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quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Resenha Série: Demolidor, temporada 3, episódio 3: No Good Deed
Atenção! Spoilers a seguir.
E as coisas começaram a andar.
Após o atentado à sua vida, Wilson Fisk, o Rei do Crime, finalmente chegou à confortável cobertura que se tornará sua prisão domiciliar à custa da vida de cinco agentes do FBI. Enquanto ele digere o fato de quase ter morrido e bate cabeça a respeito da segurança de Vanessa, provável alvo secundário dos albaneses, a notícia de seu acordo e de seu novo encarceramento chegam ao público em geral, especificamente a Karen, Foggy e, claro, Matt.
Enquanto Karen ignora as ordens de Ellison (Geoffrey Cantor) para se manter longe de Fisk e começa a tentar descobrir o que há por trás do acordo do Rei com o FBI, especificamente, com o agente Nadeem, Foggy vai atrás do promotor de justiça para tentar convencê-lo a não aceitar que um notório formador de quadrilha, traficante, terrorista e homicida não seja agradado pelo Estado com um belo duplex para cumprir sua pena.
É bom ver Foggy e Karen fazendo mais do que remoer a mágoa pela morte de Matt. Vê-los em posição mais ativa na luta contra o vilão garante que a trama irá andar com todos os personagens ao mesmo tempo, o que é sempre uma coisa boa, especialmente após Matt se revelar a Foggy.
Claro, é essa versão quase inumana de Matt. Mais Demônio do que gente e incapaz de digerir que, enquanto ele, que quebrou ossos e derramou sangue (seus e de outros) para proteger os inocentes quase morreu e ficou inválido perdendo tudo o que tinha, Fisk, um notório assassino pérfido, é premiado com uma estada bancada pelo governo em um hotel cinco estrelas.
Matt sai no encalço de Fisk para descobrir que ele, de fato, está sob proteção do FBI, o que denota um acordo.
Aqui, cabe dizer que o monólgo interno de Matt com Fisk é algo estranho...
Não me entenda errado, eu adoro qualquer oportunidade de ver Charlie Cox e Vincent D'onofrio interagindo, e o detalhe do Fisk imaginário usar o paletó branco e estar algo desfocado, é tudo muito bacana. Mas é estranho Matt ter um Fisk fantasmagórico soprando em seu ouvido quando o Fisk real está alguns andares acima... É meio fora de lugar. Especialmente após o mesmo expediente ter sido utilizado em Batman Arkham Knight e repetido no melhor episódio da segunda temporada de Jessica Jones.
Seja como for, a conversa entre Matt e o Fisk imaginário deixa claro que, à essa altura do campeonato, o diabo da guarda está em uma posição onde ele não é mais tão rígido no tocante à regra de não matar...
Ele ainda não chegou ao patamar de Frank Castle, mas também não é inimaginável que, sob a quantidade certa de pressão, ele não seja capaz de esmigalhar a cabeça de alguém. Especialmente de Fisk, conforme fica claro na cena onde ele interroga Donovan (o Johnnie Cochran do universo Marvel/Netflix) e arrebenta um pelotão de agentes do FBI de pancadas. Claro, Matt não quer matar ninguém ali, mas a surra que ele dá nos agentes, especialmente no último... Bem, digamos que esse é um Demolidor perigosamente próximo de cruzar a linha, e ainda que a rotina "cuidado para não se tornar um monstro" onde o herói duvida de si e tenta se apartar da humanidade por ser incapaz de garantir a segurança daqueles que o rodeiam esteja muito longe de ser original, Matt Murdock é um personagem que se presta dolorosamente bem ao papel.
E, do lado dos vilões, se no episódio passado nos perguntávamos como o dedicado agente do FBI Ben Poindexter poderia se tornar um capanga do Rei, especialmente ficando claro, nesse episódio, que ele despreza o vilão tanto quanto qualquer outro agente do FBI. A questão é que, nesse episódio, também fica claro que Poindexter é completamente louco.
A despeito de sua sólida carreira no FBI, o agente especial é obviamente desequilibrado, e além de ter um dedo de gatilho nervoso, também mantém uma relação obsessiva e unilateral com uma moça que não parece fazer nem ideia de que é alvo de suas afeições.
Enquanto isso, o agente Nadeem segue ganhando um espaço que, até agora, é injustificado. A série parece querer que nos preocupemos com ele tanto quanto com Matt, Foggy e Karen, mas até aqui ele não fez nada para justificar essa preocupação.
O terceiro episódio da temporada colocou as engrenagens da trama em movimento.
Fisk realmente se preocupa com Vanessa, mas será possível que o que todos os heróis da trama pensam, que Fisk está planejando algo maior, possa estar errado? Com Karen e Foggy dispostos a se mexer, parece que Matt, não importa o quanto deseje, não estará sozinho na guerra contra o Rei, que já inicia seus movimentos para trazer Poindexter para seu lado.
"Isso. Deixe o Demônio sair!"
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