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sábado, 18 de fevereiro de 2012
Resenha Cinema: Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança
Em 2007 um dos personagens com o visual mais rock and roll dos quadrinhos ganhou sua versão em celulóide. O personagem em questão era o Motoqueiro Fantasma, um anti-herói do segundo escalão da Marvel.
Johnny Blaze, um motociclista destemido ao estilo Evil Knievel, que, com o pai às portas da morte fazia um pacto com o coisa-ruim e era amaldiçoado à perseguir os perversos e lotar o inferno com suas almas ímpias.
O filme foi dirigido por Mark Steven Johnson, que tinha feito um trabalho bem decente na versão cinematográfica do Demolidor, o elenco tinha Peter Fonda, Donal Logue, Wes Bentley, Sam Elliot, a gostosuda Eva Mendes e Nicolas Cage na pele incandescente do espírito da vingança.
Cheio de boas intenções (como o inferno), o filme, porém, não vingou. A trama morna, cheia de momentos light, uma história de amor mequetrefe entre Cage e Mendes (Que mostraram em Vício Frenético que o problema não era falta de química), e sequências de ação meia boca não convenceu e nem agradou. E, apesar de o filme deixar bem claro com todas as letras, que queria ser o primeiro capítulo de uma saga, quando o letreiro subia, a gente não estava ansioso por uma sequência.
Mas ela veio. Um roteiro escrito a partir de uma ideia do especialista David S. Goyer (Batman Begins, O Cavaleiro das Trevas, trilogia Blade) caiu no colo dos diretores Mark Neveldine e Brian Taylor, responsáveis, para o bem ou para o mal, por Adrenalina 2 : Alta Voltagem, a insana sequência de Adrenalina, com Jason Statham e Gamer, outro exemplar do cinema histérico da dupla.
Nicolas Cage voltaria ao papel principal (sem peruca, dessa vez), e enfrentaria o próprio capeta.
Vou confessar que, por mais que eu ache o Nicolas Cage um ator talentoso, que por mais que eu admire o fato de ele não se levar a sério demais, por mais que eu ache maneiro o fato de suas indicações a prêmios diversos não torná-lo um ator acomodado, eu precisava de mais do que a promessa de um filme divertido com o mestre Cage pra me tirar de casa nesse dia escaldante de verão.
Para sorte do Motoqueiro, minha camiseta nova do Inter só ficou pronta hoje, de modo que eu fui obrigado a ir ao shopping, e, uma vez lá, não pude deixar de pensar no quanto seria bom passar umas duas horas sorvendo um copo generoso de suco de laranja no ar condicionado extra potente do cinema. Aí, uma coisa levou à outra e voilá.
No filme nós encontramos Johnny Blaze (Cage, muito mais à vontade do que no filme anterior) no leste europeu procurando por uma forma de acabar com sua maldição.
Ele acaba sendo recrutado por Moreau (Idris Elba), um pastor bêbado ligado à uma ordem antiga que pede que ele encontre um menino em troca do fim de sua maldição.
O moleque Danny (Fergus Riordan), é fruto de um pacto entre sua mãe, Nadya (Violante Placido) e Roarke, o diabo em pessoa (vivido por Ciarán Hinds).
O motoqueiro entra, então, em rota de colisão com os criminosos contratados por Roarke para levar o Danny em tempo hábil ao local onde seu corpo poderá receber a essência satânica para transformá-lo no anticristo.
Neveldine e Taylor executam um trabalho bem superior ao de Mark Steven Johnson. O estilo caótico dos diretores funciona bem com o Motoqueiro, e torna essa sequência uma experiência bem mais divertida do que o antecessor. Nas mãos dos dois, a ação ganha um pouco mais de impacto, agrega algum elemento de filme de terror à experiência, mas a maior contribuição dos dois é, mesmo, fazer um longa que consegue rir de si mesmo sem se transformar em pastiche.
Não me entenda mal, Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança não é uma grande obra cinematográfica. Não, é um filme de ação honesto e divertido, e não há porque almejar mais do que isso.
O Motoqueiro consegue ser ameaçador, graças tanto aos efeitos visuais que também superam os do filme anterior, quanto à expressão corporal que Nick Cage empresta ao personagem, que, em várias ocasiões, lembra uma versão V-12 do Pica-Pau em suas encarnações mais cruéis. O longa ainda dá espaço para os obrigatórios e sensacionais achaques do protagonista, gritando, rindo, fazendo caretas, enfim, perdendo as estribeiras como só o mestre Cage sabe fazer. A história segura as pontas, e há até alguns momentos de tensão respeitáveis.
A segunda incursão do Motoqueiro pode não ser, nem de longe, um filme perfeito, mas ao menos nos faz pensar no que poderia melhorar em uma sequência.
"-E como é se você precisar mijar e estiver transformado?
-É demais! É como um lança-chamas."
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