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sexta-feira, 5 de julho de 2019
Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 3, Episódio 13: Everything
Acabooooooooooooou, diria Galvão Bueno.
Jessica Jones terminou sua terceira temporada numa boa nota. Por mais que a série não tenha tido um desfecho tão movimentado quanto outros programas da Marvel na Netflix haviam tido, Everything foi um desfecho sólido para a melhor temporada da detetive beberrona na TV.
Muito dos últimos treze episódios foi a respeito de fazer com que Jessica aceitasse que é uma super-heroína, e, eu devo dizer, isso fez maravilhas pela personagem. Tornar Jess menos rançosa sem necessariamente mudar sua personalidade teria sido algo bem vindo já na segunda temporada da série, mas, antes tarde do que nunca.
Jessica é uma super-heroína, e agora ela precisa tomar a difícil decisão de ir atrás de Trish, que no desfecho do capítulo passado pisoteou a cabeça de Sallinger até a morte dentro do tribunal.
Trish fez o caminho inverso de Jess. Muito como Matt Murdock e Frank Castle, as duas irmãs passaram por situações semelhantes e chegaram a desfechos opostos. Enquanto Jess aprendeu o valor da vida humana e a importância de tomar as decisões corretas, Trish se tornou mais adepta do que nunca da máxima de que os fins justificam os meios, chegando a acreditar que seu verdadeiro superpoder não são a visão noturna, a agilidade ampliada ou a manicure assassina, mas o vácuo moral que permite que ela massacre bandidos sem que isso afete sua vida.
Jessica está justificadamente hesitante sobre agir contra Trish, mas Luke Cage (Mike Colter) aparece do nada em sua porta para fazer um discurso a respeito de como ele próprio teve que prender seu irmão n'A Balsa.
Em que se pese que Willys Stryker era um tremendo escroto do caralho e queria matar Luke enquanto Trish e Jessica verdadeiramente se amam, foi legal ver que essas séries seguem conectadas (Eu gostaria de ter visto Karen Page aparecer para defender o ponto de vista de Trish e mencionar Frank Castle para fazê-lo), e bacana Luke ter dado as caras, usando as roupas que estava usando no final de sua própria série, para mostrar suporte à Jess, mas eu ainda preferia que a morena terminasse com Erik.
Seja como for, o papo com Luke coloca Jess no encalço de Trish, e eventualmente o embate final entre as duas irmãs acontece bem quando a loira tentava usar os contatos de Jeri para fugir dos Estados Unidos dentro de um caixão de defunto.
A luta entre as duas não é muito melhor do que a média das brigas em Jessica Jones foram desde sempre, mas o desfecho do confronto, com Trish atacando Jess com a faca, é bem maneiro.
Seja como for, não é apenas a relação de Trish e Jessica que chega ao fim nesse derradeiro episódio da série.
Jeri e Kith se abrem, com a advogada admitindo que ama a musicista e quer terminar sua vida com ela, e ouvido, em troca, que é uma pessoa egoísta e amoral e que vai morrer sozinha por isso.
Jeri foi uma personagem frequentemente escrota ao longo de todas as temporadas de séries onde deu as caras, mas devo dizer que esse desfecho foi ainda mais cruel do que ela merecia...
Malcolm, ganhando as chaves da Codinome Investigações, por outro lado, foi muito mais legal do que aquele personagem mala pra caramba merecia.
E Trish, durante seu fichamento com o detetive Costa, dando-se conta de seu verdadeiro papel na temporada, foi particularmente bem sacado, aliás, palmas para Rachael Taylor. A loira mandou bem nessa temporada, vendendo de maneira crível a descida da personagem rumo às profundezas da vilania.
Enquanto isso, Erik é devidamente dispensado por Jessica, como poderíamos imaginar, e arranjado com o detetive Costa, mas no bom sentido. Para que os dois formem uma parceria onde Erik possa usar seus poderes para empurrar o detetive em direção a criminosos perigosos de modo a que ambos possam trabalhar juntos para tornar Nova York melhor.
Quanto à protagonista, sem namorado, família adotiva ou biológica e com o gosto amargo dos sacrifícios que o heroísmo exige ainda fresco na boca, Jess está pronta pra deixar Nova York quando a voz de Kilgrave em sua mente surge para lembrá-la que ela não é uma vítima, mas uma defensora. E que sempre haverá pessoas que irão precisar de sua ajuda.
O final de Jessica Jones foi melhor do que a serie em si havia sido até aqui. A terceira temporada certamente foi o melhor momento de Jessica, e foi um desfecho digno não apenas para a série, mas também para esse cantinho do MCU que existiu na Netflix nos últimos quatro anos.
Ainda que nenhuma série tenha alcançado o nível de excelência de Demolidor, que foi, sim, excelente, todos os programas tiveram alguma forma de apelo, e eu não posso deixar de lamentar que não teremos mais esses programas espocando anualmente na telinha.
É sonhar demais que o Disney + resgate apenas alguns deles?
"Eu sou a vilã..."
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