Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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quinta-feira, 16 de agosto de 2012
É Agora ou Nunca
Ela acordou de manhã cedo ao ouvir o som de trompetes muito altos ecoando na sala. Levantou sobressaltada da cama e se deparou com o Bernardo, na sala, parado em frente à TV segurando uma vassoura na frente do corpo e vestindo jaqueta e calças pretas de couro e sapatos azuis.
-Bernardo... O que que é isso, homem de Deus?
-O quê, beibe? - Perguntou Bernardo, virando-se com o topete ermado á custa de muito gel, e óculos escuros de lentes verdes enormes no rosto.
-Essa roupa, Bernardo, que que é isso...?
-É meu traje de couro preto, beibe.
-Mas... O que é isso no teus pés? Isso é-
-Meu sapato de camurça azul, yeah.
-Pelo amor de Deus, Bernardo, baixa o volume da TV. Não. Pensando melhor, vai dormir, olha a hora...
-Curta a música, beibe.
-Daqui a pouco o síndico bate aqui e eu quero ver o que tu vai fazer...
-Vou colocá-lo sob os efeitos de um feitiço havaiano.
-É... Aí ele chama a polícia e-
-E eu faço um rock na penitenciária, beibe.
-Eu não sei porque eu perco meu tempo falando contigo, Bernardo. Não sei, mesmo. Tu não me ouve, parece que tu quer-
-Um pouco mais de ação, menos conversa.
-Tu me paga, Bernardo, tu me paga. Eu não vou esquecer disso. E não vou te deixar esquecer. Eu vou-
-Você vai estar pra sempre em minha mente...
-Palhaço. Palhaço fanfarrão. Tu quer saber o que mais? Tu quer saber o que eu vou fazer?
-Me beijar rápido?
-Não, Bernardo. Não. Eu vou é te dar um chute.
-Como se eu fosse um cão de caça?
-Vai se lascar, Bernardo. Eu vou voltar pra cama, baixa o volume da TV senão eu não respondo por mim.
-Beibe...
-O que, Bernardo?
-É agora ou nunca...
-O que que é agora ou nunca, palhação?
-A hora de tu provar que pode me amar com ternura...
-Vai se lascar, Bernardo.
Aniversário de 35 anos da morte do Rei do Rock, beibe. O cara que usou os sapatos de camurça azul mais maneiros da história do rock, com quem era agora ou nunca. O sujeito que fez rock na penitenciária, colocou a música sob um feitiço havaiano, que queria mais ação e menos conversa, que queria ser beijado rápido e amado com ternura (Quem aqui, né, amigo?), e ficou pra sempre na mente de todo mundo.
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