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domingo, 13 de fevereiro de 2011
Resenha Cinema: O Vencedor
Quando a gente vê o trailer de O Vencedor estala a língua no céu da boca e pensa "Ah, que ótimo, mais um filhote de Rocky.", e não há nada de errado em se pensar isso, afinal, ali está a história do boxeador trampolim que aposta no coração, no esforço e na superação para se tornar um campeão de verdade, o típico filme dramático-esportivo ao qual nos acostumamos durante anos de cinema. É assim, com essa expectativa que sentamos no cineplex mais próximo se tudo o que soubermos sobre o filme se resumir ao trailer. Se for o caso, podemos sair decepcionados, pois O Vencedor não é, exatamente, o drama esportivo de sempre. Se há ali a trajetória de Micky Ward(Mark Wahlberg) tentando superar suas limitações e se tornar campeão dos meio-médios, se essa é a história carregada dos clichês de sempre, se parece que o que irá salvar o filme será a gracinha Amy Adams falando palavrão e usando pouca-roupa, se Mark Wahlberg não consegue mostrar três expressões diferentes durante toda a projeção, isso é o de menos.
É o de menos por que a história que realmente interessa em O Vencedor, é a da família de Ward, em especial sua mãe controladora, Alice Ward (Melissa Leo, genial), e de seu irmão, Dickie Ecklund (Christian Bale, um monstro), ex-pugilista iciado em drogas que treina o irmão enquanto roda um documentário sobre a sua vida.
A Alice de Melissa Leo é uma personagem asquerosa. É o típico lixo branco norte-americano do qual sentimos vergonha alheia e a quem culpamos pelos dois mandatos de George W. Bush, controladora, manipuladora, afetada e pretenciosa, ainda assim a interpretação de Leo é tão sensacional que não conseguimos deixar de ansiar para vê-la na tela por mais algum tempo, é a personagem que adoramos detestar, e que é perfeita até a raíz dos cabelos descoloridos.
O Dickie Ecklund de Bale poderia ser um persongem fácil, daqueles que tem até em dramalhão feito direto para a TV, mas nas mãos do Batman, ele ganha uma aura de grandeza auto-destrutiva de quem está indo pro buraco, mas ainda guarda a majestade de tempos idos, que se mantém esperançoso com relação ao futuro por que teve um passado brilhantes. não importa quão negro seja o presente.
No final das contas, O Vencedor é sobre aceitar os defeitos de quem amamos, e encontrar nossa própria voz, o recado é dado com competência pela trupe do diretor David O. Russell, que sabe dosar as tintas no drama fácil, e centra fogo no que realmente interessa enquanto deixa os grandes atores como Bale e Leo trabalharem e Mark Wahlberg ser confuso e irritado à vontade com seu abdôme perfeito.
Ah, um medidor de talento ótimo é a sequência durante os créditos, em que os verdadeiros Ward e Ecklund aparecem lado a lado. Ali se vê o quanto Christian Bale virou Dickie, e o quanto Wahlberg foi.. Bom... Wahlberg.
"Sou eu quem vai lutar. Não você, não você e não você."
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