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sábado, 14 de julho de 2012

Resenha Filme: Batman Begins


Na sexta-feira, dia 27 de julho, estréia no Brasil Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, título meio sem-vergonha que vai receber, no Brasil, o Filme Dark Knight Rises, terceiro capítulo da trilogia do Batman de Christopher Nolan. Como foi feito aqui na casa do Capita com a série do Homem-Aranha, vamos relembrar os filmes do diretor que antecederam o que promete ser a conclusão épica de uma das melhores séries de super-heróis na telona.
Foi em 2005 que a Warner lançou o seu reboot da lenda do cavaleiro das Trevas no cinemas. A última incursão do Batman nas telonas havia sido em 1997 quando Joel Schumacher cometeu Batman & Robin e deu o tiro de misericórdia na série iniciada de maneira decente com o Batman de Tim Burton em 1989 e que alcançara seu pico com Batman - O Retorno em 92, antes de cambalear, já nas mãos de Schumacher com Batman Forever.
Se o mundo do cinema estranhou o reinício "prematuro" da série em celuloide, pros fãs dos quadrinhos era uma ótima oportunidade de ver o Batman ganhar uma cara melhor nas telonas. Se há que se admitir que os filmes de Burton eram interessantes e tinham lá suas qualidades, não é menos verdade que eles estavam longe de ser unanimidade entre os fãs do Morcegão.
Chegou a se especular um recomeço nas mãos do próprio Schumacher, ideia que foi escanteada junto com a versão que Darren Aronofskiy queria dirigir do filme (Com um Alfred negro, e um Batmóvel em forma de locomotiva), e foi Christopher Nolan, dos ótimos Amnésia e Insônia que ganhou a cadeira do diretor.
Ele não demorou a anunciar que Christian Bale, o menino de O Império do Sol, e Patrick Bateman de Psicopata Americano, seria o quarto ator a vestir o capuz após Michael Keaton, Val Kilmer e George Clooney.
Bale era uma escolha interessante. Ator obviamente talentoso e claramente capaz de retratar os aspectos da persona atormentada do herói que haviam sido solenemente ignoradas no filme anterior e pouco exploradas nos três primeiros longas.
Os demais nomes envolvidos no filme eram igualmente promissores. O veterano ator britânico Michael Caine seria a nova cara do Alfred, substituindo Michael Gough, único ator que fora titular nas quatro produções anteriores do Batman junto com Pat Hingle, que interpretara o comissário Gordon, e foi substituído no reinício por Gary Oldman, outra escolha inspirada.
Liam Neeson ganhou o papel de Henry Ducard, e Ken Watanabe seria Rha's Al Ghul. Ainda surgiram os nomes de Morgan Freeman, como Lucius Fox, Tom Wilkinson como Carmine Falcone, Cillian Murphy no papel de Jonathan Crane, o Espantalho e da insossa Katie Holmes como Rachel Dawes.
O tabuleiro montado, história de origem a ser contada, era só engraxar as engrenagens e fazer o negócio andar. E andou.
Batman Begins recontava a história de Bruce Wayne, intercalando o presente do jovem bilionário, então prisioneiro de uma penitenciária no Butão, com seu passado, a infância na mansão Wayne, lar de seus pais, o doutor Thomas e a senhora Martha Wayne (Linus Roache, maneiro e Sarah Stewart), prósperos herdeiros da fortuna da mais tradicional família de Gotham City que usam sua influência e fortuna em nome da filantropia até serem brutalmente assassinados durante um assalto na saída de uma peça de teatro (E não na saída do filme Zorro, como nos quadrinhos) e como esse episódio traumatizou o jovem Bruce a ponto de gerar sua obsessão com a vingança.
Contatado por Ducard na prisão, Bruce se une à Liga das Sombras, um formidável grupo de justiceiros que combate ao mal em todas as suas formas. Lá, Wayne relembra os anos que passou viajando pelo mundo após abdicar da fortuna de sua família enquanto tentava compreender o funcionamento das mentes criminosas. Após concluir seu treinamento, Bruce Wayne retorna a Gotham City, retomando a fortuna Wayne, e com a ideia de se tornar um símbolo na luta da justiça contra o crime.
Sob o capuz e a capa do Batman, Wayne inicia uma cruzada contra o crime organizado, mas acaba esbarrando em um esquema de corrupção que se estende dos mais altos escalões do judiciário até os porões do asilo Arkham, e que envolve um plano que pode destruir toda a cidade que Wayne jurou proteger.
O longa de Christopher Nolan é muito bom. Pela primeira vez o vigilante de Gotham aparecia em uma cidade que parecia real (Chicago e Los Angeles serviram de dublês de Gotham City), uma metrópole opressiva e cheia de cantos obscuros ao invés das estátuas gigantes sustentando viadutos e néon por todos os lados.
Os coadjuvantes eram muito bons, especialmente o sargento Gordon de Gary Oldman e o Alfred Pennyworth de Michael Caine, os vilões eram frios e calculistas e Bruce Wayne/Batman ganhou em Christian Bale o primeiro ator a realmente explorar a múltipla persona do herói, mostrando três personalidades diferentes no filme, o afetado playboy bilionário que a sociedade conhece, o tenebroso vigilante que o crime teme e o verdadeiro Bruce Wayne, visto apenas por Rachel Dawes e especialmente pelo Alfred, um homem atormentado e obstinado, sim, mas também uma pessoa de verdade, com emoções de verdade.
Muitas das sequências de ação do filme eram praticamente arrancadas das páginas de Batman - Ano Um de Frank Miller e David Mazzuchelli e fizeram a alegria dos fãs do morcego em quadrinhos, entretanto, podia-se notar algum desconforto na direção do filme, um fenômeno parecido com o visto em X-Men de Bryan Singer, onde o diretor parecia algo tímido no comando do longa, como se ainda não tivesse encontrado o tom de sua voz pra contar aquela determinada história.
Mas da mesma forma que esse "deslocamente" não prejudicou o filme de mutantes de Singer, também não fez mal algum ao Batman Begins de Nolan, na verdade, como havia acontecido ao diretor de Os Suspeitos cinco anos antes, o filme de estréia satisfez, e serviria como ensaio para um voo muito mais alto no segundo capítulo da franquia.

"Por que nós caímos, mestre Bruce? Para aprendermos a levantar."

3 comentários:

  1. Pois bem, capitão Rodrigo Cambará Reis... Concordo com tudo que você disse, sem tirar nem pôr. Confesso que quando este filme foi lançado eu não tinha muitos olhos pro Batman, algo que só realmente foi acontecer no TDK, que foi muito bom por sinal.. Então estou esperando ansioso pela resenha do segundo capítulo dessa trilogia promissora, já que às vezes ao ler uma resenha nós reassistimos o filme com novos olhos.

    Dê uma passada no meu blog depois e se gostar de lá, adoraria se seguisse!

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  2. Ah é, o link...

    Circadianoinverso.blogspot.com

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  3. E aí, Luã, seu sumido. Vou seguir, sim, parceiro, tá maneiro o blog.

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