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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Resenha Cinema: Planeta dos Macacos: O Confronto


Nem sei explicar porque demorei tanto tempo para assistir a Planeta dos Macacos: O Confronto.
O primeiro filme, Planeta dos Macacos - A Origem, foi o meu filme preferido de 2011 ao mostrar a jornada do macaco Caesar (Andy Serkis), de refugo de laboratório e filhote órfão a líder revolucionário e herói dos símios oprimidos pela humanidade.
O excelente longa metragem de Rupert Wyatt mostrava o primeiro passo rumo ao futuro sombrio e terrível encontrado pelo astronauta Taylor no filme original de 1968 com uma história esperta, bacana e bem contada, que terminava com o vírus sintético se espalhando mundo afora, preparando terreno para uma continuação que, esse ano, chegou aos cinemas, e que sábado, eu finalmente fui assistir em tela grande.
Desta vez dirigido por Matt Reeves dos bons Cloverfield e Deixe-me Entrar, Planeta dos Macacos - O Confronto abre mais ou menos de onde seu antecessor se encerrava, com um recorte de notícias da TV mostrando a epidemia do que passa a ser chamado de "gripe símia" se espalhando pelo mundo e consumindo milhões de vidas num processo que dura uma década.
Após essa década vemos que Caesar (novamente Andy Serkis) e seus companheiros do primeiro filme estão bem.
Enquanto a raça humana definhava, os macacos super-inteligentes que se revoltaram anos antes criaram uma sociedade organizada que começa a florescer. Vivendo juntos nas florestas a norte de São Francisco, os macacos caçam, pescam, coletam e aprendem uns com os outros enquanto organizam famílias como a que Caesar, seu óbvio líder, agora tem.
Com sua companheira Cornelia (Judy Greer, que eu achava que teria uma participação maior no filme), ele tem o filho Olhos Azuis (Nick Thurston) e acaba de ser pai novamente.
Enquanto toma decisões ao lado do babuíno Maurice (Karin Konoval) e dos chimpanzés Rocket (Terry Notary) e Koba (Toby Kebbell, substituindo Christopher Gordon, intérprete do macaco repleto de cicatrizes no primeiro longa), Caesar raramente pensa nos humanos, a quem julga extintos.
Essa crença, porém, se prova equivocada quando um grupo de humanos chega aos domínios simiescos em uma expedição engendrada por Malcolm (Jason Clarke) para tentar reativar uma velha usina hidrelétrica e levar energia ao que restou de São Francisco, onde ele lidera um grupo de sobreviventes ao lado de Dreyfus (Gary Oldman).
Após as tensões iniciais, Caesar e Malcolm alcançam uma trégua, mas ela se prova frágil à medida em que a desconfiança e o medo despertam o que há de pior em ambos os lados, ameaçando iniciar uma guerra que pode determinar quem será a espécie dominante da Terra.
É excelente. Tão bom quanto o predecessor, ou talvez melhor.
O roteiro, novamente de Rick Jaffa e Amanda Silver, com a adição de Mark Bomback, se profunda no drama do herói peludo Caesar, agora um líder experiente, chefe de família e de tribo, que se vê dividido entre suas obrigações para com seus semelhantes e seus sentimentos para com os humanos.
Ao contrário dos outros macacos, em especial Koba, o lanhado sobrevivente de abusos infinitos em laboratórios, Caesar foi realmente amado por Will Rodman (James Franco, que aparece em uma cena breve e tocante) e seu pai, Charles, de modo que é capaz de reconhecer um bom homem em Malcolm quando o vê.
É essa disposição em ver o lado bom do inimigo que semeia a desconfiança entre os macacos.
O paralelo é traçado com Malcolm, também um pai de família e um líder de seu povo, que temendo pela segurança de sua esposa Ellie (Keri Russell) e de seu filho Alexander (Kodi Smit-McPhee), tenta garantir a coexistência pacífica entre as duas raças, mas esbarra na obstinação de Dreyfus, a exemplo de Koba um veterano marcado, senão física, emocionalmente, pela doença que varreu a Terra.
Ao escolher colocar heróis e vilões de ambos os lados do conflito, e dar a ambos chances de justificarem suas escolhas, Planeta dos Macacos: O Confronto acerta a mão, criando uma experiência que, a exemplo do primeiro filme, diverte sem abrir mão do cérebro.
Com boas atuações, efeitos especiais assustadores de tão perfeitos (o close final em Caesar é de chorar de tão perfeito) e sequências de ação inspiradíssimas, O Confronto é item obrigatório pra qualquer fã de cinema, e apesar da nota amarga do final, deixa gostinho de quero mais.
Que venha o terceiro Planeta dos Macacos. Estamos esperando ansiosos.

"-Koba luta por macacos!
-Koba luta por Koba."

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