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sábado, 19 de março de 2016
Resenha Série: Demolidor Temporada 2 - Episódio 2: Dogs to a Gunfight
Podem haver spoilers.
Bang foi um bom primeiro episódio de temporada. Deu seu recado, apresentou a primeira grande trama da vez e terminou com um cliff hanger não tão hanger assim à medida em que todos nós sabíamos que o protagonista não havia morrido com o tiro disparado pelo Justiceiro no final do capítulo.
O segundo episódio abre com Foggy procurando desesperadamente por Matt após ouvir a respeito do tiroteio em um telhado após o ataque do vigilante ao hospital onde Grotto e Karen estavam.
Matt, de fato, não morreu, mas a bala na testa de sua máscara reforçada certamente não lhe fez bem, o que o força a visitar Melvin Potter (Matt Gerald).
Além da óbvia dor de cabeça, Matt experimenta episódios ocasionais de surdez por conta da concussão, um problema e tanto para o herói que se vale quase que exclusivamente de sua audição para ter ciência do mundo ao seu redor.
Enquanto Matt se recupera do confronto, Foggy e Karen intermedeiam o acordo de Grotto com a promotora pública Samantha Reyes (Michelle Hurd, egressa de Jessica Jones), uma tarefa complicada à medida em que a promotora não parece particularmente interessada no bem-estar do mafioso.
Ao mesmo tempo, o Justiceiro segue no encalço de Grotto, disposto a terminar o trabalho iniciado no episódio anterior, obrigando Foggy e Karen a proteger o sujeito da lei e do assassino ao mesmo tempo.
Essas três linhas andam paralelamente até Reyes usar Grotto como isca de Justiceiro em troca de seu acordo de proteção à testemunha, quando o segundo round do duelo entre Matt e o novo vigilante de Hell's Kitchen é disputado sob uma chuva de balas policiais, um duelo que, apesar de começar bem melhor para o homem sem medo, é desequilibrado pela surdez ocasional do Demolidor.
Dogs to a Gunfight, é uma sequência óbvia e bem construída ao episódio de estréia. Um jogo de gato e rato onde o Justiceiro mantém-se um passo a frente de todo mundo quase o tempo todo.
O Justiceiro, por sinal, recebe um pouco mais de holofotes nesse capítulo, tendo mais falas e uma ótima cena em uma loja de penhores. Mais do que isso, o sujeito que apareceu como uma fria máquina assassina no episódio de estréia, dá um vislumbre de sensibilidade à medida em que Matt consegue encontrar seu esconderijo graças ao rastro de sangue de um cão ferido resgatado pelo vigilante.
A luta que encerra o episódio é intensa e bem coreografada, mas talvez o ponto mais alto dos 48 minutos seja o embate jurídico entre Foggy e Reyes.
Foggy, aliás, é a epítome de como os coadjuvantes de Demolidor, são melhores do que os de Jessica Jones, série aclamada, na minha opinião, muito mais por massagear o ego do politicamente correto com sua mensagem girl power do que apenas por sua qualidade.
Enquanto na série da detetive particular, o único coadjuvante respeitável, de fato, era Trish Walker, Demolidor pode se dar ao luxo de passar um episódio inteiro quase sem mostrar Matt Murdock, e ainda ter em Foggy, Karen e Ben Urich (quando ele estava entre nós) personagens que sempre são agradáveis de se acompanhar.
De qualquer forma, Foggy volta a deixar muito claro nos dois primeiros episódios da nova temporada que é muito mais do que um alívio cômico.
Karen Page, por sua vez, também vai além do par romântico convencional. Além de se mostrar mais atraída por Matt nessa temporada (na primeira houveram momentos em que ela pareceu estar no limiar de um romance com Foggy...), ela se apresenta não apenas como uma personagem perspicaz e capaz de cuidar de si mesma, mas também aventa de quando em quando, que ela tem um passado sombrio, algo evidenciado pela forma como ela parece naturalmente atraída por pessoas alquebradas e problemáticas.
Levemente superior ao primeiro capítulo, Dogs to a Gunfight mantém Demolidor firme na primeira posição entre séries de super-heróis, e nas cabeças de séries em geral.
"Talvez nós mereçamos punição. Todos nós..."
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