou uma geração, O Império Contra-Ataca certamente a traumatizou. Numa sequência de eventos chocantes que não nos dá nem tempo de respirar temos Luke abandonando seu treinamento Jedi com Yoda, Han e Léia traídos por Lando Calrisian, C3P-O desmantelado, Solo congelado em carbonita, Luke derrotado por Vader, com a mão decepada e descobrindo que o mais tenebroso lorde negro dos Sith é, na verdade, seu pai. Só de escrever já senti um arrepio na espinha!
"Não, Luke. Eu sou seu pai."

3- Laranja Mecânica (Stanley Kubrick, 1971)
Em um futuro não muito distante, caótico e sombrio, Alex DeLarge (Malcolm McDowell, genial) comanda uma gangue de delinquentes que vive para cometer delitos. Espancar idosos, cometer estupros, consumir drogas e brigar com outras gangues são o programa dos arruaceiros. Entretanto, após cometer um assassinato, Alex é enviado á uma casa de detenção. Lá, ele concorda, em troca de liberdade, em se submeter á uma experiência que visa livrá-lo de seus impulsos violentos e negativos, através de condicionamento. Alex é preso á uma cadeira e forçado á assistir cenas de violência e de sexo enquanto sofre os efeitos de drogas que lhe causam ennjoo e vômitos. Como resultado do processo Alex renega o comportamentos e o sexo violentos, também renega a Nona Sinfonia, de Beethoven, que o jovem adorava, mas era a trilha sonora das imagens que ele assistia no programa, e agora, também causam os enjoos e vômitos em Alex, que retorna á sociedade como um pária, incapaz de reagir á violência, rejeitado pela família, humilhado por seus antigos amigos, e alvo da vingança de suas vítimas.
A Laranja Mecânica apresenta duas formas distintas de violência intrínsecas á sociedade moderna, a violência individual do delinquente contra a sociedade e a violência do Estado contra o indivíduo. Alex começa como algoz da sociedade, passa pela fase de vítima do Estado, e finalmente ele se torna parte do sistema, que vê como uma ferramenta para perpretar sua ultra violência.
Bem montado, com boas atuações e a direção segura de Stanley Kubrick, Laranja mecânica é um clássico absoluto!
"Engraçado como as cores do mundo real só parecem realmente reais quando você as vidia na tela."

2- Os Doze Macacos (Terry Gillian, 1995)
É o ano de 2035, a população da terra foi arrasada por um vírus que matou mais de cinco bilhões de pessoas, presos nos subterrâneos, cientistas elaboram uma experiência que pode salvar a humanidade, mas é extremamente arriscada.
James Cole (Bruce Willis, em um dos melhores trabalhos de sua carreira) um prisioneiro, é escolhido como voluntário para um experimento, que envolve viajar no tempo de volta á 1996, para descobrir a causa misteriosa do vírus que matou 99% da população da Terra. Por engano ele é enviado á 1990, onde é internado em um manicômio, onde conhece a doutora Kathryn Rilley (Madeleine Stowe, linda na época.) e Jeffrey Goines (Brad Pitt, muito bem, indicado, inclusive, ao Oscar de melhor coadjuvante.), que desempenharão papéis importantes na liberação do vírus seis anos no futuro.
O filme dirigido por Terry Gillian é excelente, tem um roteiro não-linear excelente, que usa com maestria a teoria da viagem no tempo, arranca o melhor dos protagonistas, aborda paranóia, viagem no tempo e terrorismo sem deixar a peteca cair, ainda tem uma fotografia genial, claustrofóbica, talvez a grande ficção científica dos anos noventa.
"Oh, não seria ótimo se eu fosse mesmo louco? Então o mundo estaria OK."

1- Blade Runner - O Caçador de Andróides (Ridley Scott, 1982)
Los Angeles, novembro de 2019, Rick Deckard (Harrison Ford, Indiana Jones, Deckard, e Han Solo, esse homem é Deus) é convocado de sua aposentadoria para "aposentar" um grupo de andróides Nexus 6 liderados por Roy Batty (Rutger Hauer, na grande atuação de sua carreira), que fugiram de seu lugar de trabalho e buscam desesperadamente uma forma de ampliar sua perspectiva de vida (Os Nexus 6 vivem apenas por quatro anos.).
Em sua investigação Deckard conhece Rachel, novíssimo modelo replicante fabricado pela Tyrell Corporation, que tem memórias implantadas que a fazem ter certeza de que é humana, e sobrinha do presidente da empresa.
Deckard se envolve com Rachel ao mesmo tempo em que caça os cinco replicantes fugitivos (embora apenas quatro apareçam no filme, quem seria o último replicante?) sob a vigilância de Gaff (Edward James Olmos), passando pela luta com Pris (quem não gostaria de morrer levando uma chave de coxa da Darryl Hanna no auge da forma e beleza?), até o derradeiro confronto com Roy.
Scott apresentou um filme com visual espetacular que flertava com o expressionismo alemão e mostrava um futuro iluminado por néon, onde não havia mais identidade individual ou territorial (Los Angeles parece uma Chinatown gigante habitada por japoneses, húngaros e hispânicos), com a banalização da tecnologia espalhada em todos os cantos e que funciona em vários níveis. É um filme que eu vi aos oito anos de idade, e curti por que era um filme legal de investigação e ficção, e, anos mais tarde, um pouco mais maduro, me pegou pelos questionamentos mais profundos como a busca por humanidade dos replicantes, a busca por identidade e afeto de Deckard, e até as perguntas que permanecem após os créditos, seria Deckard o sexto replicante? Por que Geff deixa de presente ao Blade Runner um unicórnio de origami )Deckard tinha um sonho recorrente com um unicórnio.)?
Filmaço com "F" maiúsculo, e cult absoluto!
"Eu vi coisas que sua gente não acreditaria, vi naves de ataque em chamas no cinturão de Orion, vi raios C cintilando no escuro, no portão de Tanhäuser, agora, todos esses momentos se perderão, como lágrimas na chuva."

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