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segunda-feira, 2 de março de 2020

Resenha Série: Better Call Saul, temporada 5, episódio 2: 50% Off


Better Call Saul começou sua quinta temporada com grandes promessas em Magic Man, promessas que o programa segue fazendo, e cumprindo, em seu segundo episódio, disponibilizado pela Netflix no dia seguinte ao lançamento da premiére, ao manter o crescendo da história enquanto fazia uma interessante lembrança tanto da primeira temporada da série quanto do Saul Goodman que conhecemos em Breaking Bad.
O esforço promocional de Jimmy, digo, Saul, no episódio passado se mostrou surpreendentemente popular entre a bandidagem rasteira de Albuquerque. No início do capítulo nós inclusive temos a oportunidade de seguir dois desses imbecis por uma noite típica quando eles fazem todo o tipo de idiotice, incluindo alguns crimes não-violentos, para sustentar seu vício numa estilosa e divertida montagem.
Quem não está no ramo de crimes não-violentos é Gustavo Fring.
O proprietário da Los Pollos Hermanos obviamente não gostou de se ver sob o escrutínio de Lalo Salamanca no capítulo anterior, e sua resposta respinga com força no pobre Nacho. Arrancado de sua cama no meio da noite pelos capangas de Gus, ele recebe uma ameaça tão clara quanto apavorante, e uma missão: Ganhar a confiança de Lalo, custe o que custar.
É testemunho do brilhantismo da escrita de Better Call Saul e do talento de Michael Mando que Nacho guarde, a despeito de ser um traficante de drogas intermediário no meio da engrenagem do comércio de narcóticos do Novo México, dignidade e humanidade o suficiente para que nós nos preocupemos com ele o suficiente para nos apiedar de sua situação no pingue-pongue criminal entre Fring e os Salamanca e ficar na ponta da cadeira quando ele resolve arriscar o próprio pescoço para agradar a gregos e troianos no meio do capítulo.
Ao mesmo tempo, Jimmy e Kim continuam sapateando ao redor de seu relacionamento.
Kim se ressente do fato de os métodos de Jimmy/Saul serem eficazes o suficiente para fazê-la cruzar seus próprios limites morais não apenas com o sistema, mas também com seus próprios clientes, como Bobby, o cretino do episódio anterior. Jimmy, por sua vez, sabe que ela está frustrada, mas parece não entender ao certo por que, ainda assim, ele consegue cavar um buraco no silêncio da namorada ao levá-la para visitar uma casa à venda onde, após um pouco de otimismo, Kim se abre a respeito do que a preocupa.
Jim, no entanto, parece não perceber o quão delicada é sua situação com Kim, agora. Talvez porque, nas temporadas anteriores, eles já tenham estado nesse estágio e ela sistematicamente vem ficando ao lado dele vez após outra, e uma das razões talvez seja exatamente o fato de Jimmy não estar propositalmente testando os limites do relacionamento, de fato, a visita à casa parece funcionar, ao menos como paliativo, para a situação do casal.
Menos cândido na abordagem de suas aflições é Mike.
Após ser colocado no banco de reservas por Gus, ele aceita tomar conta de Kaylee em um momento onde ele obviamente não deveria estar lidando com nenhum tipo de ser humano, crianças em especial. Apesar de se esforçar para ser carinhoso com a neta, ele eventualmente explode, e o resultado não é bonito. Mike parece saber que, após a morte de Werner, ele não pode se dar ao luxo de afastar sua neta, mas, tomado pelo luto, ele não está em posição de agir racionalmente, e o preço que ele vai pagar pelo que aconteceu após ele levar o engenheiro para o deserto ainda está por ser visto.
Pra fechar a conta, após operar um tremendo esquema para adiantar todos os processos possíveis após pegar todos os casos que chegaram até ele, Jimmy está saindo do tribunal em modo Saul Goodman total, com direito a fone bluetooth e tudo, quando seu caminho volta a se cruzar com o dos Salamancas na forma de Nacho, que precisa de um advogado após a prisão de Krazy 8. O retorno de Jimmy, agora na pele de Saul, ao convívio dos cartéis é um tremendo déjà vu e uma promessa: Essa temporada irá pegar pesado no quesito tensão.

"Que tal um desconto especial?"

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