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sexta-feira, 13 de julho de 2012
Pra Cultivar
Existem coisas que não se criam sozinhas. Se forem abandonadas elas minguam, diminuem, se desfazem e desaparecem. São coisas que não podem ser abandonadas à própria sorte, que precisam ser protegidas, nutridas, em última instância até um pouco aduladas, por que não?
Era no que acreditava o Sidney. O Sidney gostava demais da Lourdes, demais, mesmo. Era apaixonado por ela, perdidamente, loucamente, incoercivelmente.
E sentia necessidade de demonstrar isso sempre. Embora fosse um sujeito simples, tosco, até, sentia necessidade de florir o que sentia por Lourdes nas ocasiões em que a coragem e a necessidade de declarar o quanto ela lhe era cara venciam sua timidez.
Nessas ocasiões ele escrevia poemas, ele comprava presentes, fazia citações... Tudo o que estava a seu alcance para deixar claro o quanto a Lourdes era importante pra ele. O quanto ele prezava a presença dela em sua vida, e o quanto ele queria que aquela presença durasse.
E mesmo sabendo que nem sempre seus poemas tocariam o coração de Lourdes, mesmo sabendo que os presentes que ele dava não seriam o que ela queria, mesmo sabendo que suas citações eventualmente soariam vazias ou tolas, ele seguia, na esperança de acertar mais do que errar.
Pois mesmo sendo incauto, simples, tosco, até, ele sabia, que aquele amor que ele sentia, para vingar e alcançar seu inteiro potencial, precisava ser acalentado, protegido, alimentado, cultivado...
Como uma "aRvrinha".
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