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quinta-feira, 1 de março de 2012

Resenha Cinema: Millennium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres


David Fincher é um tremendo diretor, é um desses caras que eu sigo ao cinema desde a infância, quando, sem nem saber quem ele era, fui ver Alien 3.
Não acompanhei com grande interesse a carreira de clipeiro do cara, mas certamente vi seus filmes com prazer. Seven, Vidas em Jogo, Clube da Luta, Quarto do Pânico, Zodíaco...
OK, não é uma filmografia onde tudo funciona, mas mesmo os filmes menos bacanas de Fincher, como Quarto do Pânico e O Curioso Caso de Benjamin Button tem algo a oferecer. Eu ainda imagino como a série Homem-Aranha teria sido se Fincher tivesse conseguido o emprego que ficou com Sam Raimi.
Fiquei curioso a respeito de Millennium quando soube que Fincher ia pegar o projeto, olhando em perspectiva, um remake não era muito a cara do cineasta, não vi o filme original, uma produção sueca que adapta o primeiro livro de uma trilogia escrita por Stieg Larson, mas sabia de que se tratava.
Ainda sem ver o original ou ler o livro que deu origem aos longas, na semana passada fui conferir o filme indicado a diversos Oscar.
Na trama conhecemos o jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig), acusado de libelo pelo alvo de suas investigações em uma matéria da revista Millennium. Após perder o processo que acaba com sua carreira jornalística e sua vida financeira Blomkvist é convidado por um industrial recluso, Henrik Vanger (Christopher Plummer), a escrever a biografia de sua família. A biografia, no entanto, é apenas um pretexto para que Mikael realize uma investigação. A sobrinha de Henrik, Harriet, desapareceu anos atrás, e foi dada como morta. Entretanto, Henriq segue recebendo presentes de aniversário idênticos aos que a menina lhe dava.
Sem muito mais o que fazer da vida, Mikael aceita o emprego, e parte para a pequena ilha onde vive a disfuncional família Vanger, repleta de pessoas que se odeiam e não se falam, e onde ele pode descobrir que há mais do que um simples acidente por trás do desaparecimento de Harriet quarenta anos atrás.
Sua aliada nessa busca é Lisbeth Salander (Rooney Mara), hacker com problemas psicológicos que, aos vinte e três anos, ainda está sob a tutela do estado. É a agressiva menina que se torna peça fundamental para ajudar Mikael a resolver o caso, e trazer paz de espírito a Vanger.
O filme, claro, não se resume unicamente à investigação, ele alterna entre os dois personagens centrais, Mikael e Lisbeth, conforme a trama se desenrola, e, cabe dizer que, a linha narrativa de Lisbeth, até ambos de fato se cruzarem, é mais interessante.
Millennium, porém, não é um dos melhores trabalhos de Fincher. Claro, há uma ótima trilha sonora, um elencaço bem dirigido (Além de Craig, Mara e Plummer, cabe destaque para Stelan Skarsgaard e Robin Wright), as utilizações de câmera consistentes do diretor e tudo o mais a que nos habituamos na sua filmografia, mas a impressão que temos, no fim, é de que Millennium era um roteiro sem muito a oferecer. É uma trama coesa de mistério e investigação com algumas boas sacadas, mas só. Não lambe as botas de Seven, por exemplo, e certamente empalidece ainda mais se comparado a Zodíaco ou Clube da Luta.
Ainda assim, é um bom filme, e, além de me distrair por duas horas e quarenta minutos, ainda me ajudou a decidir que jamais irei à Suécia, onde, aparentemente, todo mundo é um criminoso sexual em potencial.

"Fique quieto. Eu nunca fiz isso antes."

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