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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Resenha Cinema: Cisne Negro


Todo mundo é meio fã de Darren Aronofsky. Não tem como olhar os filmes do sujeito e não pensar em o quão ótimos eles são. Até os filmes de menor expressão, ou onde ele não acerou a mão, valem uma conferida, como Árvore da Vida, por exemplo. O que dizer então de filmaços como Pi, Réquiem Para Um Sonho e O Lutador? Tremendos longas que exploraram facetas obscuras da alma humana em shows claustrofóbicos e perturbadores. Esse é o terreno de Aronofsky. É onde ele trafega com mais habilidade, é onde ele se diverte e se sente á vontade, e é onde se desenrola a trama de Cisne Negro.
Trama essa em que conhecemos Nina (Natalie Portman, perfeita.), uma doce e delicada bailarina de uma companhia de dança de Nova York que tenta conseguir o papel principal em uma releitura de O Lago dos Cisnes, o que pode ser seu grande momento.
Com muito esforço ela obtém o papel de seu diretor Thomas (Vincent Cassel, maneiro e meio canastra), que vê nela potencial de sobra para interpretar o cândido cisne branco, mas que não tem certeza se ela tem as qualidades para encarnar o sedutor e perverso cisne negro.
Pressionada por Thomas, pela mãe super-protetora (Barbara Hershey, bem convincente), pela antiga dona de seu papel (Winona Ryder, em ponta), e pela chegada de uma bailarina rival (Mila Kunis), Nina começa a vergar sob a pressão das cobranças, e embarca em uma sombria jornada de auto-descoberta enquanto tenta descobrir se possui, de fato, o que é necessário para se tornar a estrela da peça.
É a deixa para Aronofsky nos empurrar atrás de Nina, e nos deixar na ponta da cadeira enquanto usa o drama da bailarina pra ilustrar sua história de até onde o ser humano está disposto a ir em busca de seus objetivos com tintas de filme de terror e suspense dos bons.
Não é um caminho tranquilo, e Aronofsky usa um tremendo arsenal de truques visuais para tornar a trama mais e mais claustrofóbica e perturbadora, arrancando de Natalie Portman a melhor performance de sua carreira e entregando um filme que se perfila ao lado do melhor de sua produção, e merece todas as premiações que recebeu até aqui e as que ainda deve receber.

"Eu só queria ser perfeita..."

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