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sábado, 30 de julho de 2011

Resenha Cinema: Capitão América - O Primeiro Vingador


Todo mundo sabia que em algum momento ele tinha que sair das páginas das revistinhas e alcançar os cinemas do mesmo modo que haviam feito seus colegas X-Men, Homem-Aranha, e Demolidor. Mais ainda depois que o Homem-de-Ferro se transformou em ícone pop, o Thor não fez feio e o incrível Hulk, mesmo injustiçado, ressucitou no cinema com Ed Norton depois da incursão desastrada com Ang Lee. E o que esse povo todo tem a ver com o bandeiroso?
Bom, eles fazem parte do supergrupo mais clássico da Marvel, os Poderosos Vingadores, a resposta da casa das ideias à Liga da Justiça da DC. E, esses heróis já citados, Homem-de-Ferro, Thor, Hulk, e outros mais, são membros dos vingadores sob a liderança dele. Do Capitão-América.
Bueno, se o cara é o líder do grupo, se ele é, como alardeia o título do filme, o primeiro vingador, e tudo mais, então por que esperaram todo mundo já ter seu próprio filme (O Homem-de-Ferro já tem sua própria franquia!) pra apresentar o sujeito?
Provavelmente por que, pro público civil (E quando eu digo civil, quero dizer não-nerd), o Capitão-América é apenas um valentão vestido de bandeira. Pior ainda, de bandeira dos EUA.
Não deixa de ser algo que provavelmente assusta os executivos de um estúdio. Hoje em dia, o grosso da arrecadação de um blockbuster vem do estrangeiro, então, como convencer o público que nunca abriu um gibi que o Capitão-América é mais que um cara anabolizado brigando por petróleo com gente menor que ele?
Como mostrar que o personagem surgido em 1941 nas páginas da editora Timely como um herói da antiga que espancava seus inimigos com um violento cruzado de direita não era só um xarope veículo de propagação do americanismo?
Bom... Capitão-América - O Primeiro Vingador acerta a mão ao tentar fazer isso contando a história de Steve Rogers (Chris Evans, ex-Tocha Humana), um mirrado rapaz do Brooklyn, filho de um soldado americano morto na Primeira Guerra Mundial e de uma enfermeira, jovem que sempre foi brutalizado pelos valentões da região mas jamais desistiu de lutar. Com a Segunda Guerra Mundial matando soldados americanos na Europa, Steve sente que tem a obrigação de ajudar, mas com seu físico de tuberculoso e extensa lista de problemas de saúde ele simplesmente não é aceito nas Forças Armadas não importa o quanto tente.
Até que surge em seu caminho o Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci, competentíssimo, emprestando ao cientista uma profundidade inexistente nos quadrinhos e muito bem-vinda), físico alemão que desertou e, nos EUA, oferece aos americanos o seu Projeto Super-Soldado. Erskine reconhece em Rogers a coragem de alguém que, mais que apenas "matar uns nazistas", quer fazer a coisa certa. Alguém que reconhecerá o valor da força e do poder por conhecer as amarras da fraqueza e da impotência, e, acima de tudo, um bom homem.
Após receber o Soro do Super Soldado e ser exposto à radiação de raios Vitta Steve aparece com físico de Hércules, capaz de realizar prodígios de força, de velocidade e resistência.
O rapaz, porém, acaba se tornando o único espécime do que deveria ser um exército, e, sendo valioso demais para ser desperdiçado, acaba sendo empurrado, ao invés das linhas de frente, para os palcos dos shows de captação de bônus de guerra. Entretanto, na Europa, após descobrir que a dissidência tecnológica do Reich, a Hidra, encabeçada pelo cruel Johann Schmidt, capturou praticamente todo o 107° batalhão, Steve decide abandonar os palcos e abraçar o conflito para salvar seus companheiros.
Eis aí a premissa do filme. E ele funciona. Chris Evans, pra quem quase todo mundo, incluindo eu, torceu o nariz quando foi anunciado não faz feio. Ele abandona as caretas e piadinhas presentes em sua filmografia anterior e abraça com competência o personagem, sendo heróico e corajoso, sim, mas também passando sempre a impressão de ser um sujeito humilde. O resto do elenco não faz feio, Tucci, como já foi dito, é ótimo no papel do Dr. Erskine, Tommy Lee Jones, no papel do Cel. Chester Phillips é divertidíssimo em sua rabugice e responsável pelos melhores momentos cômicos do filme, que felizmente estão sob controle. Há ainda Hayley Atwell, como Peggy Carter, obrigatório interesse romântico do herói, Sebastian Stan, no papel de Bucky Barnes, melhor amigo de Rogers, Neal McDonough como Dum-Dum Dugan, e Dominic Cooper como um jovem Howard Stark.
No lado do mal, Johann Schmidt, o Caveira Vermelha é interpretado por Hugo Weaving, que não tem muito que fazer com o personagem, demasiado raso, cheio de frases de efeito e obviamente calcado no (ótimo) visual. O Arnin Zola interpretado por Toby Jones tem um pouco mais de profundidade, e se mostra mais interessante quando está em cena.
O trabalho do diretor Joe Johnston, de Rockteer, é bem feito, e ele entrega uma aventura divertida e despretensiosa, que escapa de algumas armadilhas recorrentes da filmografia Marvel mas incorre novamente em outras tantas. O negócio, agora é torcer para que, com o tabuleiro montado para Os Vingadores os filmes solo da Casa das Ideias possam se focar mais em seus personagens principais e em aparar arestas que têm ficado em todos os longas.
Como de hábito, fique até o final dos créditos. Você não se arrependerá.

"-Você quer matar nazistas?
-Eu não quero matar ninguém. Eu não gosto de valentões; não me importa de onde eles vêm."

4 comentários:

  1. Ótima resenha, Caps.
    A adaptação do seu colega de título realmente merece os elogios feitos por você.

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  2. Ninguém melhor pra falar de um Capitão do que outro capitão XD
    Ótimo review.

    P.S nem sabia qu evc tinha blog o.O

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  3. Hahaha! Eu pensei o mesmo que o Mac, só que eu ia comentar isso na comunidade.

    Fiquei com receio de ler a resenha, vai que revelasse algo que eu não quisesse saber ainda?

    Resolvi ler e mais uma vez, pensei o mesmo que o MacGaren: ótima resenha, capitão!

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  4. Valeu, gente, obrigado. Eu tenho o blog a quase dois anos, já, mas eu sou ruim de jabá uma barbaridade, eheheheh.

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