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sábado, 16 de janeiro de 2016
Resenha Cinema: Creed - Nascido para Lutar
Lá se vão quarenta anos, desde 1976, quando fomos apresentados a Rocky Balboa, o boxeador fracassado da Filadélfia que tem a chance de uma vida ao ser convidado para lutar contra o campeão mundial dos pesados Apollo "Doutrinador" Creed (Isso é engraçado. O sobrenome de Apollo, é uma palavra em inglês que significa "credo", ou "doutrina", o que por um equívoco dos tradutores o transformou, nas versões dubladas do longa, em Apollo "Doutrinador", facilmente o melhor apelido que um lutador já recebeu).
De lá pra cá, Rocky subiria aos ringues novamente para enfrentar uma revanche contra Apollo (Carl Weathers), além de Clubber Lang (Mr. T), Ivan Drago (Dolph Lundgren), Tommy Gunn (Tommy Morrison) e Mason Dixon (Antonio Tarver), quando finalmente lutou o último round de sua vida e pendurou as luvas.
Rocky Balboa, filme de 2006 era um fecho digno e mais do que apropriado para a carreira do boxeador mais querido do cinema. Foi por isso que, quando ouvi as primeiras notícias a respeito de Creed, o primeiro pensamento que passou pela minha cabeça foi "caça-niqueis".
A ideia, mostrar o filho de Apollo Creed, seguindo as pegadas do pai com Rocky como treinador não parecia lá muito promissora, e isso vindo de um sujeito que, após Rocky Balboa, disse que gostaria de ver um filme com um Rocky treinador e foi apedrejado no antigo Orkut.
De qualquer forma, o filme aconteceu. O diretor Ryan Coogler e seu co-roteirista Aaron Covington criaram, juntos, a história de Adonis Johnson (Michael B. Jordan).
Estamos em 1998.
Adonis é um jovem problemático e briguento que, após a morte da mãe, passa por orfanatos e famílias adotivas sem parar em parte alguma devido ao seu temperamento.
Eventualmente, Adonis é encontrado por Mary Anne Creed (Philicia Rashad), que lhe conta que, a despeito do que ele imaginava, ele tem um pai.
Adonis é filho de Apollo Creed, que morreu antes do nascimento do rapaz. Mary Ann adota o menino, e o leva pra casa.
Corta para o presente.
Em Tijuana, no México, Adonis se prepara para enfrentar um boxeador. Ele vence a luta com certa facilidade, e coleta a premiação. Doze horas mais tarde, ele está em Los Angeles, de paletó e gravata, em seu emprego numa companhia que acaba de lhe oferecer uma promoção. E se demite.
Adonis cede ao desejo de seguir os passos do pai, o que pode ser particularmente difícil quando se cresceu cercado de privilégios e se anda à sombra de Apollo. Incapaz de encontrar um treinador em Los Angeles, Adonis parte, à revelia da vontade de Mary Anne, para a Filadélfia.
Lá, ele procura por Rocky Balboa (Stallone, vencedor do Globo de Ouro), e lhe pede que o Garanhão Italiano seja seu treinador.
Rocky recusa. Mas Adonis persiste. Ele aluga um apartamento e passa a treinar no antigo ginásio de Mickey Goldmill, sob a supervisão algo distante de Pete Sporino (Ritchie Coster).
Adonis continua treinando, continua assediando Rocky para que o treine, e eventualmente conhece sua vizinha do andar de baixo, Bianca (Tessa Thompson). Uma jovem cantora que sofre de uma doença degenerativa que a faz gradualmente perder a audição.
Eventualmente, Adonis vence a resistência de Rocky, e conforme o velho boxeador se torna o mentor do jovem, surge uma oportunidade para enfrentar o campeão mundial "Pretty" Ricky Conlan (o boxeador de verdade Tony Bellew).
Creed - Nascido para Lutar é extremamente eficiente ao revisitar a cartilha da série Rocky usando os expedientes obrigatórios de sua mitologia enquanto brinca com distorções daqui e dali.
