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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Top 10 Negativo 2012

O ano se encaminha pro final, e como é hábito indelével da Casa do Capita, vamos perfilar os dez piores filmes a ver a luz do dia nesse ano em que o mundo não acabou, mas algumas carreiras cinematográficas mereciam ter acabado. Sem mais delongas, saiba que filmes evitar na TV a cabo, no DVD, no Blu-Ray, e até na fila do banco.
Como de praxe, entram na lista apenas filmes lançados no Brasil em cinema, Home Video ou TV a cabo e que eu tenha assistido, então, a saga Crepúsculo está fora da lista, bem como qualquer comédia romântica estrelada pela Katherine Heighl:






10° - Sombras da Noite

Entra ano, sai ano e o Tim Burton segue fazendo o mesmo filme: Uma versão em forma de fábula sombria de uma história que já existia. No elenco encontramos Johnny Depp, Helena Bohan Carter e todo mundo é pálido, usa muita sombra nos olhos e roupas listradas. Essa é praticamente a mesma coisa que eu escrevi a respeito de Alice no País das Maravilhas dois anos atrás. Eu sei... Mas se Burton pode repetir sempre o mesmo filme, eu posso repetir sempre a mesma crítica a respeito.

9° - Cada Um Tem A Gêmea Que Merece

Se fosse pela ruindade, Cada Um Tem A Gêmea Que Merece estaria melhor ranqueado nesse top 10, mas a verdade é que ninguém assiste um filme do Adam Sandler esperando alguma qualidade. Esse, merece ser espicaçado com mais ódio, por ter colocado Al Pacino em uma posição em que a gente se sente mal por ele. Bem feito, Al. Um cara que esteve em O Poderoso Chefão, Sérpico e que foi a alma e o som de Perfume de Mulher tem mais é que se envergonhar de fazer um filme com Adam Sandler.

8° - Fúria de Titãs 2

O que fazer pra se recuperar do fiasco vergonhoso que fora o remake de Fúria de Titãs cometido por Louis Leterrier em 2010?
Para os produtores, aparentemente basta desfocar as câmeras e reduzir a quantidade de planos-sequência em prol de uma edição picotada com cara das lutas da série Bourne e Batman Begins, aquela edição de cortes ligeiros em que a gente sabe que há algo acontecendo na tela, mas não sabe precisar bem o que é.
Escrever um roteiro ou contratar um diretor de verdade, aparentemente estava fora de cogitação, então, o que a gente vê no filme é basicamente a mesma história contada com cara de fases de jogo de vídeo game e atores talentosos em papéis de corar de vergonha, mas tudo isso tentando emular o visual da invasão da praia da Normandia em O Resgate do Soldado Ryan.
Funciona?
Não.

7° - A Hora da Escuridão

Alienígenas elétricos e invisíveis atacam a Terra! Fujam antes que os bocejos se tornem um sono profundo e tu durma antes de conseguir ver o final do filme! Não, brincadeirinha, é infinitamente melhor dormir do que ver essa bomba que mostra como fazer um filme de alienígenas sem usar praticamente nenhum efeito especial exceto o efeito do "chicote" que desmaterializa as pessoas.

6° - Resident Evil 5 - Retribuição

Ah, pois é... Todo ano sai um desses filmes da mais longeva cinessérie baseada em um game. O filme de Resident Evil dessa temporada era praticamente tão ruim quanto o último, mas trouxe de volta praticamente todo mundo que já tinha enfrentado um zumbi nos quatro filmes anteriores da franquia para aparecer num filme que marcha vigorosamente na contramão do que os games têm feito nos últimos anos. Enquanto os jogos eletrônicos buscam formas de aprofundar suas histórias em nome da narrativa e dialogar melhor com outras mídias, em especial o cinema (Assassin's Creed tenta justificar o jogo com o Animus, Heavy Rain é um filme interativo, a narrativa de GTA IV é digna dos melhores filmes policiais de Martin Scorsese), Paul W. S. Anderson transforma seu filme em game com uma grande simulação engendrada pela inteligência artificial da Rainha Vermelha, um personagem tão desprovido de emoções quanto todos os outros do filme.
Pode bocejar e esfregar os olhos, ano que vem tem outro.

5° - O Pacto

Nicolas Cage está falido. Ele levou um golpe milionário do contador e a sua situação ficou tão apertada que ele teve até que vender parte de sua coleção de gibis. Quem coleciona gibis sabe o tipo de dor que Nick sentiu tendo que fazer isso.
Pior do que vender sua coleção de gibis foi ser obrigado a aceitar qualquer proposta de emprego. Só isso explica coisas como O Pacto, tenebroso filme de suspense onde Cage é o professor culto e ducado que é transformado após sua esposa (January Jones) ser violentada por um marginal e ele aceitar uma oferta do estranho Simon (Guy Pearce) para vingá-la em troca de um favor no futuro.
Nada funciona no filme, e o talentosos Nic Cage mostra, outra vez, que não tem nenhum critério compreensível na hora de escolher seus trabalhos, exceto o tamanho do pagamento.

