Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
Pesquisar este blog
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Resenha Série: Demolidor, temporada 3, episódio 4: Blindsided
Nos episódios passados dessa terceira temporada de Demolidor, nós havíamos visto o lado mais frágil e humano de Wilson Fisk.
Ele foi apunhalado na prisão, esteve prestes a morrer nas mãos dos albaneses, demonstrou ficar realmente abalado pela falta de informações a respeito do paradeiro de Vanessa... Em diversos momentos dos três primeiros capítulos da temporada, nós vimos esses elementos de humanidade e falibilidade que tornam o Rei do Crime de Vincent D'Onofrio tão único.
No quarto capítulo, Blindsided, as coisas mudam de figura.
A partir da cena de abertura, quando Fisk já está de pé e preparado para a revista "surpresa" dos agentes do FBI que o vigiam, passando pelo olhar que ele lança sobre Poindexter do alto da escada, até todas as descobertas que Matt e Karen fazem ao longo do episódio fica claro, há apenas um titereiro nessa história, é Fisk é o homem puxando os cordões.
Fisk está tocando o FBI como se fosse um violinista dando um concerto. Usando empresas de fachada ele se mantém tão rico quanto antes de ser preso, consegue driblar a vigilância sobre si e fazer ligações telefônicas, receber imagens das câmeras de segurança da penitenciária de onde saiu e até tramar assassinatos.
Se o alvo de Fisk na penitenciária era de fato Matt, ou Foggy, cuja identificação nosso herói havia usado para acessar a prisão, não fica claro, o que fica claro é que Blindsided nos presenteia com mais uma das assinatura da série: A sequência sem cortes.
Veja, a espetacular cena do corredor na primeira temporada, seguida pela ainda mais espetacular sequência com os Cães do Inferno na segunda temporada ganhou mais uma companheira.
Durante sua visita à penitenciária para tentar descobrir qual é a jogada de Fisk dedurando os albaneses, Matt se vê como alvo de uma tentativa de assassinato que se torna uma rebelião em massa com direito a bombas de fumaça, detentos esfaqueando guardas e até uma longa conversa entre o protagonista e o chefão da máfia albanesa Vic (James Biberi), tudo em uma única tomada que vai da enfermaria ao pátio durante dez minutos.
Por mais que a cena de luta da primeira temporada ainda seja a minha favorita, é difícil não reconhecer o tamanho da realização técnica dessa tomada por mais que possam haver alguns remendos digitais durante a coisa toda.
Enquanto isso, Foggy revela a Karen que Matt ainda está vivo, mas ela não está disposta a esperar ele cair em si e resolve seguir o dinheiro na tentativa de saber o que Fisk está aprontando, isso a leva a dois nomes, o do banco Red Lion que Fisk está usando para esconder o dinheiro que investiu em empresas de fachada, e de Felix Manning.
Foggy, por sua vez, também parte para a ação, mas o faz, seguindo o conselho de Marci (Amy Rutberg), concorrendo ao cargo de promotor do distrito usando o encarceramento de Fisk como bandeira e o voto de policiais como o detetive Mahoney (Royce Johnson) como porta de entrada no pleito.
Como se tudo isso não fosse suficiente, Fisk segue trabalhando para vencer o desprezo de Poindexter e trazê-lo para seu lado.
Ele testemunha em favor do agente quando o relatório da balística não confere com o relato do atirador, e volta a elogiar a excepcionalidade das habilidades de Pindexter, paulatinamente entrando na mente perturbada do homem da lei.
Falando em homens da lei, Nadeem segue ganhando bastante espaço na trama. Seus segmentos têm uma cara danada de filler, e a insistência com o personagem, até aqui, me leva a duas possibilidades, ou Nadeem é um cúmplice de Fisk, e o facilitador de todas as manobras do vilão, ou ele é realmente honesto e honrado, e será a grande vítima dessa guerra no final da temporada. Confesso que a primeira alternativa me parece meio preguiçosa e a segunda meio covarde, criar um personagem para morrer e garantir a segurança dos coadjuvantes regulares é um expediente bem sacana, mas não vamos julgar ainda, porque, seja como for, Demolidor segue com alta qualidade, e a cada episódio se cimenta como a melhor série Marvel/Netflix, e o melhor seriado de super-herói já feito.
"Para um homem cego, tem ótimos reflexos, senhor Murdock."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário