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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 3, Episódio 11: Hellcat


E aqui vamos nós.
Eu vinha reclamando desde o primeiro episódio sobre a quantidade de episódios dessa última temporada de Jessica Jones. Mesmo as melhores séries da parceria Marvel\Netflix, nominalmente Demolidor e Justiceiro, se ressentiram do excesso de episódios, e Hellcat é a epítome da encheção de linguiça.
Se por um lado foi interessante termos um vislumbre de Dorothy como uma víbora manipuladora. As duas temporadas anteriores tinham trabalhado nesse sentido, e nos últimos episódios a série parecia estar fazendo um esforço oposto, com o que vimos ao longo de Hellcat, nós podemos montar um retrato da personagem como uma pessoa horrível e manipuladora, mas não um monstro.
Pra não dizer que não houve nada que não se aproveitasse nos intermináveis flashbacks mostrando a infância de Trish para se tornar Patsy, a estrela infantil, ao menos pudemos ver Rebecca de Mornay com o penteado de A Mão que Balança o Berço, afora isso, revisitar os traumas da criação abusiva de Trish e seu ponto de vista sobre eventos que já havíamos visto nos episódios passados foi terrivelmente entediante e simplesmente matou o ritmo da temporada.
Pra piorar, fez um tremendo desserviço a Erik.
Quer dizer, porque diabos do inferno o sujeito foi ajudar Trish pelas costas de Jessica?
Por mais que ele se sentisse culpado pela morte de Dorothy, não faria mais sentido ajudar Jess a prender Sallinger do que encontrar criminosos para Trish matar? Ele havia literalmente acabado de ajudar Jessica a destruir evidências contra Sallinger porque Trish era descuidada e imprevisível...
Extremamente desapontador, especialmente porque a relação de Erik e Jessica é a melhor que a personagem já teve, e que me desculpem Oscar e Luke Cage, mas também porque os dois funcionam muito bem juntos graças à química dos atores.
Falando em Sallinger, o psicopata teve um dos bons momentos desse episódio medonho.
Sua participação no hospital, amarrado à uma cama, sem matade da cara, falando com a pessoa que quase o assassinou, mas extremamente calmo e seguro, foi um momento maneiro para o personagem. Ele certamente não é Kilgrave, mas é um antagonista decente.
Outra com um momento que não foi redundante, óbvio ou irritante, foi Hogarth.
Após onze episódios de pura enrolação ela finalmente arrumou alguma coisa pra fazer que parecia vagamente inteirada à história da temporada ao aparecer na casa de Trish se oferecendo para manter a identidade da vigilante mascarada em segredo em troca de ajuda da loira para conseguir evidências contra o sujeito que está importunando Kith.
É algo bastante coerente para com a natureza da personagem. Hogarth é uma personagem que até quando tenta fazer as coisas direito as faz de forma egoísta e meio vil, e seu amor por Kith não é exceção.
Redundante, irritante e repetitivo, Hellcat é uma demonstração clara de como a Netflix fez besteira com os personagens da Marvel que conseguiu ter sob seu guarda-chuva (novamente, excetuando-se Demolidor e Justiceiro), pra piorar, as poucas sequências de ação que temos são gravadas na penumbra.
Será possível que a Netflix não tem orçamento pra contratar pelo menos um coreógrafo de luta pra essa série?
Enfim, o pior episódio de uma temporada que vinha sendo boa até aqui, resta torcer para que a obviedade que permeou Hellcat seja o tomar de fôlego de que a série precisa para entregar um final digno nos seus dois episódios restantes.

"Eu cuido disso."

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