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terça-feira, 16 de julho de 2019

Resenha Série: Stranger Things, Temporada 3, Episódio 6: E Pluribus Unum


Atenção! Spoilers abaixo!
E Pluribus Unum, sexto capítulo de Stranger Things retoma os eventos do capítulo passado sem tirar o pé do acelerador.
Primeiro com Robin e Steve sacrificando-se para garantir a fuga de Erica e Dustin, e então com a continuação da medonha (no bom sentido) sequência do hospital quando o sentido de aranha de Will garante um espetacular resgate de Nancy, cortesia de Onze, e a revelação do que Billy estava construindo, talvez?
De toda sorte, após descobrirmos que o prefeito Kline está ainda mais mancomunado com os russos do que imaginávamos, finalmente recebemos algumas informações sobre o que é toda aquela operação soviética embaixo de Hawkins, cortesia do doutor Aleksei.
Aliás, a forma como Bauman e Joyce não confiam na tática usada por Hopper para fazer o cientista colaborar, e a expressão de satisfação do xerife quando seu plano funciona é um dos muitos pontos altos desse episódio.
Sim, há um bocado de exposição, mas a verdade é que, com tantos mistérios se sobrepondo e com a temporada quase no final (e rapaz, como esses oito episódios voam. Eu assisti a coisa toda em dois dias...), a série estava precisando que alguém sentasse e estabelecesse o quão grande é o mundo da série além de Hawkins, e a explicação de "Smirnoff" a respeito das chaves e de onde elas podem funcionar para abrir o portal entre os mundos faz todo o sentido para com a mitologia estabelecida na série até agora e é aquele tipo de exposição que não soa gratuita tanto por estar bem inserida no contexto de sua apresentação quanto por ser entregue por um grupo de personagens que está na ponta dos cascos no tocante a timming cômico.
A dinâmica entre Hopper, Joyce, Bauman e Aleksei é simplesmente excelente.
Tão bons quanto são Robin e Steve.
Embora eu continue sendo um fã declarado da dupla que o cabeludo forma com Dustin, é impossível negar a química entre Maya Hawke e Joe Keery. A sequência do interrogatório da dupla é tensa e brutal em alguns momentos, mas absolutamente hilariante em outros, especialmente após o soro da verdade ministrado na dupla começar a fazer efeito.
Outra sequência digna de nota nesse segmento é a tese do My Little Pony de Dustin virando o jogo contra Erica que segue sendo, de longe, a personagem mais chata que a série já apresentou, e incluo aí a insuportável Barb (Sim, Barb era chata pra cacete e eu não ligo de ela ter morrido), ainda assim, é ela quem encontra uma gaiola e um bastão de contenção que nos levam a imaginar se, à essa altura, os soviéticos já conseguiram colocar as mãos em alguma criatura do Mundo Invertido, nominalmente um Demogorgon?
Após seu encontro quase fatal com o Devorador em carne(s) e osso(s), Nancy e Jonathan tentam decobrir o que está havendo com todos aqueles produtos químicos enquanto Onze faz uma varredura para tentar encontrar os devorados.
Enquanto todos parecem bastante confortáveis vendo a filha adotiva de Hopper literalmente sangrar para tentar encontrar alguma das vítimas da criatura e de Billy, Mike está tendo um faniquito com a possibilidade de sua (ex?) namorada sofrer algum tipo de efeito colateral devido ao uso constante de seus poderes, o que leva a um momento terno onde o piá admite amá-la.
Seja como for, o único elo entre o povo de Hawkins e o Devorador, é mesmo Billy. Ele segue sendo o único dos devorados que Onze consegue detectar na cidade (o que me leva a crer que Billy é a âncora do monstro com nossa realidade, enquanto suas vítimas foram comidas e transformadas em cópias de si mesmas controladas pelo Devorador, e, se não for isso, eu imagino se haverá alguma consequência para o fato de Jonathan e Nancy terem matado seus superiores no Hawkins Post, mesmo que em legítima defesa...), e isso faz com que a jovem paranormal tome a decisão de tentar contatá-lo usando seus poderes.
Isso nos leva à uma sequência onde Onze visita as memórias mais profundas de Billy, mostrando como ele foi abandonado por sua mãe com um pai abusivo, e como esse abandono definiu sua personalidade atual.
Billy é um escroto de carteirinha, sim, mas há uma razões para isso, e se toda a história sobre a infância sofrida do menino rejeitado é bem clichê, Millie Bobby Brown e Dacre Montgomery a vendem de maneira bastante comprometida, isso, somado aos belos visuais da sequência, mostrando como o Devorador se instalou no centro das emoções mais negativas e dolorosas de Billy, tornam a coisa toda mais palatável, e, fechando com chave de ouro, vemos que os problemas de Hawkins são ainda maiores do que poderíamos imaginar.

"-Ele disse que gosta da sua coragem. Que você o lembra de um... Rambo gordo."

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