Bem vindos a casa do Capita. O pequeno lar virtual de um nerd à moda antiga onde se fala de cinema, de quadrinhos, literatura, videogames, RPG (E não me refiro a reeducação postural geral.) e até de coisas que não importam nem um pouco. Aproveite o passeio.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011
Rapidinhas do Capita
Foi tão engraçado, eu tava trabalhando, normal, sentado na minha mesa, com um relatório de entrega na frente, e aí, do nada, senti o gosto do teu beijo! Direitinho! Super nítido, exatamente o gosto que eu sentia quando eu te beijei! Cheguei a me arrepiar, quis te ligar, sabe? Perguntar se tu estava, sei lá, fazendo alguma macumba, se tu, por alguma eventualidade tinha atirado um beijo pra alguma foto minha no frasco de um inseticida, ou se sei lá... Mas foi incrível. Nítido demais, vívido demais. O teu gosto, ali, na minha boca, contra todas as possibilidades, cheguei a ficar chocado!
Ele pensou nisso tudo olhando pro telefone. Chegou a apanhar o fone e erguê-lo do gancho. Mas deteve-se. Quem era ele pra ficar invadindo o espaço dela assim? Pra ficar impondo a própria presença dessa forma? Logo ele.
Deixou pra lá. Contaria a ela mais tarde, quando se falassem. Fez questão de guardar os detalhes, como o horário, e o que estava fazendo, pra ver se ela lembraria o que ela estava fazendo no mesmo horário do dia.
Foi só uma das histórias que ficaram pelo caminho.
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Foi de mim.
Foi das coisas que eu não disse.
Foi das demonstrações de afeto que ficaram no vácuo.
Foi da minha maneira não-verbal de ser, quando o verbal era tudo o que nós tínhamos.
Foi da minha incapacidade de entrega, de todos meus mecanismos de defesa ininteligíveis.
Não foi de ti.
Não foi da delicadeza das tuas palavras.
Não foi de ti acontecendo e correndo todos os riscos.
Não foi das tuas marretadas no muro do meu perímetro de quilômetros e quilômetros.
Não foi da tua coragem surpreendente, do teu encanto surreal e da tua franqueza indefectíveis.
Não foi nada disso. E agora, só o que ficou foi esse "não" medonho entre aspas, pulsando onde já houve tanto mais.
A pele que eu "não" vou mais tocar.
O beijo que eu "não" vou mais provar.
O cabelo que eu "não" vou mais cheirar.
O sorriso que eu "não" vou mais causar.
As coisas tuas e minhas que "não" serão mais nossas.
E o tu e eu que "não" vai mais ser nós.
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