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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Resenha Cinema: Os Muppets


Na agradável noite de sábado, resolvi fazer uma coisa que eu não tive paciência pra fazer nem quando era criança. Encarei, sentadinho no cinema, os pouco mais de noventa e oito minutos de Os Muppets, retorno à telona da trupe de fantoches malucos criados por Jim Henson em meados de 1954 e que já estiveram em dezenas de filmes e especiais pra TV.
Os Muppets estavam afastados do cinema desde 1999, quando foi lançado Muppets do Espaço, e provavelmente continuariam afastados das telonas se o ator Jason Segel, aquele de "Ressaca de Amor", "Eu Te Amo, Cara", e da série "How I Met Your Mother", não fosse um fã de marionetes. Segel escreveu o roteiro e produziu o longa, dirigido por Alex Bobin, egresso de The Flight of The Conchords, que conta a história dos irmãos Gary (Segel) e Walter.
Gary é um rapaz normal, enquanto Walter é um fantoche. A despeito dos eventuais problemas que surgiam dessas diferenças, os dois sempre se deram bem e foram muito unidos. Walter cresceu (?) sendo um fã incondicional dos Muppets, com quem sempre se identificou, sem ligar para as gozações das outras crianças, que riam de seus ídolos.
Quando Gary resolve viajar a Los Angeles nas férias com sua namorada Mary (Amy Adams, engraçadinha como pede o filme), para celebrar o seu aniversário de dez anos de namoro, Walter se junta ao casal, e surge a oportunidade de ele conhecer o Teatro Muppet, Meca dos fantoches famosos.
Ao chegar lá, porém, Walter descobre não apenas que o Teatro Muppet está abandonado e decrépito, mas também que o perverso magnata do petróleo Tex Richman (O ótimo Chris Cooper, se divertindo demais) pretende comprar o teatro e derrubá-lo para explorar o petróleo que existe em um poço sob o Teatro.
Walter e Gary recorrem, então, a Kermitt, o sapo (o ex-Caco, mais uma dessas alterações de nome pra "reforçar a marca".), deprimido líder dos agora separados Muppets, para reunir a antiga turma e realizar um último show de modo a arrecadar dez milhões de dólares e salvar a casa dos bonecos.
Não é um roteiro dos mais inovadores, toda essa história de reunir a velha turma e fazer um show pra arrecadar dinheiro já não era nova na época d'Os Irmãos Cara de Pau, o dilema de Walter, que deve crescer e se descobrir de modo a ajudar os novos amigos, idem, e o mesmo vale pro romance de Gary e Mary, e pras novas carreiras dos Muppets debandados (Fozzie em um "cover dos Muppets originais, os Moopets, Gonzo um magnata do ramo dos banheiros, Animal passando por um programa de controle de raiva, e Piggy como editora da Vogue em Paris), ainda assim, o filme funciona e agrada às crianças, o principal e óbvio público alvo, mas também aos adultos. Muitas das piadas passam batidas pros pequenos, e fazem rir aos mais velhos, o gráfico de popularidade, a analogia a O Diabo Veste Prada, e as piadas com o modesto orçamento do longa, por exemplo, são todas piadas pra adultos. Não faltam os números musicais, obrigatórios na filmografia das criações de Henson (inclusive com um rap pra um dançante Chris Cooper), e nem as participações especiais, aliás, uma das diversões do filme é identificar todo mundo que faz uma ponta, Alan Arkin, Zach Galifianakis, Ken Jeong, John Krazinsky, Bill Cobbs, Sarah Silverman, Jim Parsons, Emily Blunt e inúmeros outros, todos rendendo homenagem às famosas marionetes, junto com Jack Black, a hilária celebridade escalada pelos Muppets para apresentar seu Telethon, e Rashida Jones, a executiva da TV que viabiliza a exibição do espetáculo.
Apesar de um anacronismo quase palpável em se assistir a um longa estrelado por bonecos de feltro e pelúcia movidos por arames, ainda assim, pra quem, como eu, cresceu acompanhando tanto as versões fantoches quanto as animadas da turma do Jim Henson, há um certo prazer pueril em dar risada das inocentes, ainda que boas, piadas do longa. Jim Henson estaria sorrindo.

"-Você não é uma daquelas Tartarugas Ninja?
-Sim, sim, eu sou."

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