Se o alicerce do longa é o mesmo do filme de 76 (e, praticamente de todas as sequências), Coogler e Covington sucedem em acrescentar elementos que o diferenciem o suficiente para que ele se sustente sozinho.
Ao invés do proletário pobretão que vê no boxe sua única saída, e que não encontra respeito em parte alguma exceto no ringue, temos um jovem privilegiado que poderia ser respeitável, mas precisa, em seu íntimo, do respeito do ringue, que ele ainda não fez por merecer, e sua busca por ele.
O diretor e o roteirista sabem que história desejam contar, e contam com um ótimo Michael B. Jordan, uma doce Tessa Thompson, uma enérgica Philicia Rashad, e, acreditem, um soberbo Sylvester Stallone.
Sob a direção de Coogler, o astro de Os Mercenários mostra que mesmo com a cara paralisada de tanta cirurgia plástica, ainda tem cartuchos pra queimar.
Creed acerta a mão tanto na hora de fazer comédia brincando com a tradicional faceta simplória de Rocky (a cena da nuvem é muito engraçada). Seja encarnando o tiozão italiano que acorda dançando às cinco da madrugada, seja na hora de fazer drama (a cena em que ele recebe uma má notícia, e reage a ela lentamente tirando seu chapéu, ou o discurso subsequente que ele faz, onde, naturalmente, sem arroubos, seus olhos transbordam enquanto ele dimensiona perdas, são lindas.), o filme funciona. E eu, que cresci assistindo aos outros seis filmes da série Rocky, pela primeira vez derramei lágrimas junto com o filho preferido da Filadélfia.
Muito da grande atuação de Sly se deve, claro, a Ryan Coogler.
O diretor de Fruitvale Station sabe montar uma cena, construir uma atmosfera, e dirigir seu elenco.
Suas cenas são bem filmadas, deixando os atores frente a frente, fazendo a audiência se sentir, de fato, bisbilhotando uma conversa alheia. Isso fica claro nas cenas envolvendo Donnie (como Adonis se apresenta) e Bianca. Repletas de uma qualidade casta e doce tremendamente honesta.
Na hora do arroubo, porém, o diretor não se esconde. Suas lutas frequentemente são precedidas por telas congeladas onde o cartel dos competidores surge escrito na tela, e quando o pau canta, a câmera está dentro do ringue, por vezes tão próxima da ação, que perdemos os lutadores em uma esquiva mais exaltada, e onde socos deixam cortes instantâneos que imediatamente começam a sangrar.
Até mesmo as (obrigatórias) montagens de treinamento são mais divertidas sob a ótica de Coogler, que dá a Adonis Creed tanto sua cena da corrida pelas ruas de south Philly, aqui ganhando seu próprio arranjo em Gonna Fly Now enquanto a câmera se torna progressivamente mais lenta e Adonis corre cercado por motocicletas sob o sorriso de Rocky em uma janela próxima (sacou o lance da construção de cenas?) quanto a cena da subida das escadarias do museu da Filadélfia, transformado em outro momento intimista de trazer lágrimas aos olhos.
Assinando uma linda e assumida carta de amor à série Rocky, Ryan Coogler, Michael B. Jordan e Sylvester Stallone mostram que mesmo a mais batida e re-re-repetida das imagens pode ganhar uma nova roupagem, e ainda emocionar.
Creed - Nascido para Lutar, é um filme empolgante, divertido, emocionante e lindo, e merece a deferência da visita ao cinema.
Obrigatório para fãs da série e de bons filmes.
"Um passo, um soco, um round por vez."
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Eu acho que foi muito sábio para pegar a história do legado da Apollo, acho que é maravilhoso, filmes Rocky Balboa são divertidos e deixar uma mensagem, eu cresci com eles, tem um dos melhores discursos que eu vi, muito reconhecimento de tudo uma história de sucesso, ganhou, fala-aperfeiçoamento, o conhecimento de nós, os sonhos que podemos alcançar, acho que em Creed nascido para lutar o drama é bem dosado com uma história de amor que experiente muito bem ver o Sr. Stallone é a alma da sequela é uma jóia, eu estava à beira das lágrimas de tanta nostalgia, são tiros espectaculares lutas é uma garantia.
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