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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Resenha Cinema: A Hora do Espanto (2011)


Eu gosto de cinema pra reflexão... Sério, gosto mesmo. Provavelmente quem acompanha as minhas resenhas aqui no blog duvida. Mas eu curto. Eu acho bacana ver filmes que queiram ensinar alguma coisa. Acho que, todo o tipo de experiência cognitiva que temos, leitura, música, cinema, e talicoisa, devem trazer alguma bagagem que tu possa usar de alguma maneira no futuro, te ensinar uma lição que vá ter valia na tua vida prática em algum momento, ou te dar ferramentas pra melhorar como pessoa. Ontem eu fui ao cinema e vi um filme que me ajudou a refletir e que me ensinou uma lição importante... Bom, ensinar, não ensinou, pois eu já sabia. Me refrescou na memória uma lição importante.
O filme em questão foi A Hora do Espanto, remake do longa homônimo de 1985 em que um jovem descobria que o seu vizinho era um vampiro. Era uma mistura de terror e comédia como foram muitos filmes dos saudosos anos oitenta, e fez tanto sucesso que rendeu, inclusive uma continuação não tão bem sucedida em 1988. Eu me lembro de ter assistido A Hora do Espanto em uma Tela Quente, na praia, provavelmente no verão de 88, mesmo, pois no intervalo, anunciaram a continuação "em breve nos cinemas". Pois é, teve uma época em que um filme levava três anos pra ir, do cinema, à TV, crianças. E sem downloads...
Enfim, ontem fui ver o remake, que, confesso, sempre me deixam com um pé atrás. Entretanto, o elenco da nova versão, com vários atores cujos trabalho conheço e admiro, acabaram me convencendo a arriscar, e, devo dizer, não me arrependi.
Novamente nos vemos diante de um jovem tímido, Charley Brewster (Anton Yelchin, o Chekov de Star Trek), um ex-nerd que agora namora a gatinha Amy (Imogen Poots), e vive com sua mãe (Tony Collette) em um condomínio afastado nos arredores de Las Vegas.
Alertado por seu ex-melhor amigo Ed (Christopher Mintz-Plasse, o McLovin, de Superbad), Charley acaba descobrindo que seu novo vizinho, o bonitão Jerry (Colin Farrell), pode ser um vampiro, e responsável pela série de desaparecimentos ocorridos na região recentemente.
Inicialmente Charley considera a ideia toda uma bobagem, entretanto, após presenciar fatos suspeitos e iniciar uma investigação por conta própria, o rapaz se vê, não apenas acreditando no vampirismo de Jerry, como também se vê na mira do vizinho. Sem mais ninguém a quem recorrer, Charley busca a ajuda de Peter Vincent (David Tennant), um mágico e auto-proclamado mestre das artes ocultas e caçador de vampiros.
Não é, assim, na premissa, muito diferente do original, Há, claro, novidades e variações nessa versão, mas não vou ficar estragando a brincadeira pra quem quer descobrir as diferenças todas. O filme mantém-se fiel ao original, é unicamente um longa pra divertir. Embora existam algumas referências à questões como sexualidade (Bem mais discretas que as dos dois longas originais), amadurecimento, e confiança, elas ficam todas em segundo plano, pois A Hora do Espanto mostra logo a que veio: É um filme de vampiros.
Aliás, há que se louvar os roteiristas Marty Noxon e Tom Holland. Em tempos de tantas "liberdades criativas" tomadas com relação aos vampiros, eles se apegam às mais tradicionais fraquezas e forças dos mortos-vivos. Alho, água benta, símbolos sagrados empunhados com fé verdadeira, fogo, estacas no coração, está tudo lá. Saem os rapazes emos, purpurinados, vegetarianos e alérgicos à vaginas de Crepúsculo e entram Jerry e seus asseclas, vampiros na assepção da palavra, criaturas perversas que desejam sobreviver, não refletem em espelhos nem são capturados em filmagens e que temem a luz do dia. Nem as balas de prata, originalmente feitas sob medida para matar lobisomens e que, nos últimos anos, andaram dando as caras na mitologia vampírica (Eu tenho uma vívida lembrança de que balas de ouro é que eram utilizadas para destruir vampiros...) escapam da correção.
Além, claro, da mitologia vampiresca sendo respeitada, há que se ter mais do que isso para segurar um filme. Por sorte há boas sequências tanto de terror, que criam alguma tensão, quanto de humor, a maioria protagonizada pelo Peter Vincent de Tennant. O escocês não tem a mesma presença que Roddy McDowell, o caça-vampiros original possuía, mas, até por ser um personagem com uma proposta diferente, isso fica perdoado. Vincent é um mágico beberrão que se veste e se apresenta ao estilo Criss Angel, o que, por si só, já daria origem a boas piadas. Os demais integrantes do elenco também fazem bons trabalhos, Yelchin convence como adolescente ex-nerd, Imogen Poots é uma gracinha e sua Amy ainda exala sensualidade o suficiente pra um filme de vampiros, Tony Collette é ótima, e só acrescenta ao elenco, e Colin Farrell parece se divertir demais no papel do sanguesseuga chefe, inclusive superando o trabalho do Jerry Dandridge original, Chris Sarandon (Que aparece em uma ponta no novo longa.).
A versão em 3-D que eu vi não tem grandes atrativos, apesar de o filme ter sido originalmente rodado no formato tridimensional, o que garante que o filme não fique horroroso como Fúria de Titãs, convertido na pós-produção, á exceção de cuspir algumas coisas na cara da platéia e um efeito bonito de faíscas voando, não tem nenhum arroubo, então, se quiser economizar uns trocados, veja em 2-D, mesmo, pois não faz diferença.
No final das contas, A Hora do Espanto diverte, é um filme bacana, que não procura oferecer mais do que possui. E, claro, ensina uma lição:
Vampiros são monstros!
O cinema funciona bem melhor quando os "visionários" atrás das câmeras lembram disso.

"-Esse cara não está deprê, ou apaixonado, ele não é um rapaz nobre, ele é a porra do tubarão de Tubarão! E me ofende você pensar que eu li Crepúsculo..."

3 comentários:

  1. Permita-me discordar. Assisti ontem e só uma frase me vem à cabeça: "Como estragar um excelente filme".

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  2. Sério que tu achava o A Hora do Espanto original excelente? Eu achava ele bacana e só, a mesma coisa que esse novo.
    Acho que ás vezes nós temos tendência ao purismo, e automaticamente torcemos o nariz pra remakes. Espere sair em DVD, ou passar na TV a cabo, com expectativas menores, talvez ele se torne mais palatável pra ti.

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  3. Os vampiros são muito loucos nesse filme !!!!! Deu ate medo de encontrar um deles por ai kkkkkkkkkkkkkkkk
    Ta faltando filmes em que os vampiros são realmente vampiros !!! :)

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