4° - Espelho, Espelho Meu

Em 2012 não uma, mas duas versões modernas de Branca de Neve ganharam as telonas dos cinemas do mundo. Uma delas foi o sombrio e metido a épico de girl power Branca de Neve e o Caçador, e a outra essa festiva, contente e colorida comédia de fantasia com toques de girl power Espelho, Espelho Meu. Nenhum dos dois filmes é particularmente memorável, e ambos poderiam estar nessa lista, mas Espelho, Espelho Meu tem uma desvantagem crucial com relação ao concorrente:
A Rainha Má.
Enquanto na história metida a sombria estrelada por Kristen Stewart (Que tem menos expressões faciais do que Tom Hardy em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge) tem a gloriosa Charlize Theron esbanjando crueldade, ressentimento e sensualidade no papel de Ravenna, no filme idealizado por Tarsem Singh temos Julia Roberts, que não está envelhecendo bem, no papel de uma Rainha Má que está mais pra Rainha Sarcástica, que soa tão inócua quanto o resto da produção metida a engraçadinha mas que não tem graça nenhuma.


3° - Battleship - Batalha dos Mares

Num esquete de Saturday Night Live, Liam Neeson, interpretando a si mesmo, era interpelado por Nicolas Cage (Andy Samberg) por ter feito um filme com todas as características da filmografia atual de Nicolas Cage.
Isso, por si só, mostra o tamanho da bomba que é esse Battleship - Batalha dos Mares. Um filme baseado no jogo de tabuleiro de sucesso Batalha Naval. Isso mesmo. Fizeram um filme baseado em Batalha Naval.
Quem estrela, além de Neeson (outro sem-noção na hora de escolher os filmes que protagonizará), é Taylor Kitsch, que baseado no seu histórico de bilheterias estaria a dois passos de nunca mais trabalhar na vida se Hollywood fizesse algum sentido, Alexander Skaarsgard, da série de Vampiros True Blood, e a Rihanna, é, a cantora que apanhou do marido. E, na "trama" alienígenas chegam à Terra e isolam com campos de força uma parte de Pearl Harbour onde Marinhas do mundo praticam exercícios de guerra. Nesse tabuleiro, cabe a Kitsch e seu colega japonês (Tadanobu Asano, de Thor) enfrentar os perversos alienígenas naquele tradicional show de pataquadas sem sentido que qualquer filme cheio de milicos e aliens está fadado a repetir.

2° - As Aventuras de Agamenon, O Repórter

O pessoal do Casseta & Planeta tinha tido o bom senso (tardio) de perceber que sua graça havia acabado muito antes da morte do Bussunda, e sair da TV. Eu sei que pouquíssimo tempo depois os ex-engraçados retornaram, e, pra piorar, além de fazer um programa que passa na sexta depois do Globo Repórter, tentaram sua terceira incursão ao cinema depois dos medonhos A Taça do Mundo é Nossa, e Seus Problemas Terminaram. Não é necessário dizer que o filme não tem graça nenhuma. Se o Casseta & Planeta ainda produzisse qualquer coisa remotamente engraçada não estariam escondidos na programação da Vênus Platinada. Ninguém se salva nessa bomba, que ainda serve pra mostrar que o futuro da "comédia" brasileira está em cheque se nosso grande prospecto no setor é Marcelo Adnet.


1° - O Vingador do Futuro

Não tem pra ninguém. O remake do ótimo filme de Paul Verhoeven e Arnold Schwarzenegger tem todos os defeitos do cinema atual embrulhados numa embalagem bonitinha mas muito, muito pra lá de ordinária.
Tudo o que o outro filme tinha de mais sci-fi, seus mutantes, telepatas, viagens interplanetárias, sai de cena (estranhamente há uma prostituta com três seios...) para dar lugar a uma trama suja e realista (claaaaro...) onde Colin Farrell parece confuso o tempo todo (talvez se perguntando se o pagamento valera a pena?), é perseguido por mulheres lindas e desprovidas de talento dramático, desfila por cenários dos mais maneiros que a moderna tecnologia digital pode construir, e contam uma história tão, mas tão sem graça que antes de sair do shopping a gente já esqueceu de que se tratava... O que nem chega a ser uma desvantagem.

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