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terça-feira, 31 de março de 2020

Resenha Série: Better Call Saul, Temporada 5, Episódio 7: JMM


A proposta bombástica de Kim no episódio passado de Better Call Saul havia ficado sem resposta, mas a primeira cena de JMM acaba com o suspense. Jimmy não estava pronto para deixar Kim e ficar apenas com os bons momentos que eles viveram juntos. Ele escolheu a alternativa.
O sétimo episódio da temporada começa com Jimmy e Kim preparando-se para assinar a papelada e oficializar o casamento qje, eles planejam, os colocará em um caminho de honestidade absoluta, protegida pelo cobertor da segurança jurídica que só o matrimônio pode oferecer.
O problema é que, de imediato, esse plano encara um obstáculo monumental:
A prisão de Jorge de Guzmán, também conhecido como Lalo Salamanca.
Lalo não apenas segue controlando sua organização criminosa de dentro da penitenciária (através de Ignazio), mas também não está disposto a permanecer enjaulado, e, para lutar em seu fronte no campo de batalha legal, ele convoca Saul Goodman.
Lalo demanda ser solto sob fiança, e garante a Saul que, se o advogado conseguir realizar essa magia legal, ele tem chance de se tornar um "amigo do cartel".
E se, por um lado, ainda há Jimmy McGill o suficiente em Saul Goodman para que ele sinta sua consciência pesar sob as lágrimas da família da vítima de Lalo, por outro, ele se vê a um passo de cair nas graças de um homem capaz de levantar uma fortuna para pagar uma fiança, e de todo o prestígio e dinheiro que esse tipo de conexão é capaz de angariar para um advogado disposto a exercitar com vigor o vácuo moral exigido pela profissão.
E ainda que o relacionamento entre Jimmy e Kim seja capaz de perder a balança para o lado, senão dá retidão, da razão, a verdade é que Jimmy claramente permanece ressentido dos olhares de superioridade que recebeu durante toda a sua vida... Isso fica claro na maneira como ele explode na cara de Howard durante um encontro casual no tribunal.
Falando em explodir, Lalo, sabendo ou não que seu infortúnio teve o dedo de Gus, segue com o dono da Los Pollos Hermanos em sua alça de mira, e do conforto de sua cela, segue mexendo os pauzinhos para sabotar os negócio de Fring, e no meio desse cabo de guerra está Nacho.
Se ele chegou a pensar que a prisão de Lalo era seu passaporte para sair da coisa toda levando seu pai a tiracolo, Mike deixa claro que, se Salamanca continua operando de dentro da prisão, então a guerra continua.
Mike, por sinal, parece ter encontrado seu lugar no mundo.
Ele lê O Pequeno Príncipe para sua neta dormir, ajuda sua nora a lavar a louça e chega a sorrir lembrando da infância de Mattie. Mike está, de fato, disposto a jogar o jogo que se apresenta com as cartas que tem, mesmo que uma dessas cartas seja um certo advogado escamoso de Albuquerque para ajudar Gustavo Fring no conflito.
Gus, por sua vez, esteve em Houston enquanto Lalo tramava contra ele, participando de uma reunião do império do fast food da Madrigal onde cada um dos ramos da companhia apresentava seus relatórios de desempenho Lara o cabeça da companhia, Peter Schuler (Norber Weissler, retornando ao papel) que está menos interessado nas batatas fritas em espiral com o sabor do sudoeste do que no impacto que a querela de Gus terá sobre o super laboratório secreto e na sua própria saúde. Após ser acalmado por Gus e Lydia (Laura Fazer, de volta, também), Peter sossega, enquanto Gus decide, novamente, jogar no longo prazo, e fazer um sacrifício.
O que mais salta aos olhos em toda essa situação é que se Jimmy vai de fato mergulhar de cabeça nesse lado do submundo do crime, e quem viu Breaking Bad sabe que eventualmente ele o faz, é o tamanho do risco em que ele está colocando Kim (sim, eu continuo preocupado com a Kim...). Se Mike pode simplesmente aparecer na porta do apartamento dela, o que impede Gus, Lalo ou Krazy Eight de fazer o mesmo?
Embora ela, relativamente alheia ao risco que corre por seu relacionamento com Saul, tenha tido uma saborosa vitória pessoal nesse episódio...
Vamos ver como as coisas vão se desenrolar na sequência, conforme os desdobramentos da guerra fria entre Gus e os Salamanca se seguirem, aparentemente, com Saul Goodman desempenhando um papel mais ativo na contenda.
Eu francamente não sei o que os escritores de Better Call Saul comem, mas é uma pena que mais roteiristas não mantenham uma dieta semelhante. O trabalho desses sujeitos semana após semana parece alcançar um novo nível de excelência, uma regularidade que nenhuma outra série chega perto de ter.
Por hora, vamos aproveitar o momento, e ver o canal protagonista curtir sua vida de recém casados enquanto os negócio de Saul Goodman não infectam tudo...

"Eu navego em mundos que você nem imagina! Você não pode conceber o que eu sou capaz de fazer! Eu estou muito à frente de você! Eu sou um deus em roupas humanas! Relâmpagos disparados das pontas dos meus dedos!"

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