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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Resenha Cinema: Scott Pilgrim Contra o Mundo
Eu tinha vontade de assistir Scott Pilgrim desde que soube que haveria o filme. Não que eu seja um tremendo fã dos gibis de Bryan Lee O'malley, não. Primeiro por que eles só foram publicados aqui no Brasil no final do ano passado, segundo por que eu sou fã de gibi mainstream, Homem-Aranha, X-Men, Calvin & Haroldo, Mafalda, não sou descolado o bastante pra gostar de quadrinho underground.
Nem um pouco.
O que me levou a querer ver Scott Pilgrim, foi o nome do diretor, Edgar Wright, que fez, ao lado de Simon Pegg e Nick Frost, duas das comédias britânicas mais divertidas e bem sacadas dos últimos anos, os geniais Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead) e Chumbo Grosso (Hot Fuzz, Eu ainda mato o desgraçado que traduz os nomes dos filmes pro mercado brasileiro...).
Foi pensando nisso que tive vontade de ver o filme.
E a minha expectativa só crescia conforme o longa estrelado pelo Michael Cera virava hit em festivais ao redor do mundo, sendo, inclusive, ovacionado na San Diego Comic-Con, a Meca do entretenimento nerd.
Porém, a despeito do hype, dos elogios e de todo o barulho, a produção não foi bem de bilheteria. Ficou um tempinho em cartaz no centro do país, e eu já havia perdido as esperanças de ver o filme em tela grande, e me conformado em assistí-lo em DVD ou Blu-Ray daqui a alguns meses.
Até que, na semana passada, Scott Pilgrim silenciosamente desembarcou numa daquelas salas de cinema alternativas de Porto, e eu pude, ontem, assistir ao filme.
Já nos primeiros minutos de projeção é fácil ver por que o filme foi tão elogiado.
De cara o logo da Universal aparece com imagem e música que remontam a jogos de video game de 16 bits.
Corta e entra o tema de Zelda - A Link to the Past enquanto a história é situada no distante reino de... Toronto, no Canadá.
Genial.
Conhecemos então Scott Pilgrim(Cera), jovem comum, baixista da banda Sexy Bob-Omb, que se recupera de um fora devastador saindo com uma menina do ensino médio, a fofura Knives Chau (Ellen Wong), ele é, porém, um rapaz volúvel, e, assim que conhece a enigmática Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), se apaixona.
Scott acaba sendo correspondido, entretanto, para ganhar o coração da guria dos seus sonhos, ele deve superar em combate os sete ex-namorados malignos da moça.
Começa aí a montanha russa de referências de Scott Pilgrim, que flerta descaradamente com video games (Tem até uma "barra de mijo", quando o personagem quer ir ao banheiro), quadrinhos (com onomatopéias e recordatórios pulando por todo o lado), e animes (A estética dos combates de Scott é uma versão live-Action das lutinhas de todos os desenhos japoneses desde sempre).
É maneiro, é, mas não seria, sozinho, motivo pra todo o falatórios e os elogios que Scott Pilgrim recebeu. O bacana em Scott Pilgrim é que mesmo em meio a toda a histeria e afetação de inúmeras partes do longa, ele ainda é uma história sobre Scott, e a hora da verdade, em que o jovem precisa deixar de agir como adolescente e aceitar as responsabilidades por seus atos como um adulto.
Os coadjuvantes (ótimos, com destaque para o colega de quarto gay Wallace, de Kieran Culkin) que surgem em toda a parte, por exemplo, não são meros acessórios, mesmo aqueles que passam quase despercebidos pela tela tem algo importante a acrescentar à jornada de Scott em busca do coração de Ramona e em sua luta contra os sete ex-namorados malignos, todos divertidíssimos com destaque para Todd Ingram, o vegan-louro-burro de Brandon Routh.
Talvez Scott Pilgrim tenha ido mal nas bilheterias por não ser um filme fácil, um filme com o qual todos podem se identificar, a estética dele é de fato, meio hermética, inacessível à pessoas que não leram gibis ou jogaram super-NES, mas no fundo, trata-se de uma comédia romântica. Uma comédia romântica anabolizada e nerd, mas nem por isso ruim.
Muito antes pelo contrário.
"Nós somos os Sexy Bob-Omb e estamos aqui para ver Scott enfiar seus dentes pra dentro! Um-dois-três-quatro!"
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