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sábado, 28 de julho de 2012
Resenha Cinema: Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Christopher Nolan é um gênio. Eu desafio alguém a me apontar um filme ruim do sujeito. Entre Amnésia e A Origem, Nolan jamais errou a mão por onde passou. Fez Insônia, o excepcional O Grande Truque e dois Batman que são provavelmente os melhores filmes já feitos baseados em quadrinhos.
Aliás, fãs de quadrinhos estão habituados com algo chamado "A Maldição do Terceiro Filme". É um conceito surgido após ficar constatado que, terceiras partes de séries cinematográficas baseadas em gibis, simplesmente não prestam. Se tu não acredita, experimente assistir a trilogia Blade, a trilogia X-Men, a trilogia Homem-Aranha, os três primeiros filmes do Superman da década de 70/80 e a série do Batman pré-Nolan. O decréscimo de qualidade nas respectivas terceiras partes de todas as séries citadas é flagrante. Tão flagrante que a maior parte delas culminou no fim da série ou no seu reinício.
Parece inevitável que a terceira parte seja sempre o elo mais fraco, aliás, a única coisa pior que uma terceira parte é uma quarta parte sem noção (Que o digam Batman & Robin e Superman IV - Em Busca da Paz).
O que se desenhava, então, era um paradoxo. De um lado Christopher Nolan, gênio cinematográfico. De outro a maldição da terceira parte. E entre o objeto inamovível e a força irresistível, Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge:
O filme se desenvolve oito anos após os eventos de Batman - O Cavaleiro das Trevas, quando Batman e o comissário Gordon resolveram salvar a reputação de Harvey Dent escondendo do público que o galante promotor público morrera como o Duas Caras, um psicopata desfigurado e fixado com dualidade.
Na esteira da morte do "Cavaleiro Branco" de Gotham, a cidade foi abençoada com uma lei que acabou com o crime organizado e tornou o Batman um pária que se lançou ao auto-exílio, assim como sua persona pública, Bruce Wayne.
Entretanto, um novo mal chega à cidade do cruzado encapuzado na forma de Bane.
O violento mercenário oriundo da mesma liga das sombras que treinou o Batman vai à Gotham City com o intuito de concluir o plano iniciado por seu mentor, Rha'a Al Ghul anos antes:
A destruição da cidade.
Para impedir que Bane suceda em seu intento, cabe à Bruce Wayne voltar a envergar o capuz do morcego, mas estará o defensor de Gotham à altura de um homem à frente de um exército de fanáticos? Um homem cujo treinamento e método são iguais aos seus, e cuja força e selvageria podem ser ainda maiores?
Para contar a conclusão épica de sua lenda do Cavaleiro das Trevas Christopher Nolan volta a contar com todo o elenco do primeiro e do segundo filme.
Lá estão Christian Bale fazendo o melhor Bruce Wayne/Batman que o cinema já viu, Gary Oldman na pele do comissário Gordon, Michael Caine, arrancando lágrimas da platéia como Alfred e Morgan Freeman como o espirituoso Lucius Fox.
Não bastasse o retorno de toda a trupe, são adicionados à equação Marion Cotillard, como a empresária Miranda Tate, Tom Hardy como Bane, Joseph Gordon-Levitt como o policial Blake, e Anne Hathaway como Selina Kyle, a Mulher-Gato.
Marion Cotillard é elegante e estilosa, Hardy é um animal na sua interpretação de Bane, e Gordon-Levitt segue seguro como em seus outros trabalhos recentes, mas Anne Hathaway rouba a cena como Selina Kyle. Ela não é a Michelle Pfeiffer com a roupa de vinil de Batman - O Retorno, mas não fica muito atrás em termos de visual, e sua interpretação da ladra mais sexy dos quadrinhos é tremendamente inspirada e inspiradora, uma das mais fiéis versões que a gatuna felina dos quadrinhos já teve, todas essas peças sob a batuta segura de Christopher Nolan, um cara que manja demais do seu ofício e é capaz de nos fazer admirar coisas como enquadramentos e efeitos sonoros, ou a segurança das atuações sem esquecer que filme de super-herói tem que ter pirotecnia e ação de qualidade, tudo embalado pela trilha sonora de Hans Zimmer, um dos melhores compositores de trilhas sonoras do cinema atual.
Mas e então? Christopher Nolan venceu a maldição da terceira parte?
Não... E sim.
Batman - O Cavaleiro das Trevas é desses filmes que a gente tem vontade de aplaudir quando termina, que deixa a gente de queixo no chão e satisfeito por ter estado no cinema. Mas é, provavelmente, o pior filme da trilogia. Carece do impacto e da fidelidade de Batman Begins e é inferior a Batman - O Cavaleiro das Trevas em diversos aspectos. Ainda assim, é uma das grandes adaptações de quadrinhos ao cinema, e acredito que seja meu bat-filme preferido. Bebendo da fonte de gibis clássicos como O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, Terra de Ninguém e A Queda do Morcego, O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um fecho excelente, sem pontas soltas ou arestas à visão do Batman engendrada por Nolan.
O que se tira disso?
Christopher Nolan é tão genial, que mesmo na hora de sucumbir ante a maldição da terceira parte faz isso com estilo, com maestria, e entregando um filmaço.
Boa sorte pro pobre infeliz que for tentar recomeçar o Batman Pós-Nolan.
"Eu não estou com medo. Estou com raiva."
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