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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Resenha Cinema: Os Fantasmas de Scrooge
Ontem fiz minha segunda incursão ao mundo do cinema 3-D, depois do (Excelente, genial.) UP - Altas Aventuras decidi encarar o novo filme do diretor Robert Zemeckis e sua mania (Com a qual continuo não me sentindo á vontade.) de filmes rodados com captura de performance, aquele proceso meio vergonhoso em que os atores realizam as suas cenas em uma grande sala azul vestidos com macacões colantes cheios de bolinhas que servem de sensores e, posteriormente, camadas e mais camadas de pixels são colocadas em cima dessa atuação, criando a iluminação, os cenários as roupas e até a aparência dos personagens (O processo transformou, por exemplo, o rechonchudo Ray Winstone em um guerreiro nórdico de físico perfeito em A Lenda de Beowulf.).
Fui ver Os Fantasmas de Scrooge, última adaptação de Um Conto de Natal de Charles Dickens, do qual gosto bastante e já havia visto em tantas releituras (Como Os Fantasmas Contra-Atacam com Bill Murray, e Minhas Adoráveis Ex-Namoradas com Matthew McConaughey, com os Muppets, com Mickey Mouse...) que chegava á me sentir mal por Dickens, então, quando assisti um daqueles programinhas Hollywood One on One e vi as entrevistas de Zemeckis dizendo que queria que o filme fosse o mais fiel possível á obra original, resolvi assistir, também por que sou um fã confesso de Jim Carrey e Gary Oldman, que interpretam os personagens centrais do filme, respectivamente Ebenezer Scrooge (E os fantasmas do título) e Bob Cratchit ( seu filho, Tim, e o fantasma do sócio de Scrooge, Jacob Marley).
Chegando ao cinema, duas constatações.
Primeira: A tecnologia 3-D está atraindo mais e mais público ao cinema, a sala estava lotada.
Segunda: As pessoas desconhecem tanto a obra de Dickens quanto o processo de Captura de Performance de Zemeckis (Que não é exatamente animação.). A sala estava apinhada de crianças pequenininhas, de quatro, cinco anos de idade, longe de formarem o público ideal pra sombria fábula de Ebenezer e sua véspera de natal repleta de melancolia e até de terror, não foram poucos os choros infantis após a aparição do primeiro fantasma á visitar Scrooge, o espectro de seu falecido sócio, bastante gráfico, enfurecido e enrolado em correntes, nem os risos desconfortáveis dos pais, tentando tornar a experiência menos traumática para os pequerruchos.
Tirando esse pequeno contratempo (Quem gosta, afinal, de ver um filme com crianças choramingando ao fundo?), causado também pelos jornais, que categorizam o filme como "animação", e pelo fato de fitas em 3-D só chegarem dublados ao Brasil, consegui assistir com prazer ao filme, vamos á ele.
De fato, Os Fantasmas de Scrooge é a mais fiel adaptação da obra de Dickens, os elementos mais surreais do livro estão presentes no filme com fidelidade, aproveitando toda a tecnologia á disposição do cinema de hoje, mas mais importante do que isso é que ali está a essência de Ebenezer, um autêntico "self made man" que virou suas costas para todo o sentimentalismo em sua busca por prosperidade, satisfeito com sua mesquinharia e com sua vida solitária até ser confrontado, na véspera do natal, por sua própria consciência na forma dos espíritos dos natais passados, do natal presente e dos natais futuros, e levado em uma viagem onde vislumbra tudo aquilo que perdeu, o modo como todos o veem e como será seu fim se seguir na toada em que se encontra, traçando um paralelo com seu empregado, Robert Cratchit, pobre, mal pago, cheio de filhos, mas alegre, e terno. É uma história batida, mas, ei, é a história original, afinal de contas, ela se tornou batida por que todo mundo deu a "sua interpretação" dela, além disso é cheia de emoção, e, pros mais engajados, até crítica social.
Jim Carrey dá show no papel de Ebenezer em várias fases da vida e dos fantasmas que o assombram, a captura de performance melhorou com relação ao A Lenda de Beowulf, de modo que os atores digitalizados parecem mais críveis (Apesar das feições caricatas.) e menos com bonecos de cera, além disso, ver filmes em 3-D é sempre bacana, o ponto baixo é o fato do filme ser lançado por aqui em 3-D apenas com cópias dubladas, impossibilitando a audiência de acompanhar, em todos os detalhes, a interpretação dos atores em papéis múltiplos, embora a dublagem seja competente.
Enfim, apesar de a Disney (por aqui representada pela Buena Vista, eu acho.) ter mandado o timing lá pra casa do Capita lançando o filme mais de um mês antes do natal (Os shoppings mal começaram a colocar suas decorações natalinas!), Os Fantasmas de Scrooge agrada e agrada bastante, especialmente áqueles que, como eu, adoram o natal.
"Embuste."
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