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sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Resenha Cinema: Os Mercenários 3
Ah, a celebração da testosterona... O prazer de dizer ao mundo "Nós não estamos velhos demais pra isso."... A liberdade de fazer filmes sem saber atuar... Todas as maravilhas que apenas o cinema hollywoodiano oitentista oferece, de maneira rediviva, na cinessérie Os Mercenários.
O festival de músculos e rugas iniciado por Sylvester Stallone em 2010 segue após o episódio de 2012 trocando algumas caras amassadas por outras e adicionando um pouco de sangue novo à mistura.
No arremedo de trama dirigido por Patrick Hughes, os dispensáveis de Barney Ross (Stallone), Lee Christmas (Jason Statham), Gunnar Jansen (Dolph Lundgren), Tool Road (Randy Couture) e Hale Caesar (Terry Crewes) partem para uma missão de resgate, arrancando o colega Doc (Wesley Snipes) da prisão onde ele esteve nos últimos oito anos.
Após causar a quantidade tradicional de destruição gratuita, eles partem para Mogadíscio, na Somália, onde foram contratados pela CIA para dar fim a um perigoso traficante de armas chamado Simms.
Ao chegar ao local, Barney e seu grupo descobrem que o tal Simms na verdade é Conrad Stonebanks (Mel Gibson), um dos fundadores do grupo, dado como morto anos antes.
A missão fracassa, um dos membros é gravemente ferido, e Stonebanks escapa.
Temendo pela vida de seus companheiros, Barney dissolve o grupo, mas é coagido pelo agente Drummer (Harrison Ford) a continuar a caçada.
Para isso, ele recorre a Bonaparte (Kelsey Grammer), que o ajuda a montar uma nova equipe de jovens mercenários incluindo o especialista em armas Mars (Victor Ortiz), o hacker Thorn (Glenn Powell), a lutadora Luna (A campeã do UFC Ronda Rousey), e Smilee (Kelan Lutz).
Porém, talvez mesmo a combinação da experiência de Barney com os recursos e a vitalidade de seu novo grupo sejam insuficientes para capturar Stonebanks, um sujeito tão obstinado e perigoso quanto qualquer membro do time original de Ross.
É ruim, mas é bom.
O festival de auto referência (do "get to the choppa de Trench ao "I am the Hague de Ross, passando pelo "evasão fiscal" de Doc ou o fato de Drummer ser um piloto de helicóptero e mencionar que o Church de Willis está "out of the picture", e o background SRRS de Stonebanks...) e não-atuações dos mercenários (reforçado por Snipes, Lutz e Rousey, que têm todo o espectro emocional de um naco de presunto cru) é quebrado pela adição de quatro atores de verdade ao elenco.
Kelsey Grammer, que rouba o espaço que talvez pertencesse a Mickey Rourke com mérito, Harrison Ford, que assume o lugar de Bruce Willis, numa substituição que acrescenta, e, especialmente Antonio Banderas, roubando totalmente a cena com seu mercenário Galgo, o espanhol que não para de falar nunca, se sente mais jovem do que de fato é, e precisa de um serviço porque matar gente é a única coisa que sabe fazer, e é muito bom nisso, além, claro, de Mad Mel Gibson, que interpreta o melhor vilão da franquia até aqui, merecia mais tempo em cena e deveria ter matado mais gente (Todos os jovenzinhos e um ou dois membros originais, talvez?).
É graças a esses quatro, às boas sequências de ação e à assumida comicidade do filme (que ainda tem o retorno de Schwarzenegger como Trench e Jet Li como Yin Yang) que nós podemos perdoar os efeitos especiais com cara de série de TV e o roteiro todo esburacado.
Que venha Os Mercenários 4, mas que sumam com os jovens mercenários e mantenham só os vovôs briguentos. Eles é que têm permissão pra quebrar tudo com zero talento dramático.
"-Quão difícil pode ser matar dez homens?"
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