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sexta-feira, 6 de junho de 2014
Resenha DVD: Operação Sombra - Jack Ryan
Todo mundo que gosta de cinema de espionagem sabe quem é Jack Ryan, embora ele não seja necessariamente a mesma pessoa pra todo mundo.
Pra algumas pessoas ele pode ser o Alec Baldwin coadjuvante do Sean Connery em Caçada ao Outubro Vermelho, pra outras pode ser o herói xaropão interpretado por Ben Affleck em A Soma de Todos os Medos, mas, pra maioria dos fãs, é o consultor da CIA interpretado por Harrison Ford em Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato.
Claro que os mais nerds ou aqueles que curtem romances de espionagem sabem que Jack Ryan é bem mais do que isso na literatura, onde chegou a ser diretor adjunto da CIA e duas vezes presidente dos EUA, infelizmente, o cinema parece querer sempre rejuvenescer Ryan, originalmente um sujeito nascido nos anos cinquenta e que envelheceu nos livros (seu filho, Jack Jr. inclusive estrela seu próprio livro, The Teeth of the Tiger), e após Ben Affleck interpretar o personagem no nada memorável A Soma de Todos os Medos, Ryan rejuvenesceu outra vez para ganhar a cara de Chris Pyne, o capitão Kirk da nova Enterprise.
Operação Sombra começa com um jovem Jack Ryan estudando na Universidade de Economia de Londres, sendo arrancado do que parece uma vida mansa pelos atentados de 11 de setembro de 2001.
Três anos mais tarde ele é um fuzileiro servindo no Afeganistão, e sobrevivendo à uma queda de helicóptero com graves ferimentos nas costas.
De volta aos EUA, ele faz fisioterapia, conhece a residente de medicina Cathy Muller (Keira Knightley, delicinha), e tenta se reabilitar para voltar a andar.
É quando ele conhece Thomas Harper (Kevin Costner, bem no papel), operativo fodelão da CIA que lhe oferece um emprego como consultor, trabalhando como um agente infiltrado da agência de inteligência americana em Wall Street, analisando padrões financeiros que possam prever e evitar novos atentados em solo americano.
Ryan aceita o emprego. Ele e Cathy vivem juntos, com o segredo da verdadeira natureza de seu trabalho criando volta e meia uma barreira na relação, mas eles vão levando, até Jack descobrir que a empresa do industrial russo Viktor Cherevin (Kenneth Branagh, diretor do filme) tem números um tanto suspeitos.
Enviado contra sua vontade à Rússia para investigar Cherevin, Ryan acaba descobrindo uma trama que promete lançar os EUA à uma segunda Grande Depressão, na esteira de um novo ataque terrorista de proporções catastróficas.
É bacana o novo filme de Jack Ryan. Olhando ele no todo, é certamente superior ao A Soma de Todos os Medos, embora fique devendo aos demais filmes do personagem, mas funciona como um bom entretenimento, e um razoável "Jack Ryan Begins".
Pyne mantém os mesmos trejeitos de seus outros filmes, Keira Knightley é um amorzinho, tão doce que a gente até perdoa o sotaque americano dela ser esquisito. Melhor sorte com sotaques tem Kenneth Branagh, que faz o vilão russo Cherevin ser mais do que apenas um malvadão com delírios de destruição, e Kevin Costner cai bem no papel do mentor Thomas Harper.
Com o elenco funcionando, uma trama que garante alguns momentos de tensão, boas sequências de ação e direção serena de Branagh, bem a vontade com blockbusters após Thor, Jack Ryan - Operação Sombra é um bom programa pra uma tarde/noite chuvosa.
Vale a locação.
"Você não é mais apenas um analista. Agora é um operativo."
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