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segunda-feira, 15 de março de 2010

Resenha DVD / Blueray: (500) Dias Com Ela


Não foi por mais senão curiosidade quanto ao trabalho do novo timoneiro da franquia do Homem-Aanha no cinema, Mark Webb, que aluguei esse filme.
Sabendo que o sujeito já dirigiu centenas de video clipes, mas um único longa metragem, me obriguei á trilhar um caminho que, confesso, geralmente prefiro evitar. O das comédias românticas, mas devo confessar que, á despeito da minha própria falta de romantismo e do meu pessimismo em relação ao amor, (500) Dias Com Ela foi uma grata surpresa desde a frase inicial:
"O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Especialmente você Jenny Beckman.
Vadia."
Na fita conhecemos Tom (Joseph Gordon-Levitt, entregando outra boa interpretação depois do deslize de G. I. Joe), arquiteto de formação ele trabalha como redator de cartões comemorativos, é um rapaz romântico, boa-praça, inteligente, á procura de sua alma-gêmea.
Quando conhece a nova secretária de seu chefe, Summer (Zooey Deschanel, a adorável musa indie de toda uma geração.), moça bonita, divertida, inteligente, Tom acredita que está diante do amor de sua vida. Mas aí esbarra em um problema. Summer é pé-no-chão, preza a própria liberdade, não está procurando um relacionamento sério e nem sequer acredita em amor.
Mas, ainda assim, eles acabam engatando um romance, que já nos primeiros minutos do longa, descobrimos que não acabou bem.
Passamos então á acompanhar as recordações de Tom, que revisita suas memórias dos 500 dias que passou ao lado de Summer procurando o que deu errado, e o separou do amor de sua vida.
Aí entra um dos diferenciais do filme, a narrativa não linear, contando o romance em episódios fora de ordem cronológica através das lembranças de Tom, alternando bons e maus momentos, que variam de acordo com seu estado de espírito, como na sequência musical que mostra como Tom se sentiu após sua primeira noite com Summer, ou na bem sacada sequência dupla, Realidade VS Expectativa.
Há ainda a trilha sonora, charmosa e com mais importância que o elenco de apoio, tem músicas dos Smiths, de Carla Bruni e de Belle and Sebastian, tudo muito cult.
No final das contas, (500) Dias Com Ela é um filme interessante, uma história das mais convencionais (Boy Meets Girl) contada com algumas cores mais frescas e com um elenco particularmente carismático, mas, mais importante do que a forma não linear da narrativa, ou a inversão dos papéis de homem e mulher na relação, talvez seja o olhar, ao mesmo tempo cínico e sincero, que o longa lança sobre os romances:
O amor não é ideal. Pés na bunda acontecem. Mas nós sobrevivemos.

Á propósito, acho que a franquia aracnídea no cinema está em boas mãos, e que Joseph Gordon-Levitt seria uma Peter Parker excelente.

"Eu adoro o sorriso dela. Eu adoro seu cabelo. Eu adoro seus joelhos. Adoro a forma como ela lambe os lábios antes de falar. Adoro o som de sua risada. Eu adoro a marca de nascença em forma de coração em seu pescoço..."
"Eu odeio o dente torto dela. Eu odeio seu corte de cabelo dos anos 60. Eu odeio seus joelhos ossudos. Odeio o jeito que ela aperta os lábios antes de falar. Odeio o barulho que ela faz quando ri. Eu odeio a mancha em forma de barata em seu pescoço..."

Um comentário:

  1. Nossa, depois de ler tudo isso, o que me convenceu mesmo de assistir o filme, foi... as duas citações finais, exclusivamente a última.

    Abç